Resumo Sobre Bordieu e Putnam
Por: Mercedes.Ana • 1/5/2019 • Trabalho acadêmico • 487 Palavras (2 Páginas) • 142 Visualizações
O termo capital social surgiu no século XX para chamar à atenção para os caminhos pelos quais nossas vidas se tornam mais produtivas por meio de vínculos sociais. O capital social é visto sob diferentes aspectos de acordo com a formação teórica de cada autor, a analisar neste trabalho, Bourdieu e Putnam.
Pierre Bourdieu iniciou seu trabalho sobre capital social a partir do estudo sobre a teoria da ação. O autor inaugura a chamada teoria do senso prático, onde o homem não faz escolhas refletidas; ele age de acordo com as exigências da vida prática, que demandam por ações urgentes, e segundo o seu habitus, isto é, estruturas de ação que são assimiladas em parte à estrutura social e em parte são respostas pessoais dos próprios sujeitos a situações ocorridas ao longo de sua vida.
Bordieu aponta que o capital social é aplicado às dimensões não-materiais e simbólicas, distinguindo múltiplas formas de capital, entre as quais a econômica, a cultural e a social. Tal noção de capital está para além dos seus limites tradicionais. É importante notar que Bordieu sinaliza que indivíduos e grupos utilizam-se desse processo de conversão para assegurar a conversão do seu capital total. O autor afirma, portanto, que, mesmo o considerando totalmente distinto, o capital social não é completamente independente do capital econômico e cultural possuído por um indivíduo ou pelo grupo a quem está ligado, uma vez que as trocas que instituem a confiança mútua exigem a pré-existência de um mínimo de homogeneidade entre os que o possuem com exclusividade, exercendo um efeito multiplicador sobre esse capital possuído. Como observa Portes (2000), o tratamento que Bourdieu dá ao conceito de capital social está focado sobre os benefícios revertidos para os indivíduos decorrentes da participação nos grupos e sobre a construção deliberada de sociabilidade. Para Bourdieu, os lucros revertidos da filiação a um grupo são a base da solidariedade e o que a torna possível.
Outro autor que dedica seus estudos ao capital social é Robert Putnam. Para ele capital social é importante porque define as características da sociedade civil, e estas características afetam a saúde das democracias, das comunidades, dos indivíduos. Putnam, não acredita que o Estado sirva como ator mediador na promoção de capital social. O autor também afirma que o capital social é fruto de raízes históricas e culturais e, por isso, não acredita que possa ser criado ou modificado por meio da instituição de regras de reciprocidade ou sistemas de participação cívica. Putnam enxergava o capital social de uma forma estática porque acreditava que padrões de conexão social eram fixos no tempo e no espaço. De fato, também para outros autores o capital social pode ser criado ou destruído através de interações políticas de diferentes grupos da sociedade, onde o Estado ocupa um papel importante
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