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Projeto de desenvolvimento para a América Latina

Seminário: Projeto de desenvolvimento para a América Latina. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  24/3/2014  •  Seminário  •  2.233 Palavras (9 Páginas)  •  264 Visualizações

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Aula-tema 02: Projeto de Desenvolvimento para a América Latina

Esta aula trata do tema do Projeto de Desenvolvimento para a América Latina

desenvolvido pela Comissão Econômica para a América Latina – CEPAL – nos anos

1980 e 1990. Para iniciar nossos estudos, vamos entender como surgiu esta

instituição.

Foi a constatação de que o subdesenvolvimento persistia nos países da

América Latina que levou um grupo de pensadores, composto por Raul Prebisch,

Celso Furtado, Aníbal Pinto, Juan Noyola Vasquez, Aníbal Quijano, Maria da

Conceição Tavares, Osvaldo Sunkel, José Medina Echavarría, Octavio Rodríguez,

dentre outros, a estudar estas causas e propor possíveis soluções. Eles deram

origem à CEPAL em fins da década de 1940. Ela tornou-se a primeira instituição

latino-americana a interpretar a evolução da economia da América Latina e a propor

projetos políticos e estratégias econômicas apropriadas para promover o

desenvolvimento econômico dos países deste continente.

O método de análise utilizado foi o histórico-estruturalista, ou seja, buscou-se

entender o processo de evolução econômico e social de cada país para visualizar os

pontos fortes e fracos de cada um e as suas perspectivas. Este método permitiu que

se construísse uma crítica para as ideias dos economistas americanos e ingleses

que pregavam que o desenvolvimento chegaria através das etapas evolutivas de

Rostow, ou seja, que o subdesenvolvimento era uma etapa do processo de

desenvolvimento.

O uso deste método gerou pesquisas que mostravam que as características

históricas que viabilizaram o processo de desenvolvimento dos países centrais não

estavam presentes nas economias subdesenvolvidas da América Latina. Alguns

países permaneceram com uma economia baseada na agricultura e na exploração

de recursos naturais. Mesmo os países que se industrializaram, como o Brasil,

permaneceram subdesenvolvidos, com concentração de renda e desigualdades

sociais e regionais importantes.

Esses estudos, realizados entre as décadas de 1940/50 e a de 1970,

apontavam como principais causas do subdesenvolvimento dos países latinoamericanos

a falta de uma política de redistribuição da renda, de diversificação da

base produtiva, de capital humano, de recursos financeiros internos para financiar os

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Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação sem o prévio consentimento, por escrito, da Anhanguera Educacional.

investimentos e a dificuldade de apropriação/internalização das inovações e do

progresso técnico. Outro fator importante era a abundância de recursos naturais que

gerava, nestes países, uma cultura da exportação destes produtos como única

alternativa de inserção internacional.

Posteriormente, alguns autores trataram também da falta de instituições

políticas adequadas, da existência de uma elite atrasada no comando desses países

e da falta de organização dos trabalhadores e demais camadas da população.

No início dos anos 1990, a CEPAL apresentou o projeto “Transformación

productiva con equidad. La tarea prioritaria del desarrollo de América Latina y el

Caribe en los años noventa”, documento que foi amplamente divulgado entre os

países latino-americanos como orientação para a promoção do desenvolvimento

econômico sustentável e com igualdade social e ambiental.

Este projeto foi idealizado pelo economista chileno Fernando Fajnzylber, e

propunha medidas para transformar as estruturas produtivas e compatibilizar

crescimento econômico com melhores padrões de igualdade social e política,

resgatando o ideal de promover o crescimento econômico e social sustentável.

Neste momento, predominava a preocupação dos economistas latino-americanos

em resolver problemas de curto prazo como inflação, dívida externa, desemprego,

entre outros aspectos. Assim, os países latino-americanos não tinham respostas

concretas para os desafios da promoção do desenvolvimento, diante do

esgotamento do processo de industrialização e dos impactos da crise econômica

dos anos 1980.

O Projeto de Fajnzylber enfatizava a necessidade de rompimento da

heterogeneidade estrutural das economias latino-americanas, com setores

industriais e agrícolas modernos e atrasados convivendo ao longo do tempo. Ele

argumentava sobre a necessidade de ações do Estado para promover o crescimento

econômico e a distribuição de renda, e trazia novas idéias, como as políticas

industriais direcionadas ao fortalecimento da estrutura produtiva e da

competitividade internacional, bem como políticas de distribuição de renda e de

geração

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