O Futuro da Raça e da Etnicidade
Por: Erick Max • 2/7/2016 • Seminário • 1.052 Palavras (5 Páginas) • 682 Visualizações
O futuro da raça e da etnicidade
A imigração e a renovação das comunidades raciais e étnicas
O barateamento das viagens e dos sistemas de comunicação, e o processo de globalização, de forma geral, esses e outros fatores, têm facilitado as migrações étnicas e raciais em todo o mundo. Essas novas ondas migratórias, em grande parte não planejadas para os países pós-industrializados, por motivos de pobreza, instabilidade política, guerra civil, conflitos étnicos e etc.
Com todas essas migrações internacionais acabou aumentando a diversidade étnica dos países do mundo. Por esse fator nenhum país é etnicamente homogêneo e, em muitos países, o grupo étnico mais numeroso equivale a menos da metade da população.
Uma estrutura vertical
Em comparação com outros países, o Brasil é uma sociedade relativamente tolerante. Apesar disso, o grau de tolerância em nossa sociedade só pode ser avaliado com base em uma analise de nossa estrutura socioeconômica. Povos indígenas e afrodescendentes continuam na base dessa estrutura, o que os caracteriza como os grupos que possuem menos riqueza, menor renda, menor escolaridade e menor acesso a saúde de qualidade entre outros recursos sociais. Os povos indígenas e os negros têm sido as principais vítimas das diversas formas de preconceito racial no Brasil.
No que se refere aos indígenas, as palavras que melhor descrevem o tratamento recebido por eles são expulsão e genocídio. Estima-se que, na época da chegada dos portugueses, a população indígena no território brasileiro contasse com cerca de mil povos perfazendo um total de três ou quatro milhões de pessoas. Em 2000, existiam cerca de 220 e povos totalizado perto de 370 mil pessoas. Desde a chegada dos portugueses, os povos indígenas constitue a minoria étnica que receberam o pior tratamento por parte dos governos.
A partir dos anos 1980, tem-se verificado um crescimento constante e regular da população indígena. Apesar disso, alguns povos tem experimentado um declínio populacional e outros estão sob o risco de extinção. De acordo com dados do Instituto Socioambiental, 12 povos têm hoje um população entre 2 e 38 indivíduos.
Com a constituição de 1988, algumas mudanças importantes foram introduzidas em relação aos direitos dos povos indígenas. Como o respeito ao povo e a cultura indígena, a demarcação de terras. Mas talvez a mais importante delas foi o abandono da perspectiva assimilacionista. De acordo com essa perspectiva, os povos indígenas eram visto como uma categoria social transitória, e fadada ao desaparecimento. Esse era um projeto claramente associado à ideia de uma unidade étnica nacional e seu abandono representa um passo importante na direção de uma sociedade pluriétnica, baseado no direito a diferença.
Já em relação à população negra, estima-se que foram trazidos cerca de três milhões de negros para o Brasil como escravos. Depois da Nigéria, o Brasil é o país que tem o maior número de habitantes negros do mundo. De acordo com o Censo de 2000, os brasileiros afrodescendentes somam pouco mais de 76 milhões de pessoas, o que corresponde a 45% da população do Brasil.
Assim como ocorreu com as populações indígenas, a população negra no Brasil é marcada por uma história de políticas discriminatórias por parte dos governos. Apenas entre os anos 1930 e 1980, o Estado inverteu sua posição e contribuiu para alimentar o mito da democracia racial. Nesse processo, ocorreu a promoção de diversos símbolos da cultura negra ao status de emblema nacional, como é caso do samba, e da feijoada. Ao divulgar o Brasil como uma espécie de paraíso em termos de relações raciais, o Estado ficou aquém da realidade que envolve racismo, discriminação e desigualdades raciais.
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