Está tudo dominado
Por: Diulia Freiberger • 7/12/2015 • Artigo • 513 Palavras (3 Páginas) • 330 Visualizações
5 ESTÁ TUDO DOMINADO?
Desde que foi lançada a tese de que a indústria cultural atrofiaria o bom senso, a sensatez e o compreendimento diante de determinado fato ou situação, esta foi duramente criticada. Para Walter Benjamin (1886-1940), a manipulação no sistema social era visível, mas não tão opressora quanto pensavam os radicalistas. Para ele a indústria cultural foi uma evolução da arte e da cultura, que por meio dessa indústria pôde se tornar acessível não mais somente a um grupo seleto de pessoas, mas sim a todo um grande grupo que formava a sociedade da época, sendo ela dominada, crítica, ou não. Um grande exemplo disso que perpetua até os dias atuais são as galerias de arte, antigamente acessíveis apenas às pessoas privilegiadas por seus níveis sociais, e hoje cada celular possui a sua galeria e cada ser é produtor de arte, quanto às artes antigas, pinturas famosas por seus valores exuberantes, graças à fotografia podem ser encontradas também na internet complementadas ainda com textos de grande relevância cultural aos quais grande parte da população mundial tem acesso.
Sendo assim, essa indústria seria uma grande responsável pelo desenvolvimento cultural de um grande número de pessoas que agora, com a informação muito mais acessível, poderiam desenvolver seus pensamentos através do conhecimento. Mas porque dizer que toda uma sociedade é manipulada pela indústria do conhecimento? Porque os interesses da ideologia dominante, o sistema, estão sempre presentes. Porém, não é por isso que se deve concluir precipitadamente que exista uma manipulação tão severa, pois mesmo que a tendência seja apenas repetir o que se vê ou lê, as informações que uma massa, uma sociedade ou uma determinada cultura recebem não são as mesmas que chegam a todas as outras, e ainda assim, ignorar o pensamento de um indivíduo seria insultar sua essência. Essa que recebe, seleciona e reelabora as informações dentro de todo o entendimento de sua realidade e sua sociedade.
Isto porque a indústria cultural visa englobar toda a massa, e cada individuo relaciona as informações de modo que sejam favoráveis a si ou a sociedade na qual vivem, não aceitando qualquer informação pacificamente e sem filtra-las, o que dificulta a manipulação visada pela ideologia dominante. E para tentar contornar a situação, a indústria cultural a cada semana/mês/ano reinventa suas campanhas publicitarias, apelando à memória fonográfica e ou fotográfica do indivíduo, tentando chegar aos seus sentimentos criando desejos e necessidades de consumo, para que o sistema continue girando.
Porém, com o passar dos anos e das gerações, o conhecimento ou o “conhecimento” foi tornando cada vez mais crítica a forma de pensar de toda a massa. E hoje, principalmente nas redes sociais, percebe-se o reflexo disso. São milhares de ideias, críticas e ideais produzidos por pessoas de maior ou menor entendimento sobre determinados assuntos, onde maior ou menor classe social não interfere nesse entendimento, pois a informação é acessível a todos quase da mesma maneira bem como o direito de se expressar. Ideias essas que são seguidas por uma ou por milhares de pessoas, o que gera movimentos culturais, mobilizações e mais informação.
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