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Fichamento: La Vida Artificial

Por:   •  19/6/2018  •  Resenha  •  897 Palavras (4 Páginas)  •  258 Visualizações

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FICHAMENTO DE HELMREICH (2000)

REFERÊNCIA:

HELMREICH, Stefan. La vida artificial. Descatos, 5, 2000, p. 109-116.

RESUMO:

Helmreich (2000) propõe uma visão antropológica da vida artificial desenvolvida pelo Instituto para las Ciencias de la Complejidad de Santa Fe, tanto em seus aspectos sociais, como nos simulados. Mais particularmente, o autor explora a forma como certos elementos da cultura ocidental atravessam as visões da vida presentes no desenvolvimento dos programas do instituto e como eles refletem histórias de origem associadas com narrativas religiosas e representações de gênero, parentesco e raça.

Helmerich chama atenção para a forma como os programas de computador tais como o Tierra – que ganha destaque no artigo – são, pelos seus programadores, considerados novas formas de vida em função da sua capacidade de auto-replicação – uma vez que a reprodução é tomada como a característica mais fundamental da vida. Assim, empresas como a Vida Artificial, que se dedica a simular e sintetizar a quase-vida em computadores, lançam uma equação de códigos de computador com códigos genéticos: os pesquisadores trabalham em um projeto de inteligência artificial simulando os processos da vida. Assim, as perguntas que Helmreich tenta responder no artigo são: “¿cómo llegaron los programas de cómputo a ser candidatos a convertirse en formas de vida? ¿Y cómo llegó el ciberespacio –el espacio en Internet– a ser imaginado como un “espacio” en el cual pueden “vivir” criaturas?” (HELMREICH, 2000, p. 110).

O texto apresenta alguns exemplos de como entender a associação entre computadores e biologia do ponto de vista antropológico a partir de quatro tópicos. O estudo completo está no livro “La segunda naturaleza del silicón: convirtiendo en cultura la vida artificial en un mundo digital.”

No primeiro item, Helmerich discute a vida digital e a masculinidade. Retomando a ideia de “reprodução” que define a vida, o autor mostra como as particularidades “autoreplicantes” do programa Tierra fazem com que os pesquisadores se sintam “deuses”. A partir disso, o autor pensa a metáfora da semente que é frequentemente evocada pelos programadores: se trata de uma entidade que germina e traz latente no seu interior a possibilidade da vida. Por outro lado, a palavra semente é também associada com imagens masculinas. Deus, que é imaginado como masculino, gera a vida. De acordo com o autor:

La creación y la procreación en estas narraciones es “monogenética”, generada por una sola fuente, simbolicamente masculina. El “Hombre”y “Dios”se confunden. La creación en Tierra imita simbólicamente la historia de la creación contada en la Biblia. El programador simpatiza con la idea de Dios como el Padre, echando a andar la vida con una palabra, una palabra que siembra la “semilla” en una matriz de cómputo receptiva. (HELMERICH, 2000, p. 111)

Assim, Helmerich problematiza o fato do campo no qual a Vida Artifical se situa constituir-se majoritariamente por profissionais homens - cerca de 90% - e refere que, na mesma medida em que a semente e a terra, a forma e a matéria também têm equivalências de gênero – as últimas sendo femininas.

No segundo item do texto, Helmerich discute “a segunda natureza do silicone”: o ciberespaço como universo e, portanto, como território. Se há universo, há o resgate das histórias judaico cristãs sobre a criação; se os programadores criam tal universo, são deuses; se eles, por fim, ocupam esse universo, são verdadeiros colonizadores.

Al imaginarse como dioses, como creadores de vida, como observadores trascendentes y objetivos y como exploradores de las últimas fronteras del ciberespacio, los programadores están invocando la imaginería masculina, y no sólo eso, sino la imaginería de un tipo de masculinidad blanca, la del hombre blanco que caza, explora y se aventura a tierras desconocidas, que se siente a gusto y seguro de su poder de nombrar y de conquistar. La imagen masculina de la exploración también refuerza la idea de que el territorio del ciberespacio es femenino, esperando ser penetrado o desvelado, perpetuando la tradición occidental que ve a la naturaleza como femenina. (HELMERICH, 2000, p. 113)

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