O Thomas Hobbes
Por: Débora Cristina • 11/11/2018 • Seminário • 975 Palavras (4 Páginas) • 137 Visualizações
Explique por que Thomas Hobbes pode ser considerado precursor da forma moderna de pensar política e o homem, levando em conta, contudo, a importância de contribuições progressivas de autores como Maquiavel e Bodin, na composição do seu argumento.
A concepção clássica de pensar política e o homem via política como algo natural do homem, como ele é um ser naturalmente gregário e tem uma pré-disposição para à coletividade, sob influência do termo zoon politikon, criado por Aristóteles. A política estava diretamente ligada à moral e influenciada pela religião. O conceito de República era definido por agregado de famílias. O método que os autores clássicos usavam eram historicistas, indutivos e empirista.
Hobbes rompe com a forma clássica, pois ele prioriza a razão individual e, não parte do princípio que o homem é um ser político naturalmente, pois ele se torna político no meio social. Ele usa o método analítico sintético e demonstrativo, criado por Descartes. Hobbes incorpora o conceito de soberania, composto por Bodin, que refere-se a um poder exterior capaz de exercer coesão, sendo diferente de governo. Ademais, ela é indivisível, perpétua e absoluta.
“Como em Bodin, também em Hobbes o absolutismo da soberania acarreta sua indivisibilidade, e desdenhosa rejeição de governo misto. Dividir o poder, é dissolvê-lo. Os fragmentos do poder reciprocamente se destroem. Tornam-se outras tantas facções, pessoas soberanas. Verdadeira doença do corpo social: é como se um homem “com cabeça, braços, peito e estômago próprios”. As características dessa soberania absoluta e indivisível são as mesmas que em Bodin e, em primeira linha, encontramos o poder de promulgar e de abolir a lei. Mas Bodin está afastado e superado, na medida em que é o herdeiro de uma longa tradição, estoica e cristã, de limitação do Poder pelo direito natural (no sentido clássico e não hobbiano do termo). “ (CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias.1980. p. 75)
Maquiavel deixa seu legado na teoria de Hobbes, de modo que, separa a política de moral e, com sua apologia ao estado forte. Como Hobbes via a sociedade em seu estado de natureza como um grande caos, era necessário um estado forte para estabelecer a ordem.
Segundo Hobbes, o homem está em seu estado de natureza e goza de total liberdade e uma volição irrefreável. Por conseguinte, eles estariam em uma situação precária (guerras de todos contra todos). Por o homem ser racional, o estado de natureza é contrafactual. Para a resolução dessa situação, surge uma configuração que estabelece através de um pacote de submissão ou contrato social, que, por meio desse, os indivíduos atribuem a um tercius o poder de garantir o comprimento dos contratos.
“E dado que a condição do homem (conforme foi declarado no capítulo anterior) é uma condição de guerra de todos contra todos, sendo neste caso cada um governado por sua própria razão, e não havendo nada, de que possa lançar mão, que não possa servir-lhe de ajuda para a preservação de sua vida contra seus inimigos, segue-se daqui que numa tal condição todo homem tem direito a todas as coisas, incluindo os corpos dos outros. Portanto, enquanto perdurar este direito de cada homem a todas as coisas, não poderá haver para nenhum homem (por mais forte e sábio que seja) a segurança de viver todo o tempo que geralmente a natureza permite aos homens viver. Consequentemente é um preceito ou regra geral da razão que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra. A primeira parte desta regra encerra a lei primeira e fundamental de natureza, isto é, procurara paz, e segui-la. A segunda encerra a suma do direito de natureza, isto é, por todos os meios que pudermos, defendermo-nos a nós mesmos. Desta lei fundamental de natureza, mediante a qual se ordena a todos os homens que procurem a paz,
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