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O PT e o PSDB em São Paulo: Análise das Eleições de 2002, 2006 e 2010 para Deputado Estadual e Governador

Por:   •  20/6/2015  •  Resenha  •  3.409 Palavras (14 Páginas)  •  212 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS[pic 1]

CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

O PT e o PSDB em São Paulo:

Análise das Eleições de 2002, 2006 e 2010 para Deputado Estadual e Governador

Trabalho para a disciplina Partidos e Sistemas Partidários, ministrada pela Prof. Maria do Socorro Sousa Braga.

São Carlos-SP

 Junho de 2011

Introdução

Com o fim do AI-5 em 1979, libera-se a criação de novos partidos políticos, o bipartidarismo compulsório chegava ao fim. O resultado foi a proliferação de partidos, muitos advindos das legendas do período militar, ARENA e MDB. Esses, utilizando a classificação de Duverger (1970) seriam de origem parlamentar[1], isto é, surgiram das atividades parlamentares e geralmente representavam grupos que estavam alojados nesses partidos por não tinham força o suficiente para atender os critérios exigidos pelo Regime Militar para a formação de um partido[2]. (Kinzo, 1988)

Os arenistas na tentativa de espantar o sentimento de impopularidade que causava esta sigla, mudam o nome do partido para PDS (Partido Democrático Social), sua força se reduz porque parte considerável de seus membros migram para o PP (Partido Popular) que posteriormente se integra ao PMDB. Ao contrário da ARENA, o partido de oposição ao Regime Militar, MDB, manteve seu nome, acrescentando a palavra “Partido” no início da sigla. Entre os partidos que saem do MDB estão PTB, PDT. Num segundo momento após um racha dentro do partido por conta de divergências sobre questões da Constituinte de 1987/88 um grupo dissidente formará PSDB.

Diferente dos partidos de origem parlamentar, o Partido dos Trabalhadores, que é formado em 1980, tem sua origem nas massas, com o apoio de grupos como o operariado industrial, sindicalistas, movimentos sociais urbanos, assalariados de nível médio, igreja (por meio das Comunidades Eclesiais de Base). Surgindo com uma base ideológica que tendia a esquerda socialista, o PT na classificação duvergiriana é um partido de origem externa. (Reis, 2010; Kinzo, 1993)

A origem externa do PT fica clara quando observamos a forte influência do Novo Sindicalismo no seu processo de formação, 60% da primeira chapa era composta por sindicalistas. Tal influencia só diminui de proporções quando o partido é nacionalizado em 1981, trazendo novos atores para o partido. A militância representava a conjunção dos grupos internos conferindo assim ao PT um crescimento diferenciado em relação ao outros partidos.

Em São Paulo o PT consegue se organizar rapidamente passando de 70 comissões para 170 em menos de um ano. A velocidade impressionante fez o PT crescer 80 vezes em um período de 18 meses. A rápida expansão do partido, e as bases conseguidas nas periferias[3] da cidade de São Paulo renderam ao partido a prefeitura desta metrópole com a vitória de Luiza Erundina em 1988. No ano seguinte o PT consegue o segundo lugar nas eleições presidenciais, com Luiz Inácio Lula da Silva, ficando perdendo no segundo turno para Fernando Collor, do PRN. (Meneguello, 1989)

Lula concorre em todas as eleições para a presidência da República de 1989 a 2006, ficando em segundo lugar nos pleitos 1994 e 1998, vencidos por FHC, do PSDB. Em 2002 o petista vence as eleições deixando em segundo lugar o pessedebista José Serra, sua vitória representa um salto da democracia brasileira para um novo patamar institucional, mostrando que era possível que a esquerda chegasse ao poder sem gerar crise, e que a rotatividade no poder poderia acontecer com a oposição assumindo o papel de situação. Essa vitória mostra o aprendizado de Lula e do PT com as eleições anteriores, adotando para 2002 uma postura mais moderada e equilibrada, com políticas de “orientação social-democráticas conjugada com a continuidade de políticas econômico-financeiros austeras”. (Reis, 2010, p.67)

O papel desempenhado pelo PT na presidência da República rendeu a reeleição de Lula em 2006 e a vitória de Dilma em 2010 (vencendo mais uma vez um candidato do PSDB). A superioridade petista na executiva nacional não refletiu de forma decisiva na escolha do governador de São Paulo. O PSDB ocupa o Palácio dos Bandeirantes desde 1995 quando Mário Covas assumiu o poder. Nas últimas quatro eleições o PT apostou em três nomes diferentes sem obter sucesso[4].

O PSDB, assim como a maioria dos partidos brasileiros da década de 1980 é de origem parlamentar, e como já foi dito, nasceu como uma dissensão do PMDB durante a formulação da Constituição brasileira de 1988. As principais divergências entre o PMDB e o grupo que criou o PSDB eram a defesa de um mandato de 5 anos pelo primeiro, e a adesão ao parlamentarismo pelo segundo. Além disso o grupo dissidente queria lançar Covas à presidência o que dificilmente iria acontecer num PMDB que tinha Orestes Quércia e Ulysses Guimarães com pretensões a candidatura. (Kinzo, 1993)

Em junho de 1988, o grupo dissidente consegue formar o Partido Social-Democrata Brasileiro. Antes da sua formação foi preciso “decidir a amplitude do aspecto ideológico do partido, de modo a compatibilizar um perfil definido do centro-esquerda com a indispensável viabilidade político-eleitoral”(Kinzo, 1993, p.48). Como havia a pretensão de lançar a candidatura de Covas à presidência optou-se por admitir a entrada de dissidentes de outros partidos, como PFL, PTB e PDT. Assim o PSDB já nasce grande, sendo a terceira maior bancada do Congresso com 8 senadores[5] e  37 deputados federais[6].  

Sem êxito nas eleições para presidente em 1989, os “tucanos” conseguem eleger Fernando Henrique Cardoso para a presidência do país, em 1994 e 1998 e se tornam hegemônicos no estado de São Paulo se tratando da executiva estadual.

Chamo a atenção para esses dois partidos porque eles são hoje as principais forças no cenário político quando se trata do executivo federal, e como veremos no presente trabalho, se destacam nas eleições paulistas para os cargos de governador e deputado estadual. O trabalho tem por objetivo analisar os resultados das três últimas eleições para os cargos executivos e legislativos do Estado de São Paulo (2002, 2006 e 2010), verificando quais os partidos que obtiveram maiores votações e cadeiras para Câmara Estadual, e como foram as  votações para governador já sabendo que o PSDB se fez absoluto nas três eleições analisadas.

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