O sociólogo utiliza a teoria para fugir do senso comum
Por: Gabriel Art • 11/4/2017 • Artigo • 344 Palavras (2 Páginas) • 858 Visualizações
O sociólogo utiliza a teoria para fugir do senso comum
Coordenação, planejamento e controle de estudos, trabalhos e pesquisas referentes ao quadro social são as funções básicas do sociólogo, mas não são o bastante. Esta profissão, regulamentada em 84, exige que o profissional consolide sua formação teórica diariamente, aguçando sua sensibilidade para as mudanças que ocorrem na realidade que o cerca. [...]
Preocupado em investigar o funcionamento e a organização da sociedade, o pesquisador universitário não estuda apenas uma área. [...] Segundo Gabriel Cohn, 48, professor titular da USP e presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia, [...] executar o trabalho científico é estabelecer relações não evidentes: “É preciso fugir ao império do senso comum e atravessar a grossa camada da evidência, tentando captar tendências que estão surgindo na sociedade”, afirma.
O passo inicial para o estudante que pretende seguir carreira acadêmica, na opinião de Gabriel Cohn, é utilizar cotidianamente o conhecimento que advém de sua formação universitária num instrumental para ver o mundo social com novos olhos. “É preciso enxergar as nuances da rede social com óculos mais precisos. É preciso transformar o bruto do aprendizado em sensibilidade e capacidade analítica”, explica.
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O campo de trabalho para o sociólogo está em expansão, mas ainda não atende ao número de formados anualmente. Existem diversos setores em que o profissional pode atuar. No entanto, as vagas disponíveis são limitadas. Ao enfrentar um mercado restrito, o iniciante geralmente começa a trabalhar em agências de publicidade ou institutos governamentais como pesquisador “de porta em porta”, ou ainda preparando bibliografias e elaborando quadros estatísticos.
O sociólogo, além de travar uma luta diária contra a falta de empregos, disputa as poucas vagas existentes com outros profissionais formados na área de humanidades: historiadores, economistas, pedagogos, geógrafos etc. É comum, em empresas públicas ou privadas, a convivência destes, sem que haja a delimitação de uma área de competência exclusiva para o sociólogo, que exerce atividades que mantêm intercâmbio com as demais.
Liliana Ferraz Lima, Folha de S. Paulo, 31 maio 1987
Texto extraído de: OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. 5. ed. São Paulo: Ática, 1991, p. 11.
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