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Mudanças histórico-socias e mudanças da moral

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Por:   •  6/12/2014  •  Artigo  •  732 Palavras (3 Páginas)  •  308 Visualizações

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Mudanças histórico-socias e mudanças da moral

O aumento geral da produtividade do trabalho, bem como o aparecimento de novas forças de trabalho, elevou a produção material até o ponto de se dispor de uma quantidade de produtos excedentes, isto é, de produtos que se podiam estocar porque não eram exigidos para satisfazer necessidades imediatas. Criaram-se, assim, condições para que surgisse a desigualdade de bens entre os chefes de família que cultivavam as terras da comunidade e cujos frutos eram repartidos, até então, com igualdade, de acordo com as necessidades de cada família.

Com a desigualdade de bens tornou-se possível a apropriação privada dos bens ou produtos do trabalho alheio. Do ponto de vista econômico, o respeito pela vida dos prisioneiros de guerra, que eram poupados do extermínio para serem convertidos em escravos, transformou-se numa necessidade social. Com a decomposição do regime comunal e o aparecimento da propriedade privada, foi se acentuando a divisão em homens livres e escravos. A propriedade – dos proprietários de escravos, em particular – livrava da necessidade de trabalhar. O trabalho físico acabou por se transformar numa ocupação indigna de homens livres.

A divisão da sociedade antiga em duas classes antagônicas fundamentais traduziu-se também numa divisão da moral. Esta deixou de ser um conjunto de normas aceitas conscientemente por toda a sociedade, existindo duas morais: uma, dominante, dos homens livres, e outra, dos escravos. A moral dos homens livres não só era uma moral efetiva, vivida, mas tinha também seu fundamento e sua justificação teórica nas grandes doutrinas éticas dos filósofos da Antiguidade, especialmente em Sócrates, Platão e Aristóteles.

O indivíduo se sente membro da comunidade, sem que, de outro lado, se veja – como nas sociedades primitivas – absorvido totalmente por ela.

Com o desaparecimento do mundo antigo, que assentava sobre a instituição da escravidão, nasce uma nova sociedade cujos traços essenciais se delineiam desde os séculos V-VI de nossa era, e cuja existência se prolongará durante uns dez séculos. Trata-se da sociedade feudal, cujo regime econômico-social se caracteriza pela divisão em duas classes sociais fundamentais: a dos senhores feudais e a dos camponeses servos; os primeiros eram donos absolutos da terra e detinham uma propriedade relativa sobre os servos, presos a ela durante a vida às quais pertenciam e que não podiam abandonar. Eram obrigados a trabalhar para o seu senhor e, em troca, podiam dispor de uma parte dos frutos do seu trabalho, tinham direito à vida e formalmente reconhecia-se que não eram coisas, mas seres humanos.

Os homens livres das cidades estavam sujeitos à autoridade do senhor feudal e eram obrigados a oferecer-lhe certas prestações em troca de sua proteção. Mas, por sua vez, o senhor feudal estava numa relação de dependência ou vassalagem com respeito a outro senhor feudal mais poderoso, ao qual devia lealdade em troca de sua proteção militar. O vértice da pirâmide era o senhor mais poderoso, o rei ou imperador.

A moral da sociedade medieval correspondia assuas características econômico-sociais e espirituais. A moral estava impregnada de conteúdo religioso, tal conteúdo garantia uma certa unidade

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