VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: CONCEITO. AS VARIEDADES DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Por: Kelrine • 31/8/2015 • Artigo • 2.700 Palavras (11 Páginas) • 403 Visualizações
FACIAP – ANHANGUERA EDUCACIONAL
CURSO DE PEDAGOGIA
DISCILPLINA: FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
ATPS – ETAPAS 1, 2 e 3
Orientadora: Profa. Susana Souza
CASCAVEL
16/04/2014
ETAPA 1: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: CONCEITO. AS VARIEDADES DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Passo 1: Diferenças entre Fala e Escrita
A língua falada é utilizada para comunicação oral, sendo assim, mais espontânea acompanhada de gestos, sotaques entre outros. Já a língua escrita é dotada de uma gramática única que não permite diversificar, seu foco também é a comunicação, entretanto torna-se um sistema mais disciplinado e rígido.
A fala dispõe de elementos como a entonação da voz e a expressão corporal que facilitam a transmissão da mensagem. O fato desses elementos não estarem presentes na escrita é onde se encontra a maior dificuldade em se escrever, pois é preciso utilizar corretamente os recursos da língua para compensar a falta dos elementos utilizados na fala e assim se fazer compreender corretamente a mensagem que se quer passar.
Outra grande diferença encontrada entre fala e escrita é o fato do interlocutor estar presente na oralidade e não estar na escrita. Quando sabemos para quem estamos falando fica mais fácil saber quais meios utilizar para ser entendido. O que não ocorre na escrita, dependendo do que escrevemos não sabemos qual será o nosso interlocutor, e nem como ele irá interpretar a mensagem.
Passo 2: Tabela diferenças entre Linguagem e Escrita.
COMO SE FALA | COMO SE ESCREVE |
MORTANDELA | MORTADELA |
IORGUTE | YOGURT |
DRENTO | DENTRO |
CARDASSO | CADARÇO |
SALCHICHA | SALSICHA |
TRABESSEIRO | TRAVESSEIRO |
PROBREMA / POBLEMA | PROBLEMA |
FUMO | FOMOS |
TROUCHE | TROUXE |
BARRE | VARRER |
BASOURA | VASSOURA |
VASIA | BÁCIA |
ESMAGRECE | EMAGRECER |
FAZEREMOS | FAREMOS |
CIDO | CÊDO (CEDER) |
Passo 3: Lista de palavras de Fonética Alterada
- Ólio – Óleo
- Aio/ Alhu – Alho
- Treis – Três
- Bença – Benção
- Veio – Velho
- Peneu – Pneu
- Caxa – Caixa
- Pexe – Peixe
- Oro – Ouro
- Qué – Quer
- Brigada – Obrigada
- Carçada – Calçada
- Tomati – Tomate
- Passiá – Passear
- Almoçu – Almoço
- Brusa – Blusa
- Grobo – Globo
Passo 4: Resenha
Segundo Suassure “a linguagem te um lado individual e um lado social, sendo assim impossível conceber um sem o outro”. Ao lado social ele chama de Língua e ao lado individual chama de Fala. A língua é uma instituição social que pertence a todos os falantes de determinada comunidade, já a fala é individual e imprevisível. Enquanto a língua é dotada de ordem e sistematização, a fala é irredutível a uma pauta sistemática, pois não formam um sistema.
Uma tendência forte entre os brasileiros é afirmar que falamos todos a mesma língua e que não existe, dialetos no Brasil, desconsiderando os 180 dialetos indígenas que estão presentes em nosso país. É um mito afirmar que a língua portuguesa falada no Brasil apresenta unidade, pois estaríamos descriminando toda a diversidade linguística falada do povo brasileiro.
A sociolinguística que foi criada em 1960 vem contribuir para a compreensão da língua, por meio de sua relação com a sociedade, de como a língua varia e muda, de acordo com os contextos e os relacionamentos sociais. O objetivo primordial da linguagem é a comunicação entre os usuários. Suassure diz que a linguagem é a soma da língua e da fala, sendo a primeira o código usado pela sociedade para a comunicação, e a segunda o uso que os membros dessa fazem desse código.
A variação linguística pode ocorrer em todos os níveis da língua: lexial, fonético, morfológico, sintático e até pragmático, sendo que esses níveis podem estar vinculados a fatores geográficos, sociais e socioculturais e de contexto. Essa variação conhecemos como sotaque, que varia de uma região do país para outra, pode ocorrer na pronuncia das consoantes ou das vogais. A variação fonética acontece com intensidade e está diretamente ligada ao ritmo da fala. Na fala na forma de juntar as palavras junta-se ou diminui-se o tom de voz para passar a mensagem, ou a ênfase que colocamos em determinadas sílabas ou palavras que determinam o ritmo da fala.
Há a diferença de linguagem entre falantes que é a de faixa etária, os jovens no geral possuem uma característica própria que estabelece uma marca e os tornam capazes de participar de um grupo. Esse falar é caracterizado por gírias específicas da idade, do grupo em que se insere e da época, pois gírias muito mais que a norma padrão mudam com o tempo, como por exemplo: bicho, patota, dá bandeira, joia, bode e desbunde passaram a ser: veio, galera, manda mal, fera, zica e piração. O que acontece é que as gírias como as expressões coloquiais envelhecem como as pessoas que as utilizam.
...