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Resenha Documentários "Fábrica da Depressão" e "Take Your Pills"

Por:   •  2/11/2018  •  Resenha  •  802 Palavras (4 Páginas)  •  463 Visualizações

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Observa-se hoje um grande contingente de pessoas adoecidas em seu ambiente de trabalho, muito devido à nova cara que as relações de trabalho no sistema capitalista tomaram ao longo dos anos. Doenças no trabalho não são um assunto novo, Freud e Marx já direcionavam alguma atenção a elas em seus estudos, mas num mundo em constante atualização como o que vivemos, as doenças também atualizam-se e não são mais exatamente as mesmas do século XIX.

Muito foi conquistado pela classe trabalhadora no século XX no Brasil, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as quais especificam os direitos pertencentes à esta classe. Os sentimentos de pertencimento à classe e de coletividade foram de extrema importância para que tais direitos foram alcançados, uma vez que sem as pressões das organizações sindicais jamais teriam a atenção merecida. Tais sentimentos, porém, vêm sendo desarticulados pela lógica capitalista, fortalecendo a individualidade nos ambientes de trabalho, e fazendo com que a classe trabalhadora esqueça o poder que tem quando no coletivo. Não se veem mais, por exemplo, grandes greves. Esta é a classe que movimenta o mundo e se ela quiser o mundo para, a exemplo da greve dos caminhoneiros em maio deste ano, que parou o Brasil, entretanto, não contou com o apoio do resto população, que enfrentou filas de mais de 5 horas em postos de combustíveis para pagar até R$10,00 no litro da gasolina, desarticulando assim o argumento dos grevistas de que os combustíveis estavam com preços muito altos.

Nos tempos de crise é que se percebem as maiores mudanças na lógica de trabalho, por exemplo, após a década de 1970, em que se viu uma economia estagnada e em crise, após anos de crescimento no período pós-guerra, se redesenhou, na década de 1980, a Divisão Internacional do Trabalho, levando para os países subdesenvolvidos grande parte das atividades produtivas, com aumento no número de transnacionais. O que se vê a partir daqui são cobranças cada vez maiores por produtividade em cima dos trabalhadores e trabalhadoras, levando à um considerável aumento no ritmo de trabalho, longas jornadas e salários mais baixos, levando à uma então precarização do trabalho.

Tal cobrança por produtividade é vista também nos ambientes acadêmicos, os estudantes são levados à produzir, se adequar, serem os melhores para o mercado de trabalho de maneira incessante, sem respeito aos limites e personalidades de cada um, de forma que, para sobreviver na competição, muitos fazem uso de drogas para manter conseguir manter um ritmo satisfatório, as chamadas “drogas inteligentes”, que nada mais são do que os medicamentos, a base de anfetaminas, receitados para pessoas com Hiperatividade e Déficit de Atenção, e que em pessoas que não possuem tal condição, comprovadamente não aumentam a inteligência como estas pensam, mas sim a atenção e autoconfiança. Ou seja, temos uma sociedade de jovens cansados que não creem em si mesmos, onde o suicídio é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 à 29 anos, ficando atrás apenas de acidentes de carro. Obviamente, existe algum problema na forma como a sociedade tem caminhado, entretanto, aqueles que não se encaixam nesse sistema é que se sentem errados, incapazes e inferiores, sentindo que talvez realmente mereçam ser “devorados”, em uma espécie de Darwinismo Social, o mais forte sobre o mais fraco.

Outra

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