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O Que é Etnocentrismo

Por:   •  12/7/2019  •  Resenha  •  1.252 Palavras (6 Páginas)  •  390 Visualizações

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Resenha sobre:

ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 5º ed. São Paulo: Brasiliense, 1988.

Helen Bovo Tormina Zanão

        O Autor desta obra, é carioca, nascido em 1951 e é formado em Comunicação Social pela PUC- RJ, mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, também mestre em Antropologia Social pelo Programa de Pós-graduação do Museu Nacional da UFRJ. No momento da publicação deste livro, encontrava-se no doutorado da mesma instituição.

        Em “O que é Etnocentrismo”, Rocha define logo no começo do texto o conceito de Etnocentrismo, o problema que ele representa, e chama a atenção para a trajetória percorrida pela disciplina da Antropologia Social até que esta, que de acordo com o autor nasceu marcada pelo etnocentrismo o pudesse superar. O autor destaca que o etnocentrismo não é exclusivo de uma determinada sociedade ou época, e que seu “pano de fundo” é o choque cultural: surge da constatação das diferenças.

        O livro descreve em cinco capítulos o caminho percorrido pela antropologia do etnocentrismo até o relativismo cultural, sendo eles respectivamente: Pensando em partir, Primeiros movimentos, O passaporte, Voando alto e A volta por cima. O último capítulo, Indicações para leitura, é expositivo, contendo a bibliografia recomendada pelo autor para um aprofundamento sobre o tema da relativização.

        Em “Pensando em partir”, Rocha define Etnocentrismo como sendo uma visão de mundo onde nosso próprio grupo é tomado como referência do que é certo, civilizado e evoluído, e todos os outros são pensados e sentidos através de nossos “valores, modelos e definições do que é existência”. A partir da definição, o autor descreve um caminho que este pensamento pode evocar sobre “o outro”: o espanto, a curiosidade perplexa, a dúvida ameaçadora e por fim a decisão hostil. O Etnocentrismo provoca o julgamento do valor da cultura do outro, e nega-se ao outro a autonomia para falar de si mesmo. Como um contraponto ao Etnocentrismo, o autor apresenta o conceito de Relativismo, com o qual veríamos as coisas do mundo como a relação entre elas. Neste, o olhar comparativo analisaria as questões menos por um prisma de essência e mais por uma posição. Os atos seriam vistos no contexto em que acontecem e “o outro” pensado nos seus próprios valores. A partir daí, podemos ver as diferenças como soluções diversas a limites existenciais comuns, não mais como uma ameaça mas como alternativa.

        No segundo capítulo, “Primeiros Movimentos”, Rocha reforça que o objetivo do livro é mostrar como o etnocentrismo foi sendo superado dentro da antropologia. Para tanto, ele regressa ao século XVI narrando a inquietação e espanto dos navegadores diante da descoberta de novos povos. Chegando ao século XIX, o autor discorre sobre o escalonamento das etapas evolutivas feitas pelo Evolucionismo, a ligação entre o Evolucionismo biológico e o surgimento do Evolucionismo social, onde sociedades contemporâneas assumiam um posto de imagem do passado. Neste, presumia-se que todas as sociedades caminhavam de modo linear em um mesmo sentido e o conceito de cultura funcionava como um medidor deste “estágio evolutivo”, onde o outro é diferente por estar “um estágio antes”, ou “atrasado evolutivamente” por assim dizer. Aos poucos, a perplexidade com relação ao outro vai dando lugar a novas ideias, onde as diferenças procuram ser compreendidas. E é justamente a partir deste olhar para o outro, onde se assume o quão pouco se sabe, que faz com que o sistema evolucionista, nas palavras do autor, “se exploda”, pois para se assumir que “o outro” sou eu mesmo ontem, é primeiro preciso que se enxergue o outro como ser humano, uma imagem do que eu mesmo posso ter sido.

        No terceiro capítulo, “O passaporte”, é abordado pensamento de Franz Boas e a escola por ele gerada: a escola americana ou difusionismo, a qual se propunha estudar cada cultura no seu particular, o que cada grupo a partir de suas condições produzia. Dos alunos de Boas, saíram três vertentes de estudos: cultura e ambiente, personalidade e cultura, linguagem e cultura. Cada uma destas vertentes tem seus méritos particulares e um problema em comum: o reducionismo. As três mantêm também um ponto etnocêntrico em comum com o evolucionismo que é sua pauta central na história (tendo o evolucionismo dado muito mais importância a esta que o difusionismo). Ainda sim, a escola de Boas foi muito importante no século XX e revolucionou o olhar sobre “o outro”.

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