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O Mercado dos Bens Simbolicos

Por:   •  19/11/2022  •  Resenha  •  641 Palavras (3 Páginas)  •  251 Visualizações

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Curso: Jornalismo

Disciplina: Sociologia da Cultura

Aluno: Rosimeire Alves Sousa

Texto: As estruturas da indústria cultural brasileira no século XX: o estado, os meios e os agentes após os anos 1960. Ortiz, R.  1988 2001. O mercado dos bens simbólicos.  In: A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense.

Em o Mercado dos Bens Simbólicos, Renato Ortiz traz uma reflexão sobre o mercado dos bens culturais, a partir das transformações ocorridas na década de 60 e 70 no Brasil. Como parâmetro para sua tese, o autor se baseia em dois aspectos políticos da história brasileira, o Estado Novo e Golpe Militar de 64.

Segundo Ortiz, o crescimento dos mercados culturais, se dá em parte, pelas razões de fundo, isto é, o capital econômico, ao passo que também se relaciona com as transformações por que passa a sociedade. Nesse sentido, o autor comparou o Golpe Militar e Estado Novo, e nos dois momentos ele concluiu que o que definia o aspecto político era uma visão autoritária do Estado, na qual a era cultura alvo constante de censura, ao mesmo passo que os interesses dos empresários da cultura e do Estado eram semelhantes.

Dentro desse contexto, Ortiz apresentou alguns conceitos sobre o Estado Militar. Em sua perspectiva, esse advento politico possui dois significados, um seria a própria dimensão política e o outro aponta para as transformações que ocorrem em nível de economia. O resultado, conforme o autor, seria a repressão, a censura, prisões e até mesmo, exílios.

Nesse contexto, Ortiz afirma existir uma diferença entre os bens materiais e os bens culturais, sendo que o último aponta para problemas ideológicos e por isso, o Estado agiria de forma diferente, já que a cultura pode expressar valores e disposições contrarias a vontade política.

O Estado, juntamente com os empresários seriam, na visão do autor, responsáveis por provocar a censura, na medida que o interesse de ambos se relacionasse. Segundo ele, a ideologia do Estado era moralista, enquanto que as dos empresários era mercadológica.

Para Ortiz, a censura possuía duas faces, uma repressiva e outra mais disciplinadora. A primeira é puramente negativa e a segunda é mais complexa, pois procura incentivar um determinado tipo de comportamento.

Ao explicar a censura de 64, Ortiz fala que ela agia com uma repressão seletiva, na medida que impossibilitava a emergência de um determinado pensamento ou obra artística. Sobre isso, ele ainda menciona que o ato de censura alcançava as peças de teatro, os filmes e os livros, mas não o teatro, o cinema e a indústria editorial. A censura atingia a especificidade da obra, mas não a generalidade da produção.

A questão da censura também é aprofundada pelo autor com a explicação da Ideologia da Segurança Nacional, que constitui o fundamento do pensamento militar em relação a sociedade. Essa ideologia concebe ao Estado a faculdade de impor as normas de conduta a serem obedecidas por todos.

Na discussão proposta por Ortiz, a evolução do mercado de programa no Brasil está intimamente ligada ao Estado, fazendo com que próprio Estado seja um dos principais anunciantes, e assim, detenha um forte poder de censura econômica. Desse modo, não haveria, conforme Ortiz, um conflito aberto entre desenvolvimento econômico e censura.

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