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INOVAÇÃO DISRUPTIVA NO ENSINO SUPERIOR: O contributo do ensino online no acesso ao ensino superior em Moçambique: Caso do ISCED 2015-2018

Por:   •  22/1/2020  •  Artigo  •  5.877 Palavras (24 Páginas)  •  508 Visualizações

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INOVAÇÃO DISRUPTIVA NO ENSINO SUPERIOR

O contributo do ensino online no acesso ao ensino superior em Moçambique: Caso do ISCED 2015-2018

DISRUPTIVE INNOVATION IN HIGHER EDUCATION

The contribution of online education in access to higher education in Mozambique: Case of ISCED 2015-2018.

Messias Luís Cipriano Uarreno

Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED)

Email: messiasuarreno@gmail.com / muarreno@isced.ac.mz

Resumo

O Governo moçambicano, no âmbito da operacionalização das políticas públicas de educação, adoptou a Educação à Distância de modo a oferecer oportunidades de estudo às populações que vivem distante dos grandes centros urbanos e que o ensino presencial não seria capaz de os alcançar. Foi por meio deste propósito que objectivo deste artigo é demonstrar o contributo da inovação disruptiva no ensino superior em Moçambique, adoptada pelo ISCED num período em que, por um lado, a falta de acesso ao Ensino Superior promovia um recrudescimento da desigualdade nacional e, por outro, o desenvolvimento da Educação à Distância em Moçambique esteve focado numa perspectiva semipresencial, exigindo dos alunos frequentes encontros ao longo do módulo com o tutor num ambiente físico. A presente pesquisa foi desenhada sob metodologia qualitativa, com uso do método de estudo de caso, para analisar em profundidade o fenômeno em estudo, tendo-se baseado especialmente em três fontes (observação, entrevistas e documentos). Em termos de resultados, percebe-se que com a modalidade online, o ISCED permite que muitos moçambicanos tenham acesso ao Ensino Superior em Moçambique através do Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Palavras-chaves: Inovação disruptiva; Educação superior; Ensino online; ISCED; Moçambique;

Abstract

The Mozambican Government, in the context of the operationalization of public education policies, has adopted Distance Education in order to offer study opportunities to people who live far from large urban centers and that face-to-face education would not be able to reach them. It is through this purpose that the purpose of this paper is to demonstrate the contribution of disruptive innovation in higher education in Mozambique, adopted by ISCED at a time when, on the one hand, the lack of access to higher education promoted a resurgence of national inequality and, on the other hand, the development of Distance Education in Mozambique was focused on face-to-face classroom style of education, requiring students to meet frequently with the tutor in a physical environment. This research was designed under qualitative methodology, using the case study method, to analyze in depth the phenomenon under study, having been based especially on three sources (observation, interviews and documents). In terms of results, it is clear that with the online modality, ISCED allows many Mozambicans to access Higher Education in Mozambique through the Virtual Learning Environment.

Keywords: Disruptive innovation; Higher education; Online teaching; ISCED. Mozambique;

INTRODUÇÃO

No actual contexto da problemática do acesso a educação superior em países cujo nível de desenvolvimento económico constitui um entrave para o bem-estar da população, conferir maior importância a educação, de um modo geral e, a educação superior de forma particular, constitui uma medida acertada para o melhoramento da economia nacional. Pois, “a relação entre ensino superior e a economia nacional contribui para o desenvolvimento econômico e possibilita alavancar o crescimento socioeconômico de toda a população do país” (Schutzer & Campos, 2014, p. 1). Nesta perspectiva a educação deve ser considerada o instrumento “número um” para o redimensionamento da estrutura tanto política quanto econômica (Brito, 2010 citado em Mombassa, 2013). O facto é que o governo de Moçambique sempre pautou pela formação do seu povo. De acordo com Intanquê e Subuhana (2018) “A Constituição da República de 1975, considerou o acesso à educação um dever e direito de toda a população, na qual o Estado assumiu o papel de promover as condições necessárias para que todos moçambicanos pudessem ter esse direito (p.6).” Sobre o assunto, Mazula refere que, após a independência o governo moçambicano tinha o principal objectivo “a formação do Homem Novo, com plena consciência do poder da sua inteligência e da força transformadora do seu trabalho, na sociedade e na natureza” (Mazula, 1995, p. 110).

No âmbito da expansão do ensino, consta que durante o Terceiro Congresso da Frelimo, realizado em 1977, a quando da análise da questão do acesso a educação, nasce as primeiras iniciativas sobre o Ensino a Distância em Moçambique, conforme Neeleman e Nhavoto (2003) citado por Mombassa (2013).  Já na década de 1990, muitas iniciativas foram realizadas em EaD em Moçambique, como a criação do Instituto de Formação Bancária (IFM)[1], o programa Ensino Secundário Aberto Moçambicano (ESAM)[2], no entanto, não se observou uma transformação significativa em termos educacionais, (Mombassa & Arruda, 2018). Estes autores, apontam ainda que na década de 2000 o debate sobre o caminho da EaD em Moçambique foi colocado sob seguintes termos: Moçambique não será capaz de realizar a expansão e a diversificação das oportunidades de educação que o Governo preconiza sem recorrer à educação a distância. Foi em meio a estes grandes debates e momentos de tomada de decisão sobre o futuro do EAD que foi criado o Instituto Nacional de Educação a Distância (INED), responsável pela coordenação da educação a distância.

Deste modo, o presente artigo visa demonstrar o processo de inovação disruptiva de uma instituição privada de ensino superior em Moçambique, concentrada na oferta de ensino superior à base das tecnologias online de aprendizagem.

REVISÃO DE LITERATURA

Desmond Keegan (1988) refere que o ensino online ou e-learning, carateriza-se pela separação física de professores e estudantes, pela utilização de uma rede computorizada para distribuição de conteúdos educativos, por ser influenciada por uma determinada organização educativa (distinguindo-se assim do autoestudo e tutorias particulares) e por garantir uma comunicação bidirecional, através da rede, entre estudantes, entre estudantes e professores e outros intervenientes.

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