TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O BRASIL NO PROCESSO DECISÓRIO DE CRIAÇÃO DA ALCA

Por:   •  14/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  8.191 Palavras (33 Páginas)  •  242 Visualizações

Página 1 de 33

UNIVERSIDADE PAULISTA

O BRASIL NO PROCESSO DECISÓRIO DE CRIAÇÃO DA ALCA 

SÃO PAULO

2016

ALEF DIAS DA SILVA

O BRASIL NO PROCESSO DECISÓRIO DE CRIAÇÃO DA ALCA

Projeto Integrado de Relações Internacionais – P.I.R.I apresentado ao curso de Relações Internacionais da Universidade Paulista.

R.A: C288EA4; Turma: 05/RI5P68

Orientadora: Profa. Dra. Vanessa Braga Matijascic

        

SÃO PAULO

2016

RESUMO

Esse trabalho tem como principal objetivo analisar as características e os pontos estratégicos da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) levando em conta a atuação da politica externa brasileira. As negociações mostraram-se desequilibradas do inicio ao fim, com discrepâncias em varias questões centrais. Os temas considerados de fundamental relevância para o Brasil, assim como para outros países participantes, eram excluídos pelos Estados Unidos e não participavam das clausulas do acordo, incluindo leis relacionadas a subsídios agrícolas e medidas antidumping. Do outro lado, os Estados Unidos através de seu poder executivo e de seu Congresso deram vários indícios de que resistiriam, mesmo mediante aos acordos de livre comercio, a autorizar uma abertura ampla de seu mercado em setores “frágeis a importação”, ou seja, com menor competitividade. Mesmo se tivesse havido um maior equilíbrio nas negociações, para o Brasil não seria interessante ou atrativo participar de uma área de livre comercio juntamente com países de economias bem mais desenvolvidas, ainda mais de um projeto tão ambicioso quanto a ALCA que incluiria um leque tão amplo de temas. Os Estados Unidos, como uma potência mundial e de economia desenvolvida demonstra grandes vantagens estruturais se comparado com países em processo de desenvolvimento como é o caso do Brasil, diferenças estas que não poderão ser extintas em curto prazo. Ademais, os Estados integrantes da ALCA teriam que deixar de lado vários projetos de desenvolvimento nacional e ferramentas de politica governamental que ficariam completamente fora de alcance.

Palavras Chave: Integração Econômica; Política Externa; Livre Comércio.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO        

2 CONTEXTO HISTÓRICO E POLÍTICO NO BRASIL        

3 RELAÇÕES BILATERAIS: BRASIL E ESTADOS UNIDOS        

4 O PROJETO ALCA NA PERSPECTIVA BRASILEIRA        

5 O PROJETO ALCA NA PERSPECTIVA DOS ESTADOS UNIDOS        

5.1        Arbitragem Internacional        

5.2        Produtos não agrícolas teriam amplo acesso de mercado        

5.3 Compras governamentais        

5.4 Propriedade intelectual        

5.5 Serviços        

6 DESEQUILÍBRIO NAS NEGOCIAÇÕES        

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS        

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        


 1 Introdução

O Brasil participou juntamente com outros trinta e três países do continente americano, de acordos para a criação de uma Área de Livre Comercio nas Américas (ALCA). Durante a Cúpula de Miami que ocorreu em dezembro de 1994, foi tomada a decisão de formar até o ano de 2005 uma zona de livre comercio com abrangência a todos os países deste hemisfério, excetuando Cuba.

Com tudo, no decorrer das negociações, é que começaram a surgir discussões mais intensas a respeito desse projeto aqui no Brasil. Com o passar do tempo a sociedade brasileira começou a perceber que a ALCA poderia apresentar graves consequências negativas ao futuro do país. “Enquanto os americanos [...] já deixaram bem claro terem pressa de colocar os acordos em pratica, os brasileiros, ou melhor, o governo brasileiro, ao contrario, não tem o menor interesse em acelerar o passo”. (GARCIA Jr, 1999, p. 43).

No decorrer deste trabalho as negociações são analisadas conforme atuação da politica externa brasileira e evidenciando os benefícios duvidosos e os grandes riscos que a ALCA traria ao Brasil. Com a ALCA, segundo o acordo internacional, o mercado brasileiro ficaria aberto para o acesso de todas as economias integrantes do projeto. Esse acordo incluiria dentre seus signatários a maior potencia militar, econômica e politica do planeta à época. A formulação da agenda de negociações foi feita basicamente pelos Estados Unidos, incluindo não só a consolidação de regras comuns para questões como investimentos, propriedade intelectual, compras governamentais, serviços, entre tantos outros, como também a remoção de barreiras ao comercio de bens.

Na maior parte dos meios influentes, a ALCA era vista como uma derivação de realidades ou tendências do meio internacional, algumas versões acreditavam que a ALCA participaria de um suposto coletivismo geral na criação de blocos econômicos em escala regional. Surgiram algumas argumentações de que a iniciativa dos Estados Unidos não daria margem a condições objetivas de oposição. Afirmavam que o Brasil não teria condições de enfrentar o poderio dos Estados Unidos e abandonar a grande negociação que estava em andamento, sendo a consequência o isolamento nas Américas.

Foi comum esse tipo de argumentação. Em Estados como o brasileiro, propostas de caráter duvidoso, e muitas vezes evidentemente nocivas, fazem, porém o atendimento de interesses diretamente ligados às forças hegemônicas que predominam no sistema da esfera internacional, consequentemente ganham o status de inexoráveis ou até mesmo inevitáveis.

A princípio pouco foi discutido sobre o aspecto principal da proposta que era saber se o Brasil se interessava ou não, e em quais condições, se daria a participação brasileira numa área de livre comercio que incluísse os Estados Unidos.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (56 Kb)   pdf (294.6 Kb)   docx (386.4 Kb)  
Continuar por mais 32 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com