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RESENHA - PRINCÍPIO DA REPONSABILIDADE e PRUDÊNCIA E UTOPISMO

Por:   •  4/8/2019  •  Resenha  •  898 Palavras (4 Páginas)  •  201 Visualizações

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JONAS, H. A natureza modificada pelo agir do homem. In: O Princípio da Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Tradução de: Luís Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006. Cap. 1

Conhecido por dar ênfase aos problemas éticos sociais resultado da tecnologia que a civilização ocidental presenciou, sobretudo no século XX quando o progressismo ganhou força, Hans Jonas, filósofo alemão nascido em 1903, é considerado um clássico na filosofia contemporânea por seu pioneirismo em tratar diretamente das futuras gerações e a responsabilidade para com estas.

        Sua principal obra intitulada Princípio da Responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica publicada em 1979 são abordados os conceitos de éticas modernas e clássicas e as dificuldades em apenas preocuparem-se com o presente e não darem importância ao futuro.

        No primeiro capítulo da obra designada A natureza modificada do agir humano, esses diferentes conceitos de éticas são abordados demonstradas as dificuldades na responsabilidade para com as gerações futuras. Aborda a ética da responsabilidade, levando a reflexão de que a responsabilidade deve ser apreciada não só em primeira pessoa do plural, mas também na terceira, sendo dever a preocupação com o próximo, preservando o presente sem o comprometimento do porvir.

        O valor pela natureza deve ser restituído e a preocupação não apenas em relação ao homem, mas também na sua sobrevivência. Jonas demonstra durante o texto sua preocupação com a vida humana e o planeta, sem arriscarmos nosso futuro diante dos avanços tecnológicos constantes. O imperativo/ dever-agir trazido por Hans Jonas reverbera-se na máxima “Age de maneira tal que os efeitos de tua ação sejam compatíveis com a permanência de autêntica vida humana sobre a terra”, devendo todo e qualquer ato tentar preservar a vida no planeta.

        A reflexão ética aqui proposta tenta prever os possíveis desfechos do nosso planeta no futuro.  Hans Jonas utiliza-se da heurística do temor de forma a projetar o medo como condição para que o ser humano valorize, defenda o meio ambiente, no sentido de fomentar a responsabilidade.

        O autor nos permite refletir acerca de que limites éticos devemos respeitar na aplicação do saber tecnocientífico.

        

          ROBERTO S. BARTHOLO JR; BURSZTYN, M. Prudência e Utopismo: Ciência e Educação para a Sustentabilidade. In: Ciência, Ética e Sustentabilidade. Marcel Bursztyn (Org.) São Paulo: Cortez, 2001. Cap. 7

         

         

Ciência, ética e sustentabilidade: desafios ao novo século é uma obra publicada em 2001. A teoria malthusiana do final do século XVIII trazia o pessimismo do acelerado crescimento populacional em detrimento da subsistência. O século XIX trouxe consigo a evolução científica e as técnicas evoluíram superando em parte a teoria anteriormente proposta por Thomas Malthus. Com ela, uma visão de futuro otimista foi gerada pela crença na ciência e a ampliação da seguridade e educação. A civilização que outrora era pautada no sobrenatural e místico, passou a ser guiado pelo racional e previsível.

O século XX, caracterizado pela corrida produtivista, desencadeou uma maior especialização, campos cada vez mais restritos, os ganhos na eficiência foram nítidos e a perca da visão de conjunto também.

Na busca do desenvolvimento, com a industrialização deu-se início ao desenvolvimento em escala global. Na América Latina, a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina da ONU) diferenciou o crescimento, relacionado a expansão quantitativa da economia, e desenvolvimento, mudança qualitativa positiva envolvendo renda e avanços sociais. A promoção do crescimento em desenvolvimento dependeria da intervenção, de planejamento. Os anos 1960 a 1970 foram marcados pela fraca adoção de planejamento e gerou-se uma excessiva valorização da razão econômica e uma negligência da dimensão sociocultural e institucional.

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