Relatório de Visita ao Museu de Arqueologia e Etnologia
Por: Victória Monteiro Nato • 28/8/2017 • Relatório de pesquisa • 569 Palavras (3 Páginas) • 2.213 Visualizações
RELATÓRIO VISITA
Museu de Arqueologia e Etnologia
O relatório é fruto da visita ao Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE/UFBA) realizada no dia 04 de janeiro de 2017, no qual a discente teve a oportunidade de contemplar a exposição “Índios: Os Primeiros Brasileiros”, que tinha como tema principal a história do Brasil, ressaltando, sobretudo, a participação dos povos originários brasileiros – os índios.
A amostra propõe ao visitante um passeio pelo história do Brasil, assinalando as diferentes formas pelas quais os indígenas foram vistos e incorporados ao longo do processo da construção nacional. A exibição está integrada por quatro espaços distintos: “O Primeiro Encontro”, “O Mundo Colonial”, “O Mundo Indígena” e “O Brasil Contemporâneo”.
A exposição “O Primeiro Encontro” apresentou o choque cultural entre os indígenas e os portugueses quando estes chegaram ao Brasil no séc. XVI. Através de cartas relatadas dos navegantes ao rei, pinturas e literatura da época, evidenciou-se o choque e até mesmo certa admiração destes ao povo nativo, mas que, entretanto, não foram suficientes para evitar a escravidão indígena no momento da construção da colônia. Apresentou-se, também, o modo como os povos originários reagiram diante de tal domínio.
Outrossim, o espaço “O Mundo Colonial” evidenciou a imposição portuguesa sobre os indígenas através da catequização pelas missões jesuíticas e atuações missionárias.
Já a amostra do ambiente “O Mundo Indígena” apresenta-se a partir do ponto de vista dos povos indígenas, demonstrando sua perspectiva através de esculturas, instrumentos, armas, vestimentas, armadilhas, acessórios, dentre outros objetos, produzidos pelos próprios povos nativos. Assim, como também, o modo de habitação, organização social, rituais e festividades. Evidenciou-se, portanto, a vasta diversidade cultural étnica e as consequências do choque e estranhamento quando os portugueses chegaram ao Brasil a partir do séc. XVI.
Através de fotografias, pinturas, relatos e objetos de muitas etnias indígenas, teve-se a oportunidade de observar o rico material cultural produzido e a trajetória histórica destes povos que integraram e que ainda integram o território brasileiro.
Ademais, mostrou a reviravolta da concepção e visão indígena, que de tratados como seres inferiores passaram a ser declarados como heróis e símbolo nacional de acordo com o contexto político e social instaurado à época.
Por sua vez, a exibição “O Brasil contemporâneo” apresentou a força e a vitalidade dos grupos indígenas atuais que lutaram e que ainda lutam pelo reconhecimento das suas identidades e de seus direitos à terra e à cidadania. Além disso, demonstrou-se também a cultura indígena como algo vivo e dinâmico, plural, principalmente propiciando o reexame de conceitos e opiniões, distanciando-se dos estigmas e preconceitos com os quais operam tanto o senso comum quanto as representações eruditas e governamentais.
Após o que, a guia explanou a importância do diálogo do passado com o presente e a construção de um futuro que possa pensar mais na diversidade cultural do nosso país.
A exposição foi capaz de estimular e deturpar preconceitos impostos pela história contada nos livros didáticos e pela sociedade em geral. Ademais, foi possível fazer um processo reavaliativo de reexame de conceitos e opiniões, distanciando-se dos estigmas frequentemente implantados. Os povos indígenas foram e são um povo sofrido, no qual foram usurpados, perseguidos, dizimados e expulsos da sua PRÓPRIA terra em virtude da ambição e ganância tanto europeia quanto dos brasileiros latifundiários antigos e atuais. Dessa forma, mais do que nunca devemos ser capazes de lutar pelo direito originário destes povos, uma vez que são eles os verdadeiros donos da terra e estavam presentes antes mesmo ao ordenamento jurídico brasileiro e português.
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