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O Fichamento do Artigo Hermenêutica Fenomenológica e Compreensão nas Ciências Sociais

Por:   •  26/6/2022  •  Resenha  •  2.220 Palavras (9 Páginas)  •  99 Visualizações

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA (PPGS)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

Fichamento do artigo Hermenêutica-fenomenológica e compreensão nas ciências sociais

Autores da obra: Paulo César Alves, Míriam Cristina Rabelo e Iara Maria Souza;  

Título: Hermenêutica-fenomenológica e compreensão nas ciências sociais

  • Meio de publicação: Revista
  • Ano de publicação: 2014
  • Local de publicação: Bahia
  • Editora: Revista Sociedade e Estado
  • Edição: Volume 29, Número 1.

  1. Síntese da obra

O artigo “Hermenêutica-fenomenológica e compreensão nas ciências sociais” tem por objetivo identificar os pressupostos subjacentes na ideia de compreensão para as teorias sociais fundamentadas pelos pressupostos hermenêutico-fenomenológicos. O texto é dividido em sessões, sendo a primeira uma introdução que vai permear as problemáticas latentes da pesquisa, os debates sobre subjetividade e objetividade no campo das ciências sociais e como a tradição iluminista e romântica são relevantes na inauguração desse debate.

A segunda sessão, vai de encontro com a teoria iluminista, e seu caráter objetivo, racional e universal. A terceira sessão, por sua vez, permeia os pressupostos românticos, e as novidades para teoria da compreensão, os românticos buscavam romper com a racionalidade cientifica e analisar o eu e o outro, nesse aspecto, os autores vão evidenciar como essa tradição busca, reconstruir o passado para analisá-lo.

As duas últimas partes são complementares, em “reconsiderando o embate entre Iluminismo e Romantismo”, os autores debatem as fraquezas da teoria da compreensão dentro da tradição romântica, que ao buscar reconstruir o passado, acaba recaindo as mesmas objetificações dos iluministas. E, por fim, buscam em Gadamer e Heidegger explicar a hermenêutica-fenomenológica e a teoria da compreensão, onde, o diálogo com o outro deve ser feito por meio de uma mediação histórica e mutável. Ademais, é importante salientar a importância da hermenêutica-fenomenológica e as suas contribuições para as ciências sociais.

Fichamento de conteúdo

  1. Problematização da pesquisa e Objetivos

O texto tem por objetivo identificar os pressupostos subjacentes a ideia de compreensão dentro das teorias sociais que são fundamentadas pelos pressupostos hermenêuticos fenomenológicos. Para isso os autores pretendem discorrer sobre algumas problemáticas evidenciadas: Quais os pressupostos iluministas e românticos (polarizados) estão presentes nas teorias sociais do século XX? Como os iluministas e românticos construíram bases para discussão de objetividade e subjetividade? Por fim, os autores buscam compreender como a hermenêutica contemporânea (de base gadameriana) propõe a superação entre objetivo-subjetivo e quais as consequências desse debate para a teoria social?

  1. Breve discussão teórica e aspectos metodológicos

O artigo utiliza de uma metodologia de referenciais bibliográficos onde é realizado um panorama histórico das ciências sociais a partir das concepções iluministas e suas características teóricas e metodológicas, posteriormente é abordada a tradição romântica, com a sua ruptura, em certa medida, com os iluministas, e a influência em correntes filosóficas como o historicismo. Os autores buscam elucidar os debates entre a subjetividade e a objetividade cientifica dentro das ciências humanas em ambas as tradições, e por fim, corroboram com críticas e superações sobre o dilema entre objetivo e subjetivo por autores hermenêuticos do campo das ciências sociais, com destaque em Gadamer e Heidegger.

Os autores inicialmente procuram evidenciar a problemática que emerge sob as sociologias compreensivas, método de interpretação de motivações e experiências de autores sociais. Segundo mencionam, dentro da sociologia compreensiva, o papel do sociólogo seria apenas re(descrever) aquilo que é emitido pelos agentes sociais. Nesse aspecto, é mencionada a existência de dois pontos de vista sobre as ciências compreensivas, a primeira que a corrente não ultrapassa a superficialidade do que é visto pelo observador ou aquilo que está na consciência do ouvinte, e a segunda que essa corrente sociológica é um complemento as análises macrossociais, com interpretações de cunho objetivista.

Esse encontro entre o objeto de compreensão e a subjetividade vão remontar um longo debate dentro da teoria social, que é se as metodologias das ciências sociais devem se aproximar ou não das ciências naturais. Essa controvérsia foi, de início, formulada pela tradição das ciências do espirito, que estão presentes e obras como de Dilthey, Simmel e Weber.

Fazendo um panorama histórico das ciências sociais, os autores elucidam uma época considerada muito importante para a sociologia, segundo eles, em 1970 começam a surgir teorias críticas às ciências do espirito, alegando que esta era idealista, negligente aos fatores reais e materiais da vida social, meramente contemplativa ou descritiva e por reduzir a hermenêutica a uma história do pensamento.

Com o renascimento da filosofia analítica anglo saxônica, fundamentadas no pragmatismo e na fenomenologia recolocou outras bases a ideia de compreensão como tema central da teoria social “significação na vida cotidiana, com a linguisticidade da compreensão e com as condições de possibi lidade do conhecimento sobre a ação social”. (ALVES apud, ALVES et.al 2014)

Os teóricos das ciências do espirito entendiam o problema da hermenêutica como como compreender a vida que se expressa e se fixa em uma obra. O filósofo hermenêutico Dilthey e seus seguidores são destacados por criarem uma base sólida e cientifica para a análise das significações, e assim, reduzir a hermenêutica a uma questão epistemológica e metodológica.

A teoria hermenêutica diltheyniana tem bases nos pressupostos iluministas e românticos que são teorias polares, e que se contrapõem, em partes, como vai ser abordado posteriormente. Nesse sentido, os autores buscam traçar um panorama primeiramente do debate sobre objetividade e subjetividade na tradição iluminista e na romântica e depois buscam fazer uma reconsideração sobre o embate entre essas duas tradições, demonstrando pontos que as aproximam.

Em linhas gerais, a tradição iluminista foi baseada na ideia de racionalidade, objetividade e universalização, ainda que não desconsiderasse o sujeito, os iluministas buscavam uma análise estrutural da sociedade como um todo, que a análise do individual não permitiria. Os iluministas consideram a realidade objetiva como ponto de partida de todo o pensamento e a razão seria uma força aliada à experiência sensível e à observação.

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