PSICOPEDAGOGIA: O PAPEL DO ORIENTADOR NA ESCOLA
Por: Débora Ferreira Dedé • 1/4/2020 • Pesquisas Acadêmicas • 4.535 Palavras (19 Páginas) • 174 Visualizações
O PAPEL DO ORIENTADOR NA ESCOLA.
Iracilda de Jesus Sousa Costa[1]*
RESUMO
O presente artigo constitui-se na pesquisa sobre “O Papel do Orientador na Escola”. Inicialmente se propõe a analisar atribuições específicas deste profissional no contexto escolar, bem como, os desafios e complexidades em sua postura de mediador. O objetivo é analisar as atribuições do Orientador Educacional como mediador entre o professor e o aluno para garantia efetiva da aprendizagem. A metodologia utilizada foi pesquisa exploratória. Após a pesquisa, consideramos que é necessário um estudo aprofundado sobre a profissão do Orientador Educacional, suas atribuições e atuação efetiva visando à educação de qualidade. A partir deste estudo concluiu-se que o papel do orientador é de suma importância para a comunidade escolar, pois este é um profissional que busca articular e se comunicar com todos, auxiliando tanto os alunos nos seus processos de ensino e aprendizagem, de aconselhamento, até os professores na busca por uma identidade profissional, e auxílio na sua prática pedagógica, além de promover a aproximação e participação da comunidade com a escola, também busca ajudar a equipe na construção do Projeto Político Pedagógico, para que possa melhor desenvolver e contribuir para a formação de um cidadão crítico, através de um ensino de qualidade.
Palavras-chave: Mediador. Pedagogo. Papel do orientador.
INTRODUÇÃO:
O presente artigo tem como objetivo analisar a importância do papel do Orientador Educacional dentro da escola, oportunizando que todos sejam beneficiados com um trabalho de extrema necessidade nos dias atuais. A educação tem nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço no qual deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania.
Todo orientador educacional é um educador (CARVALHO, 1979), assim como todo professor. Por sua vez a função da educação é a mesma da orientação tomada em sentido amplo, ou seja, possibilita a tomada de consciência das potencialidades do indivíduo para que ele escolha e assuma a direção de seu próprio destino [...] orienta-se o indivíduo para que ele mesmo tenha condições de escolher seu futuro ou se conduz o indivíduo a um rumo já determinado.
Diante da contextualização apresentada, busca-se elucidar a seguinte questão: Qual o papel do orientador no contexto escolar? Sendo que o principal objetivo é compreender as práticas de atuação com os alunos, com os professores e com a comunidade, já que este profissional se comunica com toda a comunidade escolar. Portanto, ao longo deste trabalho, serão analisados os pontos nos quais um orientador deve agir, buscando sempre o bem estar de seus alunos, e também dos professores que são de suma importância no trabalho de um orientador. E para a realização do mesmo foi utilizado pesquisas bibliográficas através de livros, revistas, internet etc.
Enfim, Após buscar apresentar sobre os diferentes papéis que o orientador pode executar na sua prática pedagógica, seja com os alunos, com os professores, e com a comunidade escolar, destacando as importantes práticas realizadas por este profissional, que certamente podem contribuir para o diálogo e provocar mudanças nas relações existentes, possibilitando assim o entendimento do papel deste profissional na educação, e partir deste estudo, apresentarei minhas considerações sobre o tema pesquisado.
1 BREVE HISTORICO SOBRE A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Compreender em que momento foi sentido a necessidade de surgimento do profissional de Orientação Educacional nos ajudará a refletir sobre o processo de evolução do nosso sistema educacional até o modelo que temos atualmente. Permitirá ainda, observarmos os fatores sociais que possibilitaram o surgimento desse profissional enquanto elemento indispensável em uma unidade escolar, já que o Brasil foi o primeiro país no mundo a ter a Orientação Educacional proclamada obrigatória através de documento legal.
De acordo com Grinspun (2006, p. 33), em todos os países que implementaram a Orientação Educacional nas escolas a característica marcante era a Orientação Vocacional. Tendo esta uma concepção que se configurava no aconselhamento que marcou significativamente toda a sua trajetória.
Os principais teóricos referentes à área da Orientação Educacional esclarecem que a história da mesma foi marcada pelo aparecimento de acontecimentos que enfatizaram e direcionaram os interesses da prática da Orientação Educacional e suas dimensões no cenário educacional (BALESTRO, 2004/2005; GRINSPUN, 2002; LÜCK, 2010; PASCOAL, HONORATO, ALBUQUERQUE, 2008).
Tal movimento esteve continuamente relacionado, de maneira estreita, com as tendências pedagógicas e suas repercussões nos processos de escolarização. Nota-se, historicamente, que os cursos de Pedagogia assumiram a missão de formar profissionais para o exercício de funções ligadas à gestão educacional, tais como os administradores escolares, orientadores educacionais e supervisores de ensino. Estes profissionais, muitas vezes, encontram realidades profissionais diferentes e, em muitas delas, o seu campo profissional apresentou-se restrito.
“A Orientação Educacional Métrico-Profissional, conforme conceituação nesse período estava intimamente relacionada com as oportunidades profissionais existentes na sociedade brasileira e contribuía, com empenho, para o desenvolvimento do modelo sócio- econômico existente, adequando, da melhor forma possível, o jovem estudante às profissões disponíveis” (BONFIM, 1981, P.21).
Somente a partir dessa análise histórica poderemos compreender o caminho percorrido até as práticas atualmente atribuídas ao profissional da Orientação Educacional.
A orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não apenas e unicamente cuidar e ajudar os 'alunos com problemas'. Há, portanto, necessidade de nos inserirmos em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a 'construção' de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente. Desloca-se, significativamente, o 'onde chegar', neste momento da Orientação Educacional, em termos do trabalho com os alunos. Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo nas relações estabelecidas (GRINSPUN, 1994, p. 13)
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