O Fichamento Durkheim
Por: andre urias • 22/7/2021 • Artigo • 1.643 Palavras (7 Páginas) • 222 Visualizações
Fichamento Durkheim | julho 21 2021 |
André Urias Diniz de Carvalho – 11758062 | ECEC |
Fichamento Durkheim:
Introdução:
David Émile Durkheim (1858-1917) é considerado o "Pai da Sociologia", pois trouxe para esta ciência elementos como a pesquisa quantitativa para embasar os estudos. Também conseguiu que a Sociologia fosse considerada um disciplina acadêmica por ter sido o primeiro professor universitário da disciplina.
A especificidade do objeto sociológico:
Segundo Durkheim a sociologia é definida como a “ciência das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento”, ou seja, assim como Weber Durkheim acreditava que o seu funcionamento se dava de todo comportamento instituído pela coletividade e que para tornar-se uma ciência autônoma seu objeto de estudos próprio haveria de ser os “fatos sociais”, que expressam toda maneira de agir e suas influências sobre indivíduos exteriores.
O fato social portanto é algo dotado de vida própria externo aos membros da sociedade que influencia os na forma de agir, pensar e agir de determinadas formas. Da perspectiva do autor a o estudo não haveria de ser visto como um conjunto de ações e sentimentos particulares que combinados geram algo novo e exterior à essa sociedade.
A sociedade então não é apenas um conjunto de ações e sentimentos de indivíduos de uma esfera, segundo Durkheim a sociedade é uma síntese e por isso não se encontra nos elementos, os sentimentos que caracterizam este têm uma força e uma peculiaridade que os seres individuais não possuem.
Os fenômenos que constituem a sociedade são de origem coletiva e não individual, por isso eles que devem ser utilizados como objeto de estudo e não as unidades que o compõem, já que a consciência da sociedade se dá a partir da junção das ações e reações das pessoas, umas sobre aos outras que se fundidas dão origem a essa nova consciência.
O método de estudo da sociologia:
Durante o estudo social, como ciência, uma das principais preocupações era desenvolver um avaliar um método que permitiria o estudo científico superando as deficiências do senso comum, concluindo que a melhor forma seria usando como inspiração os métodos de estudos das ciências naturais.
Durkheim estabelece então alguns métodos que devem ser seguidos ao estudar os fatos sociais. A primeira delas e a mais fundamental que é considerá-los como coisas, assim como Weber dizia é necessário haver uma distinção entre o observador e o objeto de estudo para que as pre-noções não interfiram no estudo.
À partir disso seguem alguns corolários: afastar sistematicamente as pré-noções; definir previamente os estudos a serem abordados à partir dos caracteres exteriores que os são comuns; e considera-los, indiferentemente de suas manifestações o mais objetivamente possível, como segundo o autor é colocada como conduta do investigador, que busca compreender até as questões mais obscuros atravessando por elas com transparência e facilidade.
Ou seja o sociólogo deve portanto ter atitude mental de se comportar diante dos fatos da mesma forma que qualquer cientista faria, considerar que se acha diante de objetos ignorados. Ele deve assumir que desconhece completamente o que são fatos sociais, já que os homens não esperam o advento da ciência social para formular ideias sobre o direito, a moral, a família, o Estado e a própria sociedade.
Por isso devem se colocar da mesma maneira que físicos, químicos e fisiologistas quando estudam algo desconhecido, assumindo sua total ignorância e se desfazendo de suas noções prévias ou vulgares e adotando enfim a prática cartesiana de dúvida metódica
A dualidade dos fatos morais:
“As regras morais possuem uma autoridade que implica a noção de dever e, em segundo lugar, aparecem-nos como desejáveis, embora seu cumprimento se dê com um esforço que nos arrasta para fora de nós mesmos, e que por isso mesmo eleva-nos acima de nossa própria natureza, mesmo sob constrangimento”. Esse trecho exemplifica como as práticas sócias agem sobre nós a partir do exterior, o fato moral apresenta a mesma dualidade do sagrado como usado de exemplo, que é ao mesmo tempo por um lado é algo que não se deve violar e por outro também é o ser amado e procurado.
Os ideais que unem membros de grupos sociais leva a ocasiões de aproximação entre as pessoas, dividindo seus interesses com os outros membros da sociedade e partilhando um mesmo tipo de vida moral.
Durkheim ressalta que é necessário revigorar os ideais coletivos, como uma igreja que reúne seus fiéis, que até então estão separados e isolados para se juntar e fazer ressaltar neles as crenças comuns, se refazendo moralmente e reafirmando seus sentimentos e ideias que constituem sua personalidade única, o que nesse movimento garante vitalidade e juventude perpétua do ciclo.
Moralidade e Anomia:
Segundo Durkheim Moral “(...)tudo o que é fonte de solidariedade, tudo que força o indivíduo a contar com seu próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo, e a moralidade base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo, e a moralidade é tanto mais sólida quanto mais numerosos e fortes esses laços”
O que nos leva a reconhecer a ideia de estado de natureza, Durkheim reconhece a anarquia como dolorosa para o indivíduo, de forma que os conflitos e desordem acabam gerando hostilidade geral e desconfiança mútua entre os indivíduos da sociedade, o que leva a perceber a importância de uma corporação reguladora (o Estado) que cumprisse o papel de regulamentação social, para que o indivíduo tenha uma regulamentação moral e profissional sob para frear certos impulsos e a pôr fim aos estados anômicos quando manifestados.
O estudo do sociólogo mostra que o estado de anarquia afeta não somente as instituições econômicas, religiosas ou sociais mas afeta também fortemente os indivíduos, tanto por falta de uma consciência coletiva quanto por melancolia e motivação, em que o indivíduo passa a sobreviver em um ambiente extremamente incerto, hostil e sem propósito, quando essa desmotivação chega em níveis altos e o indivíduo acaba não tendo mais significado, nem objetivos e pode acabar optando pelo suicídio.
Algo que se levado em consideração e comparado com momentos históricos da humanidade, mudanças como uma desvalorização econômica ou fim de instituições sociais acabam desencadeando alguns desses efeitos citados, ainda mais como em um ambiente capitalista, como por exemplo a quebra da bolsa de Nova York, em que por conta de uma brusca quebra econômica muitas pessoas acabaram por tirar suas próprias vidas.
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