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Estudos Socioculturais

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Por:   •  10/9/2014  •  1.608 Palavras (7 Páginas)  •  262 Visualizações

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1- Leia a reportagem sobre trabalho escravo “Roupas da Zara são fabricadas

com mão de obra escrava”, publicada em 16/08/2011 e disponível em: <http://

www.reporterbrasil.org.br/exibe.php?id=1925>.

Em seguida, pesquise outras reportagens que mostrem a realidade do trabalho escravo,

e desenvolva um texto de no mínimo 20 linhas apontando como podemos interpretar tal

realidade utilizando o referencial teórico de Karl Marx. (3,0 pontos)

Resposta:

Apesar de a Lei Áurea ter sido sancionada no dia 13 de maio de 1888 no Brasil, a

herança do antigo regime não desapareceu. Em pleno século XXI, o trabalho escravo

ainda é uma realidade para muitos trabalhadores.

Um número significativo de empresas brasileiras oferece baixos salários para altas

jornadas de trabalho, nem sempre cumpre a legislação e exclui os direitos sociais

conquistados já na década de 40 do século passado. Podem ser lembrados aqui as

condições de peruanos e bolivianos, radicados em São Paulo, confeccionistas que

romem noites costurando, sendo pagos por peças produzidas a preços irrisórios como

no caso dos costureiros da Zara. Podem ser lembrados, ainda, trabalhadores mantidos,

praticamente encarcerados nas grandes propriedades onde se extrai madeira não

certificada ou os cortadores de cana que vem do interior do nordeste para usinas da

região sudeste como característica há muito denunciada do regime. Mas nesse mundo

capitalista vende-se a própria força de trabalho como mercadoria, que é uma mercadoria

produtora de outras mercadorias, multiplicadora de dinheiro. São jornadas longas,

ampliadas pelas horas extras, movendo a economia brasileira.

Segundo a teoria da exploração, os lucros - quaisquer outras receitas que não sejam

convertidas em salário - representam uma dedução injusta daquilo que deveria ser, por

direito, o salário do trabalhador.

Segundo Marx, o que possibilita a um capitalista obter uma renda superior ao salário

que ele paga ao seu empregado é exatamente o mesmo fenômeno que torna possível a

um dono de escravo auferir ganhos em decorrência do trabalho do seu escravo, ou seja,

um trabalhador é capaz de produzir, em menos de um dia inteiro de trabalho, os bens de

que ele necessita para ter a força e a energia necessárias para trabalhar um dia inteiro de

trabalho.

Esta afirmação, de forma extremamente simplificada, resume a teoria da “mais valia”,

um dos pilares da obra de Marx que, nas primeiras décadas do século XIX revolucionou

o pensamente econômico do planeta e, até hoje, sustenta o penamento dos grandes

economistas, sejam eles marxistas ou não.

O trabalho escravo, aquele que não respeita os direitos conquistados nas lutas, é um

recurso ainda utilizado nos dias atuais, especialmente, em nosso país, nas madeireiras

não certificada, nas periferias das grandes metrópoles com a exploração de imigrantes

em situação irregular, como o caso dos confeccionistas da famosa loja Zara, e algumas

propriedades que exploram o agronegócio.

2- Leia, atentamente, os seguintes artigos selecionados da Declaração Universal dos

Direitos Humanos promulgada pela ONU em 1948.

Artigo XI. Todo homem acusado de um ato delituoso tem o

direito de ser presumido inocente até que sua culpabilidade

tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento

público, no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias

necessárias a sua defesa. Ninguém poderá ser culpado por

qualquer ação ou omissão que, no momento, não se constituam

delito perante o direito nacional ou internacional. Também não

será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da

prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo XIV. Todo homem, vítima de perseguição, tem o direito

de procurar e de gozar asilo em outros países. Este direito

não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente

motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários

aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XXIX. Todo homem tem deveres para com a

comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de

sua personalidade é possível. No exercício de seus direitos e

liberdades, todo homem estará sujeito apenas às limitações

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