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O Modernismo e a questão Nacional

Por:   •  24/1/2018  •  Artigo  •  1.159 Palavras (5 Páginas)  •  251 Visualizações

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O Modernismo e a questão nacional – Monica Pimenta Velloso

Introdução:

- O modernismo como processo e movimento contínuo:

O sentido do modernismo está localizado na dinâmica histórica. A consciência dele surge com a ruptura com o passado (segundo Le Goff). No Brasil essa ruptura é marcada pelo fim da Guerra com o Paraguai, 1865-1870. Segundo a autora, o Modernismo é um processo e movimento continuo porque vai desencadear vários outros movimentos.

- A Semana de Arte Moderna

No Brasil a instauração do modernismo é ligada a uma tradição intelectual que foi situada na cidade de São Paulo, na década de 1920 e que resultou na semana de Arte Moderna, considerada um marco do nosso modernismo.

A Autora destaca, no entanto, que o modernismo é um processo bem mais complexo. Antes dessa semana acontecer já existia um movimento literário denominado modernismo, composto de intelectuais que formavam  a “geração de 1870”, esboçavam indícios da necessidade de mudanças no mundo político. Contrastando a imagem de um mundo novo com as ruínas do antigo, mostrando que esse movimento já dava sinais em várias cidades.

- A busca pela integração do Brasil na cultura ocidental e a nacionalidade

Iniciado na Faculdade de Direito de Recife, liderado por Tobias Barreto ocorre um movimento que através da compreensão da nacionalidade brasileira tentou situar o Brasil no contexto internacional. A nacionalidade era caracterizada por um “atraso cultural” e “inferioridade étnica”, sendo o país um resultado do meio físico e geográfico, da raça e do momento. Foi o então estilo tropical e a mistura étnica-cultural os fundamentadores da nossa literatura, caracaterizada por sua falta de disciplina e unidade mas repleta de emoção, imaginação e sensualismo.

A nacionalidade é então algo a ser aprimorado pelo saber científico das elites intelectuais, por ocuparem papel de superioridade intelectual deveriam revelar  e organizar a nacionalidade. Não somente autoritários, essa geração também é marcada pela presença de uma sensibilidade modernista.

O Movimento Modernista Paulista

- O fim do padrão universal de desenvolvimento e o interesse pelo “novo”

A ideia da “evolução étnica” cai por terra, desfazendo a ideia de um padrão universal de desenvolvimento e considerando a existência de singularidades e expressões culturais únicas, despertando o interesse pelo conhecimento de outras culturas,  tirando a Europa do centro e do modelo civilizatório do mundo, tanto que artistas e intelectuais europeus vem ao Brasil buscar inspiração na literatura, na música popular e no folclore brasileiro.

A vinda desses intelectuais motivou a formação das “caravanas modernistas”, que viajavam pelo interior do Brasil na busca de conhece-lo profundamente.

- As “caravanas modernistas”

Mario de Andrade considerou essas viagens como verdadeiras viagens etnográficas que resultaram em um inventário popular publicado por meio de crônicas no “Diário Nacional”.

As caravanas permitiram aos intelectuais elaborar o aprendizado da modernidade, dispostos a integrar outros saberes sempre mediados pela brasilidade. Cendrars respresentava o elo entre os intelectuais brasileiros e a vanguarda europeia.

- A preocupação com a elaboração de um pensamento que não fosse caricatura do moderno europeu

O movimento brasileiro foi considerado, em grande parte,  o reflexo do movimento europeu, não considerando a releitura que nossos intelectuais faziam das tradições europeias e, que outros fatores que não o imitativo, impulsionavam a atualização cultural.

As diferentes respostas essa situação resultou em diferentes relatos do Brasil, deixando claro a heterogeneidade do modernismo paulista que é formado por várias visões distintas, sempre focados na atualização da cultura, enfatizado em o “Manifesto do Pau-Brasil”, de Oswald Andrade, publicado no “Correio da manhã”, onde ele expressava a necessidade de “acertar o relógio do império da literatura nacional”.

- A pesquisa da brasilidade

A partir de 1924, é vista a necessidade de discutir a mediação dessa passagem e refletir sobre o próprio passado. É nesse momento que surgem diferentes visões ideológicas e as divergências entre os modernistas sobre a nacionalidade, que refletiu em acontecimentos políticos-culturais, como a Revolução de 30, a Revolução  constitucionalista de 32, o movimento comunista de 35, a instauração do Novo Estado 1937-1945 e a redemocratização de 1945.

- Os verde-amarelos

Eram a vertente conservadora do modernismo paulista. Acreditavam que a busca pela brasilidade era concebida como um “retorno ao passado”. Utilizavam como figura simbólica o “Curupira”, que por ter os pés virados para tras representava a ideia do eterno retorno no tempo.         Considerando que o entendimento da brasilidade só acontece pelo retorno ao passado, possibilitando a explicação da nacionalidade.

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