Fichamento A Corrosão do Caráter
Por: f f • 3/4/2024 • Trabalho acadêmico • 2.217 Palavras (9 Páginas) • 63 Visualizações
Prefácio:
Apresentação do conceito norteador do texto: capitalismo flexível → forma de organização econômica que se caracteriza pela flexibilidade das relações de trabalho e pela ênfase na inovação, na tecnologia e na competitividade.
⤷ Nesse modelo, as empresas buscam se adaptar rapidamente às mudanças do mercado, utilizando métodos de produção mais eficientes e tecnologicamente avançado.
⤷ Maior utilização de contratos temporários, terceirização e formas alternativas de emprego.
Capitulo 1 - Deriva:
Apresentação da história de Enrico, um faxineiro dos anos 70 (de família imigrante) e Rico, seu filho, um trabalhador da atualidade (meados dos anos 1990).
Educação para os homens (pág. 14).
Trabalho enquanto uma certeza, vida relativamente “linear”, trabalhador enquanto “autor da sua vida”, mesmo pertencendo a uma classe subalterna, embora possuísse certa dificuldade em ver os outros como iguais a si mesmo. (pág. 14 −16).
Rico ascendeu socialmente graças ao estudo. Entretanto, embora tenha tido acesso à universidade, o autor evidencia que sua vida não é estável como a de seu pai nas décadas anteriores (Mudanças ocasionadas pelas transformações do sistema capitalista) (pág. 17).
Mudanças no trabalho feminino entre as gerações.
Cap. evidencia as transformações na sociedade, modos de vida e “valores” entre as duas gerações.
Destaque para as transformações derivadas do desenvolvimento tecnológico. Autor apresenta pontos positivos, como, por exemplo, a facilidade na comunicação, um possível aumento das vendas, mas também, resultou em um distanciamento entre as pessoas.
Rico = trabalha como uma espécie de prestador de serviços (autônomo);
Vida moldada em torno do trabalho (mudanças pelo país, tornar-se autônomo…) o que muitas vezes afeta as dinâmicas familiares. Também podem ser observadas na vida comunitária, ninguém mais acompanha a vida dos vizinhos a longo prazo enfraquecimento dos laços sociais (pág. 20).
Novas maneiras de organizar o tempo, principalmente o tempo do trabalho. “Não há longo prazo”
Fim das carreiras estáveis e com trabalhos mais restritos.
Trabalhos agora passam a ser focados em projetos, novas tarefas passam a ser atribuídas e as contratações tornam-se contratos de curto prazo.
As empresas estão exigindo longas horas de trabalho com um esforço intenso dos trabalhadores, o que acaba gerando um cansaço físico e mental extremo em seus funcionários. Além disso, as pessoas acabam assumindo responsabilidades além do próprio controle.
Contexto dessas mudanças visto nas aulas e textos anteriores: na geração de Enrico = sindicatos fortes, empregos estáveis, estado de bem-estar social. Já na geração de Rico = avanço no neoliberalismo
Autor dá destaque ao papel da tecnologia nesse processo.
Avanço da informalidade, mudanças na relação entre colegas e equipe e o sentimento de que o trabalhador “não pode contar com a empresa”.
Observa-se toda uma mudança nos referenciais morais entre as gerações, principalmente quando o autor mostra a relação de Rico com seus filhos (netos de Enrico) → Mudanças no modo como as gerações se relacionam com o mundo. (pág. 26).
Os valores pregados pelo capitalismo/novas dinâmicas de trabalho divergem dos valores e virtudes que os pais tentam transmitir: lealdade, compromisso (virtudes a longo prazo)
Dilemas da vida adulta = como buscar objetivos a longo prazo em uma sociedade de curto prazo: corrosão do caráter de Rico
Implementação dos valores do Neoliberalismo. Rico deixa de ser “liberal” (no modo estadunidense) e passa a ser um conservador (contra políticas assistencialistas, por exemplo). (pág. 28 e 29)
Creio Que rico sabe que é o mesmo tempo um homem bem-sucedido e confuso. o comportamento flexível que lhe trouxe o sucesso está enfraquecendo o seu caráter, de modo para o qual não há remédio prático (pág. 33).
Em resumo: Caso de Rico mostra como as novas dinâmicas do capitalismo tardio moldam ou o mundo. → valores antigos não se encaixam nas novas demandas do Capital.
⤷ trazem angústia. Instabilidade antes vinha de grandes eventos históricos, como guerras e crise econômicas ao nível mundial, hoje a angústia não se relaciona a catástrofes vividas, apenas capitalismo
Capitulo 2 - Rotina:
Diferenças entre o trabalho e os modos de vida no capitalismo industrial e no capitalismo flexível.
Diferentes visões sobre a rotina: Diderot x Smith
Diderot evidencia como no século XVIII o trabalho estava ligado ao espaço doméstico, a família era o centro da economia e produziam boa parte do que consumiam. Mesmo em empreendimentos maiores, os funcionários participavam de algumas das dinâmicas familiares, como, por exemplo, as refeições. Nesse caso, o custo de produção, já incluia despesas com alimentação e roupa de todos os trabalhadores. (pág. 36)
Subordinação ao amo
Fabrica passa a não oferecer habitação aos trabalhadores
Segredo da ordem industrial está na rotina, ela torna o trabalho mais rápido.
Visão de Diderot é incompatível com a visão de Smith. Para ele, “a rotina embrutece o espírito, sendo o trabalho de rotina degradante” (pág. 41).
A rotina, portanto, se tornava autodestrutiva porque os trabalhadores perdiam o controle sobre seus próprios esforços. O trabalho sem sentido desnorteia o espírito.
Mudanças na organização do trabalho → trabalhador passa a ser pago por dia trabalhado, Fordismo e uma noja lógica de produção fabril (pág. 42 - 47)
Nova hierarquia, fim do contato dos administradores com o chão da fábrica (relação vista no ramo do T.I: contratação de profissionais do 2º e 3º mundo com um custo menor e muitas cobranças)
Nova relação com o tempo de trabalho, exemplo da general motors. (pág. 47)
Vivenciada especialmente pela geração de Rico
No capitalismo atual, a rotina dá lugar cada vez mais ao dinamismo, embora muitos
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