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Responsabilidade da Mídia na inserção dos transexuais

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Por:   •  26/10/2014  •  Artigo  •  1.306 Palavras (6 Páginas)  •  251 Visualizações

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Responsabilidade da Mídia na inserção dos transexuais

Após anos de luta, mesmo após o reconhecimento da condição de transexual, ainda nos dias atuais, os transexuais são alvo de polêmica ganhando destaque na mídia e na sociedade, dada o preconceito que ainda é fortemente constante.

A palavra tem origem latim e é a junção trans e sexualis, que caracteriza a síndrome pelo desejo compulsivo que a pessoa tem em modificar seu órgão sexual em compatibilidade ao seu sexo psicológico, o seja, o não pertencimento ao seu sexo anatômico.

Para Madeira (2001 pag. 23) “a imagem que se tem de si mesma não coincide com a sua aparência física, muito menos com seu sexo biológico”. Assim, compreende-se que um transexual feminino é um homem biologicamente, mas se sente como uma mulher. O transexual masculino, ao contrário, é biologicamente mulher e se sente um homem.

Um sentimento que é mantido em segredo por muito tempo, e causa um profundo desconforto psíquico. Em ambos os casos, é como se a pessoa fosse de um sexo psicologicamente, com a equivalente imagem ou esquema corporal, e anatomicamente, de outro. (MADEIRA, 2001, pág. 23)

A primeira operação que se tem noticia foi realizada em1921 por Feliz Abrahame, Rudolf considerado o primeiro transexual redefinido. Logo em seguida, o pintor Einar Wegener, em 1923, aos 40 anos, retirou os testículos e o pênis e se tornou Lili Elbe. (CASTEL, 2001, pág. 85)

A transexualidade no Brasil está ligada diretamente com a realização da primeira cirurgia de mudança de sexo, que ocorreu em 1971. Na ocasião a readequação sexual foi realizada no paciente Waldir Nogueira, que já havia sido examinado por diversos médicos conceituados, no qual, por unanimidade, diagnosticaram-no como transexual, sendo aconselhada apenas a cirurgia de readequação sexual como forma de tratamento.

A situação fez com que o médico responsável, Roberto Farina realizasse a intervenção cirúrgica com êxito. Após o procedimento, o médico fosse processado criminalmente por lesão corporal e sendo, em primeira instância, cassado seu direito de exercer a medicina. Já em segunda instância, Farina foi absorvido pelo Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, por votação majoritária (FORMICA, 2008, pág. 12).

Mas foi apenas em 1997, que o Brasil, através da Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM 1482/97), autorizou a realização das cirurgias de transgenitalização. As intervenções cirúrgicas eram apenas para caráter experimental e ainda, quando realizadas em hospitais universitários ou públicos, no qual deveria possuir estrutura própria para pesquisa. Assim, o procedimento passava a ser ético diante a visão da medicina brasileira. Bento (2006, pág. 28) explica que “antes dessa Resolução, médicos foram julgados pelo CFM pelo crime de ‘mutilação’, tipificação atribuída às cirurgias de transgenitalização”.

Atualmente o transexualismo tem ganhado destaque na mídia e nas questões jurídicas. O papel das empresas de comunicações é fundamental na formação do individuo moderno, pois é difícil imaginar, nos dias de hoje, ‘ o que seria viver num mundo sem livros e jornais, sem rádio e televisão, e sem os inúmeros outros meios através dos quais as formas simbólicas são rotineiras e continuamente apresentadas a nós’ (Thompson). (ALEXANDRE, 2001, pág. 115)

Assim é visível perceber a importância dos veículos de comunicação para a criação dos conceitos dentro sociedade e como ferramenta fundamental na difusão das mensagens recebidas pelos indivíduos. Para conectar a teoria da Representação Social a problemática, a princípio, deve-se criar a ideia dos gêneros, feminino e masculino, dentro do contexto da transexualidade.

A pesquisadora Berenice Bento, na obra “A Reinvenção do Corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual” liga o conceito e o constrói, através de pesquisa de campo, a diferença dos diversos ideais sobre cada um dos gêneros, na concepção dos transexuais entrevistados.

As respostas mais frequentes eram: ‘Eu me sinto mulher, choro por qualquer coisa’, ‘Sou muito romântica’, ‘É bom ser homem, porque, se eu ficar com mais de uma menina, não vou levar nome. A mulher é presa’. O feminino aparecia referenciado na maternidade e o masculino, na virilidade. (BENTO, 2006, pág. 32).

Essa concepção remete aos conceitos da feminilidade e masculinidade gerados dentro da sociedade, sendo a representação social dos “estereótipos de gêneros”. Assim, pensando nas transformações e fissuras provocadas pelos gêneros que se efetivam fora do referente biológico, como os transexuais, tendem a seguir a ideia sobre o ser feminino e masculino.

Se algumas vezes o conceito de idealizações pode se confundir com o das representações social, essa aparente proximidade desaparece quando consideramos que, ao evocar as idealizações, os sujeitos estão performaticamente interpretando as normas de gênero, e é nos espaços abertos por essas interpretações que se podem pensar as possibilidades de mudanças e fissuras nessas mesmas normas de gênero. (BENTO, 2006 pág. 34).

Grande parte dessa confusão está relacionada à visão deturpada e incoerente divulgada na mídia. Essa carência nas informações causa a insatisfação e o preconceito dos próprios transexuais, fruto da pesquisa de “Representações da

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