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Resenha Estruturas Elementares do Parentesco

Por:   •  6/12/2019  •  Resenha  •  748 Palavras (3 Páginas)  •  340 Visualizações

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LÉVI-STRAUSS, C.. As estruturas elementares do parentesco. Capítulos 1 a 5. Petrópolis: Vozes, 1982 [1949], p. 41-107.

Lévi-Strauss tem como meta em sua obra As estruturas elementares do parentesco traçar as regras gerais das relações de parentesco, ou seja, o funcionamento geral dos sistemas que regulam as relações matrimoniais e de aliança entre os indivíduos de uma sociedade.

O capítulo I tem como ponto central os comentários do autor sobre os erros nos estudos prévios que tratam do conceito de Natureza e Cultura, principalmente no que concerne à criação de um limite claro entre os dois estados. Lévi-Strauss argumenta que, sendo o homem ao mesmo tempo um ser social e um ser biológico, não é possível instaurar um ponto específico em que aconteça esse salto qualitativo. A solução para o autor é apreender os dois estados como instrumentos metodológicos para o estudo dos homens e da sociedade e que a definição possível seria que a cultura se revela como a norma imposta e a natureza como acontecimentos universais não-regrados.

No capítulo II o autor se debruça sobre a questão do incesto, entendendo-o como uma situação limítrofe da natureza e da cultura, por ter um caráter restritivo de norma imposta, mas também ser observado em todas as sociedades, de uma maneira ou de outra. Novamente Lévi-Strauss destrincha os argumentos anteriores que tentavam posicionar o incesto como algo do campo da natureza, existindo unicamente por questões biológicas. O autor nega a possibilidade do incesto ser proibido por possíveis problemas advindo de filhos de parentes próximos, ou mesmo do desinteresse sexual “natural” por pessoas que têm convívio íntimo constante. Outra explicação refutada por Lévi-Strauss é a explicação oferecida por Durkheim, que entende a regra de proibição do incesto como uma consequência da exogamia praticada por muito tempo, baseada em caráter religiosos de medo do sangue menstrual das mulheres, considerado um sangue clânico. Apesar da explicação de Durkheim não cair em uma tentativa de biologizar completamente a questão da proibição do incesto, Lévi-Strauss não acha que ela consiga explicar de fato a questão e careça de lógica.

Isso posto, o autor considera que a melhor explicação é a que não coloca a proibição do incesto como um fator unicamente natural ou cultural, mas da ligação entre os dois. É o momento em que "a natureza se ultrapassa a si mesma" (p. 63).

Durante o capítulo III, o autor descreve como a aliança criada pela proibição do incesto é o que dá o caráter social às relações entre homens e mulheres. A proibição funciona como uma regra que controla a distribuição das mulheres, como um bem de valor, no sentido de garantir a reciprocidade de trocas matrimoniais.

O autor explicita o pensamento de que o alimento é “a expressão das relações sociais mais essenciais” (p. 77). Dessa forma, a sobrevivência e coesão do grupo depende da distribuição das mulheres, responsáveis pela alimentação. Tal processo revela a ligação entre o casamento e a economia, demonstrando a divisão sexual do trabalho e tirando o casamento do campo do afeto, demonstrando a sua função social.

No capítulo IV, Lévi-Strauss discute a questão da endogamia e da exogamia, colocando que as categorias não devem ser encerradas em si enquanto

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