GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS LICENCIATURA
Por: André Moraes • 20/4/2017 • Trabalho acadêmico • 635 Palavras (3 Páginas) • 238 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS LICENCIATURA 2015.2
Disciplina: Antropologia I
Discentes: André Luiz de M. de Moraes
Professora: Gabriel Pugliese
Claude Lévi Strauss
O bárbaro é em primeiro lugar o homem que crê na barbárie.
A história passa tal como se move o cavalo no xadrez.
Juazeiro
2016
RAÇA E HISTÓRIA – CLAUDE LÉVI-STRAUSS
1 – O bárbaro é em primeiro lugar o homem que crê na barbárie.
Para explicar tal frase de Claude Lévi Strauss é necessário entendermos seu conceito a respeito da questão.
Um dos maiores problemas relativo à questão do racismo é achar que “formas culturais, morais, religiosas, sociais e estéticas mais afastadas daquelas com as quais nos identificamos” (STRAUSS, 1952, p. 7) sejam consideradas selvagens, não humanas.
Desde a antiguidade entendia-se que tudo que não pertencia a cultura grega, mais tarde greco-romana, considerava-se bárbaro. Depois os ocidentais trocaram a palavra bárbaro por selvagem, mas dando o mesmo sentido. Nesse segundo caso, que considero até pior, o significado de “selvagem” é: “da floresta”, tem o sentido de oposição à cultura humana, significando assim que qualquer um considerado selvagem, de alguma forma não seria humano.
Esse pensamento de expulsar os selvagens, que pode ser também qualquer outro que consideremos como selvagem, para fora da humanidade é também a forma mais marcante desses que consideramos selvagem. Se consideramos os mesmos selvagens, esses nos olham com a mesma perspectiva de que somos selvagens.
“A humanidade acaba nas fronteiras da tribo, do grupo linguístico, por vezes mesmo da aldeia” (STRAUSS, 1952, p. 4).
São nomeados de “bons”, “excelentes” aqueles que se consideram humanos, taxando de maus, perversos aqueles que se considera selvagem (bárbaro).
Nas grandes Antilhas, alguns anos após a descoberta da América, enquanto os espanhóis enviavam comissões de investigação para indagar se os indígenas possuíam ou não alma, estes últimos dedicavam-se a afogar os brancos feitos prisioneiros para verificarem, através de uma vigilância prolongada, se o cadáver daqueles estava ou não sujeito à putrefação. (STRAUSS, 1952, p. 4)
Essa citação nos mostra claramente o paradoxo do relativismo cultural, pois na medida em que estabelecemos uma discriminação entre culturas e costumes, nos assemelhamos mais com aqueles que consideramos bárbaros (selvagens).
2 – A história passa tal como se move o cavalo no xadrez.
Essa frase de Lévi Strauss nos mostra que o desenrolar, desenvolvimento da história não segue uma linha reta em direção a evolução humana, ela não é linear.
Ele nos da como exemplo o caso o período paleolítico que até pouco tempo entendia-se ser uma sequência histórica de evolução – paleolítico inferior, paleolítico médio e paleolítico superior – um como sequência evolutiva do outro. Hoje se admite que estas três formas tenham coexistido. Não se pensa mais em um progresso em sentido único. Observe-se o caso do levalloisense que teve seu início entre o 250.º e o 70.ºmilênio antes da era cristã, atingiu uma perfeição na técnica do corte que só se encontraria no fim do neolítico, duzentos e quarenta e cinco a sessenta e cinco mil anos mais tarde. Cientistas já tentaram criar um tipo de corte igual, mas sem sucesso (segundo o professor Gabriel Pugliese).
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