“O conceito de camponês e sua Aplicação no Meio Rural Brasileiro”,
Por: miguelalves • 29/4/2018 • Ensaio • 894 Palavras (4 Páginas) • 495 Visualizações
Camponeses Brasileiros: leituras e interpretações clássicas
Introdução
No seguinte trabalho, tomo como proposta utilizar o capítulo “O conceito de camponês e sua Aplicação no Meio Rural Brasileiro”, escrito por Otávio Guilherme Velho, para elucidar sua importância em auxiliar meu interesse em pesquisar o meio rural brasileiro.
Este capítulo se encontra na coleção História Social do Campesinato, editado pela Unesp em colaboração com o Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). E ele traz para o leitor a importância da categorização de camponês e de proletário rural para auxiliar no desenvolvimento de teorias sobre o assunto.
A obra e meu interesse de pesquisa
Antes de pontuarmos os elementos marcantes do texto durante minha leitura, é importante discutirmos o meu interesse de pesquisa. O meio rural sempre me chamou a atenção durante o curso de ciências sociais, porém as obras, que até esse momento tive a oportunidade de ler, não trouxeram como ator desse meio a mulher, dessa maneira, meu interesse de pesquisa é como a mulher se posiciona atualmente no meio rural. Como pode se observar, estou ainda em processo de desenvolvimento da minha pesquisa, por enquanto, esse interesse é mais uma curiosidade do que um tema de pesquisa constituído.
O primeiro debate que o texto traz, é sobre a rediscussão das categorias tradicionais sociológicas. As categorias referente ao meio rural não fogem dessa rediscussão, agora, a sociedade rural não é mais isolada da comunidade urbana. Desse modo, fica em minha leitura a importância de se observar como a sociedade rural absorve as mudanças da comunidade urbana, por exemplo, do avanço do papel da mulher nessa comunidade.
Posteriormente, o texto traz o seu ponto principal: a categorização do camponês. Nesse ponto, fica claro durante a leitura, a importância de se categorizar os conceitos elementares da pesquisa, pois somente assim pode se perceber com clareza a demanda dos atores frente a processos políticos, a consciência que cada ator tem sobre o processo que está inserido e, também, facilita a delimitação do objeto estudado para o pesquisador, tornando sua pesquisa mais condizente com a realidade que se propõe a estudar.
Na história da sociologia podemos perceber a preocupação dos autores em analisar a identidade do objeto, em vista disso, conseguem verificar o significado de suas ações, como exemplo máximo, temos a obra de Darcy Ribeiro, Povo Brasileiro.
Outro elemento que me chamou a atenção no processo de categorização do camponês, é a implicação do processo capitalista no meio rural. Na hora de se categorizar é preciso ter em mente o quanto esse ator se aproxima ou se afasta das implicações desse sistema. O capitalismo serve como parâmetro para entender a estrutura agrária.
A segunda questão que o texto marcou em minha leitura consiste na importância desse processo de categorização ser feito de maneira empírica, é preciso verificar as ocorrências concretas sempre se atentando que o meio rural também tem suas singularidades e que influência nas diversas manifestações do elemento observado. É preciso evitar produções apenas descritivas.
Outro ponto, marca a peculiaridade desse meio rural é que o pesquisador sempre deve estar atento aos papéis sociais do ator estudado, muitas vezes, por conta do isolamento ou da inserção temporal de uma atividade econômica que refere-se a outra sistema, o ator pode exercer dois papéis sociais diferentes. Esse duplo papel também é identificado na obra “Homens Livres na Ordem Escravocrata” de Maria Sylvia Franco, pois os atores um momento se encontravam no papel de receptor da violência - característica marcante desse meio- e em outro momento era o principal aplicador dela.
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