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Os impactos das fake news na sociedade

Por:   •  16/11/2020  •  Dissertação  •  868 Palavras (4 Páginas)  •  345 Visualizações

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A utilização da fofoca e da mentira no jogo político não é uma novidade que surgiu apenas com o advento das redes sociais. A boataria sempre fez parte da política, seja em benefício ou para prejudicar determinados candidatos. Entretanto, a medida em que as redes sociais foram se popularizando, a utilização de rumores falsos ganhou um potencial nunca antes visto, e hoje em dia apresenta consequências tão visíveis para a democracia que existem projetos de lei que visam combater a disseminação dessas informações.

No vídeo A verdade por trás da pós verdade, o professor Comunicação Política da PUC-Rio Arthur Ituassu cita diversos exemplos de rumores sem nenhuma comprovação sendo associados a políticos importantes em diversos países. Por mais que esses boatos tenham sido disseminados e sejam de conhecimento popular, o fenômeno que vivemos hoje é algo muito maior. A internet aumentou exponencialmente a produção e a proliferação de notícias falsas, mais popularmente conhecidas como fake news, que chegam a ser produzidas de forma sistemática como um meio para se atingir um fim político.

Essa produção acontece dentro daquilo que é denominado como pós verdade. De acordo com Gabriel Chalita, a pós verdade não é a mentira em si, mas sim uma mentira disfarçada de verdade. A partir de uma manobra argumentativa, adicionando fragmentos de verdade à uma informação falsa, visando atingir um público específico que compartilhe de princípios ideológicos semelhantes, a mentira consegue se passar por verdade e ser disseminada, inclusive, por grandes veículos da mídia. Um grande exemplo disso foi a informação disseminada de que o Papa Francisco apoiava Donald Trump, na eleição dos Estados Unidos em 2016.

Por mais que o uso das fake news seja muito associado à eleição de Trump, no Brasil, esse tipo de falsa informação ganha cada vez mais força. Exemplo disso foi a notícia de que Fernando Haddad, candidato do Partido dos Trabalhadores e adversário de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, pretendia distribuir um “kit gay” para crianças na escola, o que despertou a ira de setores conservadores do Brasil. Essa informação, mesmo sendo uma inverdade, foi amplamente divulgada, de maneira que até hoje acreditam que isso realmente iria acontecer. Esse é apenas um exemplo de diversas fake news que circularam na época das eleições.

Tendo isso em vista, é nítido que a disseminação de fake news apresenta um risco enorme para a democracia. Segundo uma pesquisa da Kaspersky, empresa de cibersegurança, 62% dos brasileiros não sabem identificar quando uma notícia é falsa. Ora, como então dizer que é legítima uma eleição em que o pensamento popular foi manipulado por diversas notícias que não são verdadeiras? E mais, o que devemos fazer, tendo em vista esse cenário, para nos protegermos e não sermos enganados por essas informações?

Primeiro, é indispensável que sempre busquemos a fonte da informação que chega até nós, principalmente aquelas que apresentem pesquisas e dados. Muitas vezes joga-se um dado inverídico para passar maior sensação de credibilidade, mas não podemos esquecer que dados são fáceis de serem inventado. Uma segunda ação, que também é muito importante, é não acreditar em uma notícia só porque ela nos convém. Segundo Leandro Karnal, nós tendemos a selecionar as informações nas quais queremos acreditar, ou seja, por um critério individual. Entretanto, por mais que aquela informação comprove aquilo em que acreditamos, não podemos toma-la como verdade sem conferir os fatos antes.

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