Os Velhos e Novos Atores Políticos: Partidos e Movimentos Sociais
Por: João Carriço • 7/7/2022 • Trabalho acadêmico • 2.260 Palavras (10 Páginas) • 92 Visualizações
Os Velhos e Novos Atores Políticos: Partidos e Movimentos Sociais
Os movimentos sociais, enquanto fenómenos de ação social, determinantes nas sociedades contemporâneas, atento à questão da relação existente entre elites, democracia e corrupção.
Os movimentos da sociedade sempre foram um fator decisivo na história humana, sendo que, no back stage operam, atores, ideias e recursos que se organizam de diferentes formas para conseguir soluções coletivas aos problemas enfrentados. Nesse sentido, para entender a sua dinâmica, diferentes teóricas ocorreram, especialmente nos EUA e na Europa. Nos estudos europeus, o foco marchou para a formação da identidade coletiva, noutra vertente, foram os estudos norte-americanos, que explorou e apadrinhou as componentes ligadas à estratégia e à estrutura dos movimentos sociais.
Segundo Broom e Selznick os movimentos sociais podem ser classificados em consonância com os seus objetivos e os seus elementos constituintes. Para Chazel, o movimento social atende à ideologia e ou organização.
Atualmente, a globalização e as redes sociais vieram contribuir para o surgimento de novas formas de organização, conferindo aos movimentos sociais mais dinamismo, que descentralizados são competentes para persuadir a formação dos atores intervenientes, e consequentemente, influenciar na formulação das estratégias. Pelo exposto, as opções que sobram à elite da política governante, face aos movimentos sociais é impregnar-se nos mesmos e incorporar parte dos seus líderes, eliminar ou proibir os movimentos, conceder cedências aos movimentos sociais ou inclusive ignorar os próprios movimentos sociais. Estes últimos transformam o mundo, porque mudam as leis e modificam as estruturas sociais, revelando uma variedade de atores imprevistos; as classes, os partidos, as organizações, as elites, entre outros.
Em suma, com a democratização a corrupção transformou-se em alguns casos, em regimes políticos cleptocráticos, que obstruem o normal funcionamento das instituições e possibilitam o surgimento de novas formas de autoritarismo.
Em bom rigor, é nos casos mediáticos como a “Operação Marquês”, com o envolvimento de um antigo primeiro-ministro Português, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, em casos de corrupção, são razões de enorme preocupação, não só pela forma como trás desconfiança às instituições públicas, bem como, o descredito às elites políticas. Nesse sentido, estes fenómenos têm sido amplamente analisados do ponto de vista Sociológico, uma vez que, estes acontecimentos têm um grande impacto na sociedade, transformando-a, nomeadamente, através da adoção de novas leis. Assim sendo, no âmbito desta temática é necessário perceber alguns conceitos essenciais, designadamente, movimentos sociais, movimentos coletivos, globalização, cidadania, democracia e ideologia, entre outros…
Em sentido restrito e atento a Nolan e Lenski, o movimento social é um grupo com ligações flexíveis, que pretende a mudança da sociedade. Por outro lado, o comportamento coletivo é de curta duração e está tacitamente ligado a motivos emocionais, que termina com a resolução da situação que o despoletou. Efetivamente, nos dias de hoje, devido à dinâmica criada pelas etapas de protesto, impulsionado pela globalização, surgem novas ideologias, resultado da reconfiguração da cidadania politica; mais interventiva, participativa e exigente, simultaneamente, resultado do paradigma dos movimentos sociais. Ao analisar a distinção entre comportamento coletivo e movimento social, é necessário especial atenção à acepção e dimensões que comporta, designadamente, espacial, temporal e amplitude social.
Desse modo, em todas as sociedades, existe graus diferentes de legitimação do poder, motivações e incentivos para a participação política, conduzindo a conflitos e tensões duradouras, entre estas diferentes modalidades e incentivos, que se reconhecem mutuamente como ilegítimos ou corruptos.
É por demais evidente, que uma das características fundamentais de um sistema social coeso é a legitimidade das suas instituições públicas. Consequentemente, é esta legitimidade que permite que as autoridades públicas executem os seus mandatos com autoridade e eficiência, e o mínimo de coerção. Sempre que esta legitimidade não exista, a autoridade só pode se exercida, pelo autoritarismo e violência, ou uso da corrupção, através da cooptação de aliados e eleitores, recentemente verifica-se uma combinação de ambos. Dessa forma os regimes autoritários beneficiam a corrupção, onde, os regimes corruptos, terão sempre uma tendência ao autoritarismo, procurando diminuir a liberdade de imprensa, a autonomia do judiciário, e o exercício livre das oposições.
A corrupção prejudica a coesão social de varias formas, designadamente, a corrupção económica impossibilita a competição salutar por preços e qualidade de produtos e serviços entre empresas, inibindo o investimento de longo prazo, demarcando desta forma o crescimento da economia e a distribuição de benefícios para toda a sociedade.
O fraco desenvolvimento económico, a ineficácia, ineficiência e desigualdade de receita prejudica diretamente a crença na legitimidade das instituições, e aumenta os conflitos sociais. Para além disso a corrupção económica, ao corromper todos os níveis do setor publico, obstrui o desenvolvimento e fortalecimento de uma administração pública profissional de qualidade. Esta ultima, desperta ainda a seleção negativa de dirigentes políticos. Por outro lado, apesar de a corrupção política em determinados momentos elevar a participação e acesso de determinados setores aos benefícios do poder, também colabora para a desmoralização da instituições e a evolução do abismo progressivo entre as leis e os códigos funcionais da vida quotidiana. Em termos democráticos a corrupção económica dificulta o funcionamento da democracia.
Grosso modo é nas sociedades pouco desenvolvidas economicamente, onde sobressai a corrupção económica e política, principalmente por causa das desigualdades e por não possuírem mercados transparentes, onde o funcionamento das leis e o comportamento das autoridades públicas é imprevisível,
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