REFLEXÕES SOBRE O MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL E NO MUNDO: HISTÓRICO, CONQUISTAS E ATUALIDADES.
Por: Andneto • 26/8/2017 • Trabalho acadêmico • 904 Palavras (4 Páginas) • 580 Visualizações
REFLEXÕES SOBRE O MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL E NO MUNDO: HISTÓRICO, CONQUISTAS E ATUALIDADES.
Ariel Ygor¹; Anderson Rodrigues²; Marcos Benício³; Maria Carolina³
INTRODUÇÃO
Entende-se por movimento negro, o conjunto de diversos movimentos sociais afrodescendentes que lutam com o objetivo de resolver seus problemas na sociedade, em particular os provenientes do preconceito e da discriminação. A população negra brasileira chegou ao século XXI sem o mesmo padrão de vida e sem as mesmas oportunidades da população considerada branca. Tanto sua ascensão econômica como o exercício de seus direitos ainda são restritos pela dificuldade de acesso à educação, saúde e ao mercado de trabalho.
OBJETIVOS
Esse trabalho tem por objetivo fazer uma reflexão sobre a situação dos afrodescendentes na sociedade, perpassando sobre as origens e motivos do movimento até as lutas atuais. Além de levantar questões em relação às ações afirmativas, racismo, representatividade e a fossa da desigualdade social no Brasil que, apesar, de ter a segunda maior população negra fora da África, ainda tem essa quantia “invisível” aos olhos da sociedade
CONTEXTO HISTÓRICO
O movimento da negritude foi idealizado fora da África. Ele provavelmente surgiu nos Estados Unidos. O afro-americano W. E. B. Du Bois (1868-1963) é considerado o patrono do panafricanismo, movimento político e cultural que lutava tanto pela independência dos países africanos do jugo colonial quanto pela construção da unidade africana. Pelo fato de Du Bois ser uma das primeiras lideranças a adotar com veemência um discurso de orgulho racial e de volta às origens negras é considerado da mesma maneira, o pai simbólico do movimento de tomada de consciência de ser negro.
O filósofo francês Jean-Paul Sartre, no seu famoso texto Orfeu Negro de 1948, foi um dos primeiros intelectuais a fazer uma reflexão aprofundada do movimento da negritude. No texto, Sartre reconhecia o papel subversivo do movimento da negritude em determinado momento histórico: seja porque negava os valores culturais do opressor branco, seja porque despertava no negro, altivez e orgulho racial.
A negritude seria uma reação do negro à supremacia branca. Segundo Sartre, “A unidade final, que aproximará todos os oprimidos no mesmo combate, deve ser precedida nas colônias, por isso que eu chamaria momento da separação ou da negatividade: este racismo anti-racista é o único caminho capaz de levar à abolição das diferenças de raça”.
Já no Brasil, o movimento surge ainda de forma precária e clandestina, durante o período escravagista. Grandes personagens se insurgiram contra o sistema e impulsionaram o movimento. Dentre eles, um dos mais conhecidos é Zumbi dos Palmares (líder do Quilombo dos Palmares). Os escravos utilizavam-se da quilombagem (fuga para os quilombos e outros tipos de protestos) e do bandoleirismo (guerrilha contra povoados e viajantes) para rebelar-se contra a escravidão.
CONQUISTAS E MOVIMENTOS NO DECORRER DA HISTÓRIA
Após o período escravagista, os negros passaram a habitar guetos e comunidades, como forma de proteção, e em razão da falta de oportunidades. Entre as reivindicações do movimento hoje em dia está a compensação por todos os anos de trabalho forçado e à falta de inclusão social após esse período; a falta de políticas públicas destinadas a maior presença do negro no mercado de trabalho e nos campos educacionais. Também, a efetiva aplicabilidade das leis que buscam a criminalização do racismo e a plena aceitação e respeito à cultura e herança histórica.
Essas reinvindicações sofreram forte influência na década de 60, a caminhada dos grupos no Brasil ganha novas influências e referências, como o Movimento dos Direitos Civis nos EUA e a luta africana contra a segregação racial e libertação de colônias. Destacam-se personalidades como Rosa Parks, Martin Luther King, Nelson Mandela e Abdias Nascimento.
Avançando no tempo, em 1989, A “Lei Caó”, tipificou pela primeira vez o crime de racismo no Brasil. Hoje, esse crime é imprescritível e inafiançável no país. Além da “Lei Caó”, há a injúria racial (Art. 150, CP), utilizado nos casos de ofensa à honra pessoal, valendo-se de elementos ligados à cor, raça, etnia, religião ou origem. Em 3 de julho de 1951, o Congresso brasileiro aprovou a Lei 1.390, que transformava em contravenção penal qualquer prática resultante de preconceito de raça ou cor.
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