Fichamento da obra: O Suicídio de Durkheim
Por: nicollepng01 • 9/4/2018 • Resenha • 1.446 Palavras (6 Páginas) • 867 Visualizações
Na obra "O suicídio", de Émile Durkheim, cujo objetivo é analisar o fato social das
taxas de suicídios na sociedade francesa do século XIX, através do método estatístico, afim de
estabelecer o conceito, a tipologia, as leis e as relações de um sociólogo com o suicídio, uma
vez que tal fato reflete a realidade coletiva.
Para o iniciar qualquer análise, Durkheim defende que se deve aplicar o método
sociológico que resulte no princípio de que os fatos sociais devem ser estudos como coisas, ou
seja, deve-se tratar o objeto de estudo por ele mesmo, sem acompanha-lo com os preconceitos
construídos, logo, tem que trata-lo como uma realidade externa ao indivíduo. Deste modo que
o autor tratará as taxas e o suicídio.
A partir disso, o autor irá conceituar o que é o suicídio, uma vez que é necessário
delimitar claramente o objeto de estudo, tendo em vista que as palavras são ambíguas e podem
gerar confusões e enganar sobre sua natureza, além, também, de criar uma ordem dos fatos que
tenham características comuns entre os diferentes tipos de morte, garantindo a homogeneidade
e especificidade para uma investigação científica. Deste modo, "chama-se de suicídio todo caso
de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato, positivo ou negativo, realizado pela
própria vítima e que ela sabia que produziria esse resultado."(DURKHEIM,1897,pág.14). Com
isto, o motivo central que um sociólogo pode se interessar por um fato, aparemente individual,
é se considerar um conjunto desses suicídas em uma determinada sociedade durante um
determinado tempo, resultando assim em uma fato sui generis, isto é, uma fato novo; original.
Contudo, Durkheim salienta que ao longo dessa análise terão alguns casos excepcionais, pois
produzirão variações que são sempre contemporâneas as crises, fator este que afeta a vida
social, acarretando em "ondas de movimento, disti
argumento é embasado na teoria, na qual a transição de um ano para o outro, os meios que
desenvolvem a vida da sociedade se mantém os mesmos e se a análise considerar um tempo
maior dos dados, revelarão que a diferença considerável nos números se dará em função à
transformações constitucionais daquela sociedade.
Já no quadro II, das variações comparadas da taxa de mortalidade-suicídio e da taxa de
mortalidade geral, as taxas são mais constantes e invariáveis, conforme um período de tempo
mais longo do que o primeiro quadro, além também dos fenômenos demográficos. A partir da
comparação das taxas das mortes suicidas e a taxa de mortes total da sociedade (reduzidas a
100) Durkheim relata que a amplitude é dobrada da última taxa sobre a primeira, além das
médias destas se tornam insignificantes em relação às taxas, tornando-se geral e impessoal, ou
seja, fato que só caracteriza uma sociedade determinada, mas que todas as sociedade
convergiriam para as mesmas taxas, uma vez que isso está atrelado ao nível de civilidade social.
No quadro III, taxa de suicídio por milhão de habitantes nos diferentes países, Durkheim
trará um dos pontos mais importantes do livro que é a taxa de suicídio, sendo uma sequência
de fatos únicos e determinada, de modo que é constituída tanto da permanência, uma vez que
é flexível devido um "conjunto de características distintivas, solidárias umas às outras, que
apesar da diversidade das circunstâncias ambiente, afirmam-se
simultaneamente"(DURKHEIM,1897,pág.24), quanto sofre variabilidade, pois isto está
relacionado à natureza individual. Assim sendo, diferentemente do quadro II, esse quadro é
pessoal a cada grupo social, sendo um índice característico que também é influenciado pela
conjectura constitucional de cada contexto nacional e moral – o autor definirá isso como a
cinestesia social-, mas que cada sociedade manterá essas taxas em função de um coeficiente de
aceleração singular de cada uma. Os dados obtidos nesse quadro ressaltam que há uma
tendência ao suicídio, na qual as sociedades estão coletivamente expostas. Dessa forma, a obra
irá analisar os fatores sociais que agem sobre um conjunto da sociedade e não sobre um
indivíduo específico, porque retoma a ideia de que a síntese de indivíduos em um grupo torna
um fato sui generis. Em suma, a comprovação e estudo dos fatores extra sociais que implicam
no suicídio dentro de uma determinada sociedade será revelada pela taxa de suicídio.
Ao longo do livro, Durkheim reforça que os diversos motivos individuais que levam ao
suicídio não afetam as taxas de suicídio, por isso há a necessidade de traçar características em
comum entre todos os casos para assim analisar uma realidade coletiva social, tornando-o um
fato sociológico, afinal "é a constituição moral da sociedade que estabelece, a cada instante, o
contingente de mortes voluntárias . Existe portanto, para cada povo, uma força coletiva, de
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