O Imbróglio de Afetar-se ou Não Pelo Objeto
Por: Dvd Dvae • 1/5/2019 • Ensaio • 3.855 Palavras (16 Páginas) • 142 Visualizações
O imbróglio de afetar-se ou não pelo objeto, e a
Objetividade Subjetiva, na luta pela manutenção de Direitos,
Prefácio
A busca pelo entendimento real impõe ao pesquisador uma interpretação apurada via analises e observações, no intuito de compreender algo que literalmente é “Próprio” do objeto e do ambiente de pesquisa. Entendendo que, as relações de vivência entre este objeto, seus pares, e destes com seu meio, é o que determina sua (sobre) vivência. Esse imbróglio factual permea e aguça tanto o interesse dos pesquisadores de campo em sua necessidade de “tocar” o objeto, quanto dos analistas de gabinetes que, se vislumbram ante o “fervor” proporcionado pelo êxtase bibliográfico.
É preciso levar em conta a inquietação que muito acomete pesquisadores quanto à melhor forma de comportar-se em campo, deixando-se afetar ou, blindar-se de vícios, recaindo numa espécie de “comportamento liquido”, deixando transparecer que o modo “duro”, pré-estabelecido e viciado pode não ser a melhor opção para se obter, o real conhecimento.
Problemas e solução
A busca pelo conhecimento não se separa da conceituação de problema uma vez que, em seus primórdios a abordagem filosófica, pautava-se unicamente pela idéia da admiração, pois segundo Bornheim (1969, p.11) é “ na admiração que encontramos um comportamento de abertura o mais espontâneo e original possível do homem diante da realidade.”
Porem, o conceito de admiração por si só constituía um imbróglio, pois foi constantemente questionado e taxado como “método ineficaz” e não confiável de se obter conhecimento real, pois suas teorias pautavam-se das conclusões Humanas (doxa). Situação que os cientistas (episteme), recusavam-se a endossar uma vez que o homem é por natureza um ser instável temperamental e sujeito a conclusões viciosas e eivadas de pré-julgamentos.
O Cerne da pesquisa
O cerne que origina este trabalho é entender como se da à dinâmica relacional entre indivíduos de uma mesma classe profissional, em relação às ditas instituições que tem por pressuposto, representá-los, em torno de suas demandas, alem de apoiá-los em questões jurídicas e trabalhistas. Essa relação Muito me inquieta, pois, fiz parte de associação representativa de classe, assim como fui sindicalizado e acompanhei de perto a atuação de sindicatos que prezam (ou pelo menos dizem) por representar uma mesma classe (agentes penitenciários), mas cada qual tem sua nuance de atuação bem definida e distinta uma da outra .
Tal situação reverbera, um embate voraz, entre, no caso a Associação, que “não representa juridicamente e de forma oficial a classe, em questões trabalhistas”, (discurso dos membros do sindicato) mas que, nasceu exatamente da inércia e no vácuo do Sindicato que, sendo este, o representante legitimo e oficial da classe, nada fazia, e o que é pior, tinha seu “foco da atuação voltado somente para a capital do estado como se o interior, não existisse.” (discurso dos membros da Associação).
A Hipótese
Ao buscar entender como se dava a dinâmica relacional entre indivíduos de uma mesma classe profissional que estavam dividos, e em situação de crise perante sua estrutura representativa, e que, ao mesmo tempo se encontravam acuados perante a possibilidade real de perda de direito, que, ainda não havia ganhado, mas que, estava sendo tratado como instrumento de “barganha” pela classe política que hora, davam como certa a concessão de aposentadoria especial a esses profissionais, e que outrora retiravam tal possibilidade. Num jogo político covarde e seletivo, protagonizado conjuntamente pelo “audaz” Governo Federal (poder executivo), e pela “recipiente” comissão especial de Deputados Federais (poder Legislativo) que imbuídos, de elaborarem o relatório final que viria a definir as novas regras de aposentadoria a ser adotada pelo INSS (instituto nacional de seguridade social), intitulada pelo governo de “reforma da previdência” que, tendia a fazer uma reformulação total na atual forma com que todos os cidadãos Brasileiros ou sua grande maioria devem se aposentar.
Sem querer entrar no mérito da questão, que obsta uma outra vertente de debate, busquei, tentar entender e analisar através da Observação participante, a dinâmica de ação com que membros de uma ou mais instituições representativas oficiais de classe reagem e se articulam para fazer frente a tal ameaça de ursupação de um direito, que ainda, não havia se constubanciado, mas já se esvairava definitivamente como possibilidade, por conta de manobras políticas capitaneadas pelo poder executivo que, em sua fugaz perspectiva que, não tinha a mínima intenção de beneficiar essa ou aquela classe de trabalhadores privados ou públicos, e muito menos de mudar uma virgula em seu projeto “nefasto” (termo utilizado por um dos membros quando deslocávamos do ônibus ate Brasília) de reconfiguração das aposentadorias no país.
O Objeto
Busquei focar minhas analises no comportar dos servidores do sistema prisional, mais efetivamente em Agentes penitenciários e em duas instituições representativas desta classe quais sejam ASSPRIJUF - Associação dos sistemas socieducativo e prisional, e no SINDASP - Sindicato dos agentes penitenciários de Minas Gerais. Sou filiado a ambos, porem sou ativo somente na Associação. Situação a qual me propus, por assim dize, como os demais agentes, sentir-me carente e abandonado em questões que envolvessem direitos e demandas relacionadas à minha atividade laboral. Parafresando Evans Pritchard (2005, p.243) ao dizer que “ na ciência, como na vida só se acha o que se procura.” Então, tentei entender o antagonismo em torno do “descaso” e a inércia do Sindicato para com a classe de agentes penitenciários, e a euforia destes ante a realidade efetiva e transformadora que a Associação vinha promovendo para eles, construindo parcerias, convênios com clubes, plano de saúde e odontológico, descontos diversos em lojas e prestadoras de serviço, enfim, uma instituição suprindo o vácuo deixado pela outra.
Não obstante, o País perpassava por um conturbado período de crise política em que, assim como outras classes, os agentes penitenciários se virão marginalizados, perante as mudanças impositivas propostas pelo governo do Presidente Michel Temer, que tentava aprovar a todo custo reformas que tendiam a mexer com os Direitos previdenciários e trabalhistas do povo Brasileiro, e de carona impedir que os agentes, fossem incluídos no capitulo da dita reforma, que trata da “Aposentadoria Especial” á ser concedida a algumas (limitadas) categorias de trabalhadores.
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