O Caminho de 1964 e o Ato institucional inicial
Projeto de pesquisa: O Caminho de 1964 e o Ato institucional inicial. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: 515952 • 28/5/2014 • Projeto de pesquisa • 5.171 Palavras (21 Páginas) • 264 Visualizações
SUMÁRIO
RESUMO 05
INTRODUÇÃO 06
Capítulo I O Golpe de 1964 e o Ato Institucional original (“AI-1”) 09
Capítulo II O governo Castelo Branco e o Ato Institucional nº 2 22
Capítulo III O governo Costa e Silva e o Ato Institucional nº 5 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45
ANEXOS 47
RESUMO
A pesquisa aqui apresentada pretende analisar o recrudescimento do regime militar
brasileiro, desde o golpe civil-militar que tomou o poder em 31 de março/1º de abril de
1964, com a derrubada do governo constitucionalmente investido no poder,
representado pelo Presidente da República João Goulart, até a edição do Ato
Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, estudando especialmente os Atos
Institucionais de números 01 a 05 (seus preâmbulos e seus artigos), representativos
que foram de momentos de limitação de garantias políticas e individuais, quando os
mandatários do regime militar procuraram fortalecer a sua posição no poder,
diminuindo a possibilidade da participação política de setores contrários ao governo,
além de ampliar os instrumentos coercitivos para perseguição e punição aos
adversários do regime. Outro ponto a ser estudado para a compreensão do objeto
pesquisado é o reflexo das medidas tomadas pelo regime na sociedade civil e a sua
reação por parte desta, pois a partir desta dialética será possível observar e analisar
muitos fenômenos históricos relativos ao período estudado.
Palavras-chave: Golpe de 1964- ditadura militar- Atos Institucionais.
INTRODUÇÃO
Quase meio século após o movimento golpista civil-militar que apeou do
poder o Presidente da República legal e constitucionalmente nele investido, os
debates acerca daquele momento histórico vêm sendo tratados com interesse
e atenção, em teses acadêmicas, discussões políticas, e mesmo em
programas de televisão e matérias da imprensa escrita.
O interesse pelo tema, que em verdade nunca deixou de suscitar defesas
apaixonadas, tanto por parte daqueles diretamente envolvidos nos
acontecimentos, como por observadores atentos às disputas envolvendo a
conquista do poder político, pode ser também compreendido num momento em
que as eleições para a presidência da República são disputadas por dois
personagens históricos que, de modos diferentes, foram contestadores da
ditadura militar, tendo, ambos, sofrido graves conseqüências pelas suas
posições escolhidas.
Esse fenômeno já havia sido observado quando da efeméride dos
quarenta anos do Golpe de 1964, onde Carlos Fico apontava algumas razões
para o aumento de interesse do tema, como a superação de velhos mitos e
estereótipos ligados à memória histórica do golpe graças a uma
profissionalização das pesquisas históricas referentes ao assunto, bem como a
um desprendimento político possível graças ao distanciamento histórico da
época dos acontecimentos para os dias de hoje.1
Portanto, o estudo de temas relativos ao golpe militar de 1964 reveste-se
de grande importância acadêmica, pois possibilita um prolífico estudo histórico
(e historiográfico), com uma pesquisa acerca de um tema complexo em que há
inúmeras questões controversas, algumas as quais serão abordadas
diretamente no presente trabalho, enquanto outras serão contempladas no
sentido de conferir inteligibilidade às idéias propostas.
Nesse sentido, serão analisados os textos de fontes primárias (Os Atos
Institucionais de nº.s 01, 02 e 05, especialmente, seus preâmbulos e seus
artigos), fazendo a crítica destas fontes, relacionando-as aos momentos de sua
1 FICO, Carlos. Versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. In: Revista Brasileira de
História, vol. 24, nº 47. São Paulo, 2004, p.02.
produção e a conjuntura histórica em que foram produzidas e em que haveriam
de se fazer sentir seus efeitos, bem como às posições já defendidas pela
historiografia referente ao tema, no que se refere aos significados políticoinstitucionais
desta produção normativa.
A definição do recorte temporal escolhido baseia-se na percepção de
muitos autores que tratam do período, de que esta primeira fase da ditadura
militar representou um processo gradual do seu “endurecimento”, afastando o
que seria o objetivo inicial do movimento que derrubara o governo João
Goulart, em constituir somente um governo de transição, devolvendo o país à
ordem democrática, inclusive com realização de eleições, uma vez apeados do
poder
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