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Por:   •  2/9/2013  •  4.466 Palavras (18 Páginas)  •  262 Visualizações

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O PRÓXIMO PASSO DA IVECO

RESUMO

Buscou-se aqui, neste artigo, mostrar que muitas empresas têm se utilizado da prática da Responsabilidade Social, procurando confirmar, principalmente, sua função social na comunidade em que está inserida. Nesse contexto o projeto Próximo Passo da Iveco, realizado na comunidade Cidade de Deus com o patrocínio da ONG Favela é Isso Aí, vem promovendo o desenvolvimento dos integrantes de forma a alcançar uma vaga no mercado de trabalho. Para a realização desta investigação, dados foram obtidos por meio de pesquisas bibliográficas, documentais e de campo. Percebeu-se que a prática da Responsabilidade Social de forma correta pode melhorar o desempenho e a sustentabilidade da empresa a médio e longo prazo. Além disso, cada vez mais, ela influencia as decisões dos investidores e clientes na hora de escolher a empresa parceira e à medida que o mercado ético se expande com maior rapidez, as empresas são competitivamente influenciadas pela reputação no domínio social e ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Responsabilidade Social, desenvolvimento cultural, inserção social.

INTRODUÇÃO

Muito se fala sobre Responsabilidade Social Empresarial (RSE). Pode-se dizer, inclusive, que ela se tornou um fator de competitividade para as empresas, mudando a antiga visão de que o que faz uma empresa ganhar mercado é a qualidade do produto, o nível do serviço oferecido entre outros fatores relacionados. Nos dias atuais, não basta apenas ter produtos e/ou serviços com essas características. Tornou-se também indispensável que as empresas invistam no relacionamento com todos os públicos dos quais dependem e com os quais se relacionam, fazendo-se indispensável desenvolver um trabalho transparente.

Enfim, as empresas estão em luta pelo mercado e vence aquela que se adaptar às novas exigências que estão surgindo, dentre elas a RSE que garante uma vida mais digna às pessoas envolvidas.

É com esse intuito que a Iveco Latin América desenvolveu o projeto Próximo Passo, implantado em 2007, que está baseado em três grandes pilares: econômico, social e ambiental, cujo foco social está nas comunidades da área de influência com programas de desenvolvimento social. O objetivo era promover ações de curto e longo prazo em benefício da comunidade, clientes, funcionários e fornecedores. Suas ações envolvem o uso racional dos recursos, reciclagem, ética, cidadania, capacitação e desenvolvimento social. O estudo aqui apresentado, focado no pilar social, apresenta uma das ações sociais atualmente em exercício na comunidade da Cidade de Deus.

O projeto Próximo Passo realizado pela empresa Iveco foi escolhido por ser muito interessante. Por meio de parceria com a ONG Favela é Isso Aí o projeto foi realizado no conjunto Habitacional Odina Vasconcelos de Oliveira, mais conhecido como Cidade de Deus, promovendo oficinas das quais todos os moradores podem participar.

O que despertou mais a atenção foi o interesse da empresa em contribuir para a inserção social, de investir na arte e na cultura e de proporcionar o crescimento do bairro que é visto como carente na cidade de Sete Lagoas. Nesse sentido, pode-se perceber que a Iveco está contribuindo com o crescimento profissional e pessoal dos moradores e também com a promoção da cidadania.

Para alcançar os objetivos propostos, foram realizadas pesquisas bibliográficas em acervos culturais, sites na internet e estudos de caso. Foram selecionados para leitura os textos que ofereciam sustentações teóricas às hipóteses levantadas. Estes foram analisados a fim de elaborar o projeto.

Também foram feitas visitas à comunidade. Para a coleta e mensuração dos dados foram adotadas algumas estratégias como: aplicação de questionários, visitas às oficinas, análise de formulários, realização de entrevistas com os membros do projeto, avaliação dos dados apurados, e reuniões com integrantes da equipe para diagnosticar as informações coletadas.

Assim, o trabalho visou à responsabilidade social implantada na comunidade como um foco diferencial da empresa Iveco, além de entender esse sistema para o seu crescimento e desenvolvimento sustentável.

RESPONSABILIDADE SOCIAL

A Responsabilidade Social é um tema recente que às vezes gera polêmica, mas que é bem aceito principalmente pelos envolvidos diretamente com a organização, como, cliente, funcionários, acionistas, fornecedores entre outros.

Responsabilidade Social corporativa é o comprometimento permanente dos empresários de adotar um comprometimento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, simultaneamente, à qualidade de vida de seus empregados e de seus familiares, da comunidade local e da sociedade como um todo. (CHIAVENATO, 2009, p. 77)

Para melhor caracterizar a Responsabilidade Social Empresarial, Tenório et al. (2006, p.14) analisa-a em dois períodos distintos:

[...] o primeiro compreende o início do século XX até a década de 1950; o segundo, que representa a abordagem contemporânea, estende-se da década de 1950 até os dias atuais, com a divisão do conceito de desenvolvimento sustentável.

Durante esse período houve uma evolução na forma de pensar e planejar das empresas que passaram a englobar cada vez mais seus stakeholders em sua visão. Nesse prisma, Queiroz (2005, p.47) questiona tal tendência histórica a partir da perspectiva da seguinte questão: “para quem a empresa deve ser responsável?”

Responsabilidade Social Empresarial – origem, conceito e vantagens

A partir da década de 80, é possível perceber algumas mudanças no cenário empresarial mundial. Após a Revolução Industrial, que foi ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e econômica, passou-se a viver em uma era marcada pela tecnologia de informação. Recco (2002) ressalta que, a Revolução Industrial, apesar de inicialmente limitada à Inglaterra, foi responsável pela reordenação da economia mundial, representando uma nova dinâmica capitalista.

Além disso, Drucker (2002) sustenta que, com os eventos da Segunda Guerra Mundial, muito se recorreu às empresas, para a reconstrução das comunidades, sendo que “a ênfase ainda permanecia sobre as ‘causas’ externas, e não no comportamento e nas ações da empresa em si”.

Barbosa e Lehfeld (2003) mencionam, contudo, que o conceito se popularizou, de fato, só em 1953, nos Estados Unidos e, em seguida, em

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