Reflexões sobre o livro "Manifesto do Partido Comunista"
Por: Júlia Lorrayne • 18/5/2018 • Resenha • 465 Palavras (2 Páginas) • 396 Visualizações
Reflexões Sobre o Livro “Manifesto do Partido Comunista – Karl Marx e Friedrich Engels”
O Manifesto do Partido Comunista foi publicado como uma plataforma da Liga dos Comunistas em 1848, pouco antes do começo das revoltas operárias na Europa. Os seus autores, Marx e Engels, foram grandes estudiosos da época que possuíam incrível senso crítico da sociedade, principalmente no que se referiam as relações de poder ocasionados pela luta de classes.
Os autores acreditavam que as ações revolucionárias só poderiam acontecer em um processo “de baixo pra cima”. Por isso o termo Comunismo foi utilizado, como explicam os autores, por originalmente ser como todo operário que se sentia insatisfeito com o modelo de trabalho da época se autodenominava, ainda por esta razão o termo era desqualificado na sociedade europeia. Já o termo Socialismo era defendido pelas classes médias e altas, sendo assim socialmente aceito na Europa.
O Manifesto se apresenta em uma linguagem clara e direta, provavelmente por ter como objetivo informar e despertar um pensamento crítico no proletariado quanto à sua condição, ao partido comunista e à iminente (e anunciada) revolução.
Durante o discorrer da leitura, percebe-se que a classe operária não é representada como sendo apenas a vítima passiva de um sistema injusto. Pelo contrário, os autores reafirmam a todo o momento que o proletariado, mesmo sozinho, consegue analisar criticamente sua posição. Essa ideia aos poucos se disseminaria entre os seus companheiros criando assim uma consciência coletiva da situação do proletariado em relação à burguesia. A disseminação de ideias foi favorecida pela organização do trabalho e das cidades da época e impulsionou a organização das revoltas pela Europa.
Apesar de sua data de publicação, muitas das reflexões feitas no Manifesto ainda podem-se relacionar com processos muito atuais. A saber:
- Liberdade (aqui entendida como Direitos) conquistada pela população sendo substituída por liberdade de comércio;
- Privatização de empresas nacionais em favor da burguesia;
- Criação de necessidades (desejos) para sustentar o modelo burguês de produção;
- Concentração de terras, meios de produção e poder político;
- Globalização advinda dos meios de transporte e produção;
- Ademais, os autores apontam que as críticas feitas ao comunismo pela burguesia seriam, na verdade, apenas tentativas de preservação da supremacia burguesa camuflada de interesse coletivo.
Como discussão atual, há também uma passagem de Engels em seu prefácio à terceira edição polonesa, de 1892. O autor afirma que o Manifesto poderia ser usado como instrumento de medida do desenvolvimento industrial, pois acreditava que quanto maior o setor industrial do país, maior seria a procura do Manifesto pelo proletariado que estaria buscando esclarecimento sobre sua posição. Assim sendo, pode-se sugerir que o desenvolvimento de movimentos atuais de resistência ao modelo de produção-consumo capitalista (como Agroecologia, Economia Solidária, valorização da economia local, entre outros) podem ser indicadores do alto nível de industrialização/padronização do mercado, da agricultura e da sociedade moderna?
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