MÉDICOS SEM FRONTEIRAS
Dissertações: MÉDICOS SEM FRONTEIRAS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: flavinhateless • 28/7/2014 • 2.487 Palavras (10 Páginas) • 409 Visualizações
MÉDICOS SEM FRONTEIRA
1. A ORGANIZAÇÃO
A organização francesa Médicos Sem Fronteiras (MSF) é um grupo que dá ajuda humanitária na área de saúde em diversos pontos do mundo que passem por crises naturais e/ou de conflitos. Além de médicos (de diferentes especialidades) e enfermeiros, a instituição aceita profissionais com formação superior em áreas como comunicação, direito, administração, entre outras.
2. DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS
Médicos Sem Fronteiras se rege pelos princípios dos Direitos Humanos e do Direito Humanitário Internacional, sobretudo:
• O respeito às liberdades fundamentais de cada indivíduo, incluindo o direito à integridade física e mental, à liberdade de pensamento e o direito de ir e vir, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1949;
• O direito da vítima à assistência médica, assim como o direito das organizações humanitárias de garantir essa assistência, com condições para um livre diagnóstico, acesso direto às vítimas, controle da distribuição de médicos e respeito à isenção humanitária.
3. HISTÓRIA
A organização MSF foi criada em 1971 por jovens médicos e jornalistas franceses, liderados pelo médico francês Bernard Kouchner, que tinham ido a Biafra com a Cruz Vermelha para tentar ajudar a população [1]. Ao retornarem à França, estimaram que a política de neutralidade e de reserva da Cruz Vermelha havia sido um erro, e que era necessária a criação de uma associação que aliasse ajuda humanitária e ações de sensibilização junto à mídia e às instituições políticas.
Durante a operação "Un bateau pour le Vietnam" (Um barco para o Vietnã) em 1979, o fundador mais conhecido do público, Bernard Kouchner, defendeu a idéia de alugar um barco para que médicos e jornalistas pudessem presenciar e testemunhar as violações dos Direitos Humanos naquele país. Houve então uma violenta discussão com a direção da MSF, que considerou a operação mediatizada demais. O que se seguiu foi uma cisão do movimento e a criação da Médicos do Mundo em 1980.
A MSF recebeu o Nobel da Paz de 1999, como reconhecimento do seu combate em favor da ingerência humanitária.
4. MÉDICOS SEM FRONTEIRAS (MSF) EM AÇÃO
Em 1972, MSF fez sua primeira intervenção, na Nicarágua, após um terremoto que devastou o país. Hoje, mais de 22 mil profissionais trabalham com Médicos Sem Fronteiras em mais de 70 países, principalmente do Terceiro mundo, assim como aqueles em estado de guerra. MSF freqüentemente protesta junto às Nações Unidas contra atrocidades cometidas contra comunidades sem representação oficial, como os povos da Chechênia e do Kosovo.
A organização é composta de voluntários e de um corpo de empregados permanente, sendo financiada por contribuições do grande público, de organizações sem fins lucrativos, corporações e governos.
Sua assistência à saúde não é estritamente médica mas abrange ações nas áreas de nutrição, prevenção, formação de profissionais na área da saúde, água e saneamento, revitalização de hospitais e postos de saúde.
Desde 1999 a organização promove a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais, visando chamar a atenção para doenças negligenciadas, como a malária, doença de Chagas e a doença do sono, que matam milhões de pessoas a cada ano. Além disso, a Campanha também visa proporcionar o acesso a medicamentos para tratamento da AIDS nos países mais atingidos.
Em 2008, a organização lançou a sua 11ª lista de conflitos esquecidos pela mídia - especialmente na Somália, no Sudão e na República Democrática do Congo - além de se manifestar sobre outros problemas médicos emergentes como a desnutrição infantil e a co-infecção HIV-TB. No Zimbábue, onde atua desde 2000 e mantém mais de 500 profissionais trabalhando, MSF abriu dezenas de Centros de Tratamento de Cólera. A doença, endêmica no campo, era rara em áreas rurais, mas já atinge a capital do país.
Em fevereiro de 2009, dois profissionais de MSF, Riaz Ahmad, de 24 anos, e Nasar Ali, de 27, foram mortos em Swat, no Paquistão, quando viajavam em ambulâncias. Um terceiro profissional ficou ferido.[3]
MSF é também co-fundadora e financiadora da Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (Drugs for Neglected Diseases Initiative - DNDi), organização internacional não governamental com fins científicos que, no Brasil, atua na pesquisa e desenvolvimento de medicamentos para malária e doença de Chagas.
5. IDENTIDADE HUMANITÁRIA
É importante salientar que a organização Médicos Sem Fronteiras é uma iniciativa independente: não está atrelada a poderes políticos, militares, econômicos ou religiosos e tem liberdade de ação graças à independência financeira. De todo o financiamento de MSF, 89% vêm de doações de indivíduos e da iniciativa privada.
A continuidade dos projetos é garantida através de doações de pessoas que apóiam o trabalho humanitário da organização. Em 2007, foram mais de 5 milhões de euros arrecadados entre doadores individuais e fundos privados de todo o mundo.
O trabalho de MSF é baseado nos princípios humanitários da ética médica e da imparcialidade. A organização tem o compromisso de levar a qualidade do cuidado médico a quem necessita, sem distinção de raça, religião ou convicção política.
MSF é uma iniciativa independente de governos. E, antes de iniciar uma missão, cada equipe realiza uma avaliação no campo para verificar as reais necessidades das populações locais. A chave para que MSF atue com independência é sua origem financeira: 70% dos fundos da organização são provenientes de contribuições privadas.
MSF é neutra. A organização não toma partido em conflitos armados, fornece cuidados de acordo com as necessidades básicas de cada população e luta pelo crescimento do acesso a vítimas de conflitos conforme regem as leis humanitárias internacionais.
Os princípios de ação de MSF estão descritos em sua Carta de Princípios, criada em 1971 para estruturar as atividades da organização.
6. PRINCÍPIOS DE ATUAÇÃO
Todos que atuam com MSF, sejam médicos, especialistas em saúde ou profissionais de outras áreas, devem sempre honrar os seguintes princípios
INDEPENDÊNCIA
Médicos Sem Fronteiras é uma
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