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Serviço Social: rompendo com a alienação

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Por:   •  29/8/2013  •  Tese  •  3.004 Palavras (13 Páginas)  •  1.018 Visualizações

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MARTINELLI. Maria Lucia. Serviço Social Identidade e alienação

Capitulo III – Serviço Social: rompendo com a alienação

O século XX e a questão social

O contexto histórico do sec. XX apresentou uma gama de acontecimentos, a Grande depressão, o aumento dos fluxos migratórios para os Estados Unidos devido às grandes dificuldades que se colocavam ao trabalhador europeu. Os norte americanos escaparam quase que sem marcas da Grande depressão, pois ali crescia o capitalismo, que se expandia juntamente com a indústria ferroviária e se constituía num pólo de atração aos trabalhadores empobrecidos e desempregados.

A grande depressão prosseguia, ora dando sinais de recuo, ora avançando ainda mais.

No inicio do sec. XX o quadro econômico tornou-se um pouco mais estável, mas esta estabilidade durou pouco, logo foi interrompida por um conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que precederam a I grande guerra mundial e a Revolução de 1917 na Rússia.

Por outro lado, na relação capital trabalho, houve amadurecimento do processo organizativo por parte do movimento operário mantendo a classe dominante em alerta permanente. O Estado burguês considerava atentamente as reivindicações dos trabalhadores, inclusive a realização de negociações coletivas.

Diante dos acontecimentos no sec. XX pelo menos duas situações eram claras:

1. A questão social estava posto no centro do palco histórico;

2. No confronto entre os atores envolvidos, o domínio principal já não era mais do capital.

Foi num contexto marcado por dramas e tragédias que o sec. XX viveu sua historia. O capital despindo-se de suas mascaras e desfazendo as ilusões criadas, apresentando a dura realidade para aqueles que se alimentavam dos sonhos do progresso e da estabilidade financeira.

A sociedade capitalista estava à beira do colapso com um quadro social bastante preocupante onde índices de desemprego e a pobreza crescia de forma generalizada tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. A esperança da primeira década, os anos trinta daquele século se mostraram com uma crise ainda maior da vivida com a grande depressão.

Tentando fazer com que o capitalismo se reerguesse o Estado passou a assumir um papel de destaque na expansão dos investimentos e do mercado e a industrialização passou a se apresentar com um elevado grau de monopólio. Criava-se assim, a nova base do capitalismo, o capitalismo monopolista, onde a concorrência de capitais industriais era substituída pelos monopólios, que ganharam força e construíram alianças entre a classe dominantes e com o próprio Estado. Essa aliança resultou na década de 30 em uma pressão sobre os trabalhadores para impedir sua organização. Essa onde de repressão e violência só fez aumentar o poder de organização e a capacidade de luta da classe trabalhadora.

O clima de tensão envolvia permanentemente as relações sociais, o que se via era a questão social, que atemorizava a burguesia e lembrava a fragilidade da ordem social. Cresciam os impérios econômicos, à medida que o capitalismo monopolista se solidificava, todavia crescia na mesma proporção a pobreza e a miséria. Assim, se fazia necessário encontrar novas formas de equacionamento da questão social. Os problemas que assolaram a Europa, principalmente a Grande Guerra deixaram marcas e haviam mudado a estrutura da sociedade. As novas estratégias de enfrentamento da questão social precisavam levar em conta esta nova correlação de forças: de um lado o combativo proletariado de outro a defensiva classe dominante e ao redor trabalhadores empobrecidos, expulsos do mercado de trabalho ou esperando para adentrar.

Esse contexto já era dos anos 40 onde a classe dominante foi socorrer-se com aqueles que criou para cuidar do enfrentamento da questão social e paralelo a isso a segunda guerra mundial já era avistada num horizonte próximo.

Neste contexto o número de assistentes sociais crescia, tanto na Europa quanto na America do norte, a pratica ganhava características de profissionalização de fato. Contudo a indeterminação que envolvia a sociedade envolvia também a categoria profissional, sua identidade era moldada pelo capitalismo e sua pratica por ele determinada. Segundo Oliveira (1987) o Serviço social era “uma entidade global mítica, acima do mal e abaixo do bem” apresentando um perfil de contornos inespecíficos e indefinidos.

Racionalização da pratica da assistência

Antecedentes Históricos

Neste contexto histórico, de pós guerra o trabalho destinado pela classe dominante aos assistentes sociais era da realização de uma pratica assistencial bastante distanciada das relações sociais e associada à noção de caridade.

Essa conotação de assistência existe desde a antiguidade há referencias da pratica da assistência no antigo Egito, na Grécia, na Itália, na Índia e em outros lugares do mundo. A ajuda, nessa fase histórica, consistia na esmola esporádica, na visita domiciliar, na concessão de gêneros alimentícios, roupas, calçados, enfim, bem materiais indispensáveis para amenizar o sofrimento das pessoas. Entre os judeus, essa pratica em especial a da visita domiciliar eram usuais, destinando-se principalmente as viúvas, órfãos, idosos e enfermos.

A questão da assistência e sua forma de ser realizada levaram a reflexão de filósofos gregos e latinos, entre os quais Aristóteles, Platão, Sêneca e Cícero. O posicionamento destes filósofos apontava para a necessidade de racionalizar a prestação da assistência, eliminando o caráter eventual ou episódico.

Com o advento do cristianismo a assistência foi ampliada fundamentando-se além da caridade na justiça social como também enfatizando a dimensão espiritual.

Conforme registram os evangelhos, entre as missões dos apóstolos estava a realização da assistência principalmente aos mais humildes. Com a organização da igreja católica essa tarefa foi delegada aos diáconos e as ações foram ampliadas passando a realização de inquéritos sociais, alem de visitas domiciliares para constatação das necessidades.

A organização da pratica da assistência, como expressão de caridade foi objeto de preocupação de muitos teólogos e membros de destaque da igreja católica.

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