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O ativismo digital e os seus efeitos na política

Por:   •  30/4/2017  •  Artigo  •  2.346 Palavras (10 Páginas)  •  245 Visualizações

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
PÓS GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL - PÓSCOM

MESTRANDO - APARECIDO ANTONIO DOS SANTOS COELHO
SOB ORIENTAÇÃO - PROFESSOR DR. FÁBIO JOSGRILBERG

DISCIPLINA DIREITO À COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO


O ativismo digital e os seus efeitos na política

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Resumo

Neste do artigo proponho a explanar como que o ativismo digital pode funcionar no Brasil. O que falta para chegar a este patamar? As manifestações chegaram a atingir seus objetivos? As reinvindicações populares foram atendidas e mantidas? No artigo proponho expor seus resultados e consequências dos protestos ocorridos nas Manifestações de Junho no Brasil e a Primavera Árabe nos países do Oriente Médio que contou com a ajuda intensa e contínua das redes sociais e culminou no impacto global e na queda de um ditador no Egito. Além disso, pretendo explanar sobre como o ativismo digital pode se tornar um movimento político funcional além de uma eficaz política pública onde o governo e a sociedade pode ter maior aproximação.

Palavras-chave

Comunicação, ciberpolítica, protestos, redes sociais, internet.

1. As manifestações de junho

“On résiste à l'invasion des armées, on ne résiste pas à l'invasion des idées" (HUGO, 1877)

Uma nação que pratica mudou, um país em pleno desenvolvimento, personagem ativo do cenário global e da política internacional, que está acabando com a pobreza extrema, que mantém a inflação e a política econômica sob controle, mas que que tem graves problemas de transporte público, educação e saúde. Um país que tem uma classe política medíocre e corrupta. Isso há anos causa ebulição nos populares e alimentando uma indignação coletiva que acabou criando uma movimentação intensa no ambiente digital, na sociedade com repercussão internacional.

"Mais uma vez, os protestos explodiram em um país que, ao menos de acordo com a mídia, encontrava-se em seu ápice econômico, desfrutando da alta confiança depositada no próprio futuro" (ŽIŽEK, 183).

Começo citando o movimento Passe Livre que começou nas redes sociais, principalmente Twitter e Facebook sobre o aumento da passagem de ônibus em 2013, quando o grupo Movimento Passe Livre conseguiu mobilizar milhares de pessoas em várias capitais e cidades brasileiras estimulando-as a se manifestar contra o aumento da tarifa de ônibus.

Foram duas semanas de manifestações, uma rebelião urbana que culminou em uma comoção popular, várias pessoas se sentiram identificadas pela mensagem "não é só pelos 20 centavos", em referência ao aumento das passagens de ônibus na cidade de São Paulo, por exemplo. Podemos dizer que com muita articulação por meio das redes sociais na web como o Facebook e Twitter, muitos brasileiros conseguiram mostrar sua indignação contra várias mazelas que atingem o País, vide a imagem icônica da invasão ao Congresso Nacional, que é a casa parlamentar bicameral da República Federativa do Brasil.

Ao mesmo tempo que estavam indignados, eles mostravam respeito com o que a edificação representa ou pelo menos deveria representar, pois, na visão da opinião pública os políticos brasileiros não fazem o trabalho como deveria. O impacto do protesto foi tão intenso que grupos regionais do Movimento Passe Livre foram criados. Todos em um objetivo comum, buscar a melhoria da política do transporte público, extinção da tarifa de ônibus e entre outros.

"Devemos evitar o essencialismo aqui: não existe um único objetivo "real" perseguido pelos manifestantes, algo capaz de, uma vez concretizado, reduzir a sensação geral de mal-estar. O que a maioria dos manifestantes compartilha é um sentimento fluido de desconforto e descontentamento que sustenta e une demandas particulares" (ŽIŽEK, 184).

No entanto, com a indignação coletiva e insatisfação geral, várias pautas foram colocadas na manifestação. Os conhecidos problemas de saúde, habitação, segurança pública e corrupção. Com isso, houve perda de foco em muito dos protestos. Acabou tornando-se uma grande massa insatisfeita que protestava junto por vários problemas que culminou a Presidente da República entrar em cadeia nacional para tentar tranquilizar a nação sobre a compreensão da situação e que logo todos os problemas seriam resolvidos. Essa grande manifestação de junho foi impactante, mas, passando o tempo, mostrou-se irrelevante devido ao retorno que o governo deu. Praticamente as coisas continuaram como seguiram 'normais'.

É a situação que mostra no livro Cidades Rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil ao comparar a Grécia no mundo capitalista que tem que enfrentar o reino do mercado financeiro diante de um governo entreguista que enfraquece o serviço público, aumenta o poder político e deixa mais frágil e indefesa uma população que não tem a recorrer, pois a força da mão do mercado impera na vida de todos os habitantes.

No caso do Brasil, as sequelas que ficaram na sociedade são a ineficiência e quase inexistência do poder político, o teatro do poder político que para tentar acalmar os ânimos de todos pratica-se uma farsa declarando que todas as situações serão resolvidas e mesmo assim elas não são resolvidas e ainda mais há uma insatisfação geral e frustração da maioria que tentou 'fazer algo' pelo país, mas não conseguiu. Além disso, a campanha presidencial da candidata Dilma Rousseff foi abalada, mas, ela foi reeleita em uma disputa apertada com o senador mineiro Aécio Neves, praticamente houve uma polarização política no país sobre qual seria o melhor caminho para o Brasil. E as consequências ainda podem ser contadas nos próximos anos, com vários episódios de corrupção no partido do governo e o escândalo da companhia de petróleo, Petrobras.

2. “Ash­sha’b yurid isqaat an­nizaam”[1]

Já no caso da Primavera Árabe, houve uma insatisfação geral devido ao péssimo governo do Hosni Mubarak, que estava no poder há mais de 30 anos. Ele foi pressionado a sair por questões políticas, econômicas e sociais, inspirada por manifestações em outros países árabes. A manifestação aconteceu com força digital.

Mubarak assumiu o governo em 1981, após a queda de outro ditador, Gamal Abdel Nasser, que era um político autoritário que prometeu que daria boas condições aos egípcios se ninguém se envolvesse na política. Com a queda do regime, Mubarak começou a privatizar várias empresas, aprofundou a política neoliberal, mas a situação econômica da população ficou cada vez pior.

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