Resenha : August Comte
Por: Danielle Keller • 7/11/2017 • Resenha • 1.653 Palavras (7 Páginas) • 768 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
CAMPUS DO PANTANAL – CPAN
CURSO LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FISICA
ESTUDANTE: DANIELLE KELLER
AUGUSTE COMTE - VIDA E OBRA
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CORUMBÁ
2017
Auguste Comte (1798-1857) - Vida e obra.
“O verdadeiro espírito positivo consiste sobretudo em ver para prever, em estudar o que é, a fim de concluir disso o que será, segundo o dogma geral da invariabilidade das leis naturais. ”
A. COMTE: Discurso sobre o espírito positivo.
Fundador do Positivismo e pai da Sociologia, Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, segundo Soares (1998), não seguiu as regras pré-determinadas pela sua época; não se uniu aos retrógrados, que nada podiam impulsionar, tão pouco aos anárquicos, incapazes para reter. Adotou e construiu o seu próprio caminho: não reconstruir com materiais desgastados, nem destruir, sem saber o que construir, mas conservar o que fosse digno de preservação e melhorar tudo quanto fosse perfectível.
Criou uma nova ciência para estudar a humanidade, onde Comte (1978) em 1828, chamou-a de Física Social. E em 1839 mudou o termo para Sociologia estabelecendo então uma nova forma sistemática. Antes mesmo, já havia iniciado, o que mais tarde viria a se tornar sua grande obra, em 1826 começou a elaborar as lições do Curso de Filosofia Positiva. De acordo com Bakos (2011), em meados de julho de 1830, saiu o volume inicial do seu Curso de Filosofia Positiva e, até 1842, os cinco restantes. Mas, foi o primeiro que revelou a mais significativa das ideias de Comte: a lei dos três estados e a identificação delas com o espírito de sua época – o positivismo.
Ainda de acordo com Bakos (2011), para Comte todos os fenômenos, as ciências e a própria história, desenvolvem-se em três fases: a teológica, a metafísica e a positiva. O estado teológico seria o ponto de partida da inteligência humana, em sua fase material, relativo ao período militar da antiguidade; a explicação dos fatos decorre de vontades análogas à nossa - a tempestade, por exemplo, será explicada por um capricho da natureza do dos ventos. Este estado evolui do fetichismo ao politeísmo e posteriormente ao monoteísmo. O metafísico está ligado à fase material legalista do período medieval. O homem projeta espontaneamente sua própria psicologia sobre a natureza. Na fase intelectual positiva, o homem, liberto do misticismo, passaria a estudar os fatos sociais à luz do método positivo, correspondendo essa fase à etapa material industrial da modernidade. Contenta-se em descrever fatos, não procurando muitas explicações. Baseia-se nas leis positivas da natureza que nos permite, quando um fenômeno é dado, prever o próximo fenômeno e eventualmente agindo sobre o primeiro transformar o segundo.
A partir destes 3 estados apresentados por Comte é possível acreditar que toda sua obra passou a ter um sentido religioso, deixou de ser católico e fundou a Religião da Humanidade, mudando as teorias reacionárias da Igreja da época. Para Bakos (2011), é preciso ter presente que tais ideais foram geradas por um homem perplexo frente à anarquia do seu país, após a Revolução Francesa, e diante de questões de ordem pessoal.
Comte foi casado com Caroline Massin (1802-1877) e após anos de um casamento tempestuoso, em 1842 tiveram sua completa separação. Após este período, Comte conheceu as dores e sofrimento do amor impossível por uma mulher, Clotilde de Vaux (1815-1846), devido ao fato de ela ser casada, e também porque mesmo após sua separação, Clotilde de Vaux considerava Comte ainda um homem casado. Comte e Clotilde mantiveram uma íntima relação de amizade.
Comte (1978) encontrou em Clotilde de Vaux, alguém que, lhe permitiu expressar todos os seus sentimentos e necessidades emocionais. A afeição tornou-se ainda mais profunda com a morte de Clotilde, um ano depois. Comte transformou-a então no gênio inspirador de uma nova religião, cujas ideias se encontram numa extensa obra em quatro volumes, publicados entre 1851 e 1854: Política Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade. Além dessa obra, Comte publicou, em 1852, o Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da Religião Universal. Sem dúvida, para Bakos (2011), o encontro com Clotilde de Vaux, em 1844, fez Comte passar, como ele próprio confessou, por um processo de regeneração moral. Foi em Catecismo Positivista que Comte transformou sua filosofia da história em uma religião.
De acordo com Bakos (2011) ordem e progresso foram as últimas palavras registradas no testamento do filósofo francês Augusto Comte (1798-1857) ao amigo Pierre Laffite (1823-1903), essa convocação está expressa na bandeira do Brasil, há mais de um século. Auguste Comte faleceu no dia 5 de setembro de 1857.
Os três temas básicos:
O sistema comteano estruturou-se em torno de três temas básicos. Conforme Comte (1978, em primeiro lugar, uma filosofia da história com o objetivo de mostrar as razões pelas quais uma certa maneira de pensar (chamada por ele filosofia positiva ou pensamento positivo) deve imperar entre os homens. Em segundo lugar, uma fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia positiva, finalmente, uma sociologia que, determinando a estrutura e os processos de modificação da sociedade, permitisse a reforma prática das instituições. A esse sistema deve-se acrescentar a forma religiosa assumida pelo plano de renovação social, proposto por Comte nos seus últimos anos de vida.
O progresso do espírito:
Para Comte (1978) a filosofia da história — primeiro tema de sua filosofia — pode ser sintetizada na sua célebre lei dos três estados: todas as ciências e o espírito humano como um todo desenvolvem-se através de três fases distintas: a teológica, a metafísica e a positiva.
Diante da diversidade da natureza, o homem só consegue explicá-la mediante a crença na intervenção de seres pessoais e sobrenaturais. Segundo Comte, a mentalidade teológica visa a um tipo de compreensão absoluta; o homem, nesse estágio de desenvolvimento, acredita ter posse absoluta do conhecimento.
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