SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO E A VIDA COTIDIANA
Artigos Científicos: SISTEMA DE REPRESENTAÇÃO E A VIDA COTIDIANA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: MatheusBRR • 20/11/2014 • 2.370 Palavras (10 Páginas) • 240 Visualizações
O presente ensaio é o trabalho final da disciplina de Sociologia do Cotidiano
ministrado pela professora doutora Fátima Cabral, aos estudantes de Ciências Sociais da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) Julho de Mesquita Filho, campus de Marília no
segundo semestre de 2012. O objetivo principal se constitui em relacionar os
conhecimentos socializados na disciplina com assuntos por mim estudado, quer dizer,
relacionar as contribuições assinaladas, em especial, por Lukács com a de autores da
Teoria Histórico-Cultural (THC) e da Pedagogia Histórico-Crítica. Devido a complexidade
do assunto proposto, o presente autor possui a intenção de problematizar as questões,
sistematizar as dúvidas surgidas e não o de esgotar a temática apresentada.
Pode-se dizer que ao longo da trajetória a humanidade, os seres humanos,
desenvolveram um espaço privilegiado de socialização e criação de conhecimentos
denominado de escola. Ao longo desse processo sócio histórico, esta instância social
passou por muitas transformações e cumpriu e cumpre diferentes papeis sociais. Contudo
a função central da escola, em seus diferentes momentos, é o de produzir em cada
indivíduo singular aquilo que foi histórico e socialmente produzido pelo conjunto da
humanidade (SAVIANI, 2008), é o de socializar os conhecimentos que a humanidade, ao
longo de sua trajetória, acumulou enquanto conhecimento social. Esse conhecimento
produzido por intermédio do trabalho, ao ser apropriado por cada indivíduo singular será
ressignificado e operacionalizado em seu meio social, fornecendo-o representações de
sua realidade o que produzirá modos de vida e de relações sócias, cultura. Assim, “[...] a
passagem do homem a uma vida em que a sua cultura é cada vez mais elevada não
exige mudanças biológicas hereditárias.” (LEONTIEV, 1973), mas, cabe notar, que “O
homem não está evidentemente subtraído ao campo de ação das leis biológicas.” (LEONTIEV, 1973)
Esta forma particular de fixação e de transmissão [cultural] às gerações seguintes das aquisições
da evolução deve o seu aparecimento ao fato, diferentemente dos outros animais, de os homens
terem a atividade criadora e produtiva. É antes de mais nada o caso da atividade humana
fundamental: o trabalho. (LEONTIEV, 1973 )
“Podemos dizer que cada indivíduo aprende a ser homem o que a natureza lhe dá quando nasce não
lhe basta para viver em sociedade.” (LEONTIEV, 1973 ) e que “ A principal característica do processo
de apropriação ou de ́aquisição` [...] cria no homem aptidões novas, funções psíquicas novas.”
(LEONTIEV,1973 ). Dito isto, aCultura é tudo aquilo que foi criado, construído, aprendido, conquistado pelo homem no curso de
toda a sua História, em contraposição ao que a natureza lhe deu, compreendida aí a história
natural do homem como espécie animal. [...] no momento em que o homem se separou do reino
animal – e isto aconteceu quando segurou pela primeira vez os instrumentos primitivos de pedra e
de madeira – naquele momento começou a criação e a acumulação de cultura, isto é, do
conhecimento e da capacidade de todos os tipos para enfrentar e subjugar a natureza. (Trotsky,
1971)
Cabe dizer, ainda, que de maneira alguma esse processo é passivo pois
As aquisições do desenvolvimento histórico das aptidões humanas não são simplesmente dadas
aos homens nos fenômenos objetivos da cultura material e espiritual que os
encarnam, mas são aí apenas postas. Para se apropriar destes
resultados, para fazer deles as suas aptidões, “os órgãos da sua
individualidade”, a criança, o ser humano, deve entrar em relação com os
fenômenos do mundo circundante através doutros homens, isto é, num
processo de comunicação com eles. Assim, a criança aprende a atividade
adequada. Pela sua função, este processo é, portanto, um processo de
educação. (LEONTIEV, 1973 )
O que leva cada indivíduo se apropriar ativamente daquilo que lhe é necessário, útil, em sua existência,
ou seja, que faz sentido ao indivíduo enquanto ser social e ser singular. Em outras palavras, a categoria
singularidade é uma categoria relacional, singular em relação a alguma coisa, assim, ser singular está
diretamente relacionada com o ser social, pois a singularidade só ser só existe em sua interação e
relação com outros seres humanos, enquanto ser social. E mais, esse processo de apropriação ativa,
realizada pelos seres humanos, acontece de diferentes formas em em diferentes espaços sociais, seja
na família, na igreja, na escola entre outros lugares, quer dizer, acontece no conjunto da vida cotidiana
dos seres humanos.
Como bem aponta Geertz (1997), os seres humanos formam em seu cotidiano um senso
comum que lhes serve de sistema filosófico e como sistema de conhecimentos que os indivíduos
operacionam
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