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Sobre o Autoritarismo Brasileiro

Por:   •  29/3/2020  •  Relatório de pesquisa  •  1.143 Palavras (5 Páginas)  •  141 Visualizações

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MARIA CAROLINA ABLE PEREIRA 

SCHWARCZ , Lilia Moritz. Sobre o Autoritarismo Brasileiro. In: SCHWARCZ , Lilia. Escravidão e Racismo. [S. l.: s. n.], 2019. cap. Escravidão e Racismo, p.18 - 26.

   Vivemos em um país chamado Brasil, onde desde o início da colonização aconteceram inúmeros desmandos de toda a ordem, mas talvez o mais enraizado e mais repugnante, foi a escravidão de seres humanos  que deixou marcas, feridas profundas que determinaram os caminhos de uma nação até os dias atuais.

    Esse período que aconteceu, no espaço de tempo que envolve entre  o século XVI ao  XIX, permeou se essa insanidade amparada por algumas leis esdruxulas que garantiam que tal prática fosse considerada legal, baseado nisso se alastrou por todo a colônia a escravidão de uma forma avassaladora, virou uma prática corriqueira, qualquer pessoa que tivesse uma condição podia comprar e ter escravos, tantos quantos tivesse necessidade. E foi aí que nasceu uma desigualdade social brutal com todas as suas prerrogativas e horrores fazendo da cor da  pele um fator determinante para que um  indivíduo fosse considerado dono de outro e pudesse decidir da forma  que melhor entendesse o destino daquele que pela lei era sua propriedade.

    Normalmente sob essa condição o escravo era utilizado para a mão de obra principal para trabalhos extremamente pesados, sendo usada de forma desumana e brutal, onde para se dar como exemplo de como  era o grau de dificuldade das tarefas impostas, reduzia se sobremaneira  a expectativa de vida de um escravo,  vinte e poucos anos era o limite dada a severidade e as condições para o cumprimento das tarefas impostas isso se tratando de escravos homens. No caso das mulheres a situação não era menos tranquila eram submetidas práticas e a torturas psicológicas terríveis, tendo que muitas vezes renegaram os próprios filhos para por exemplo amamentar o filho do patrão, fora as funções domésticas, e o pior de tudo isso é que era uma coisa normal na época.

   Nesse tempo surgiu a figura pejorativa da mulata com a conotação sexual e a cultura do estupro, isso tudo durou um determinado tempo até que escravos de alguma maneira reagiram alguns fugiram, outros mataram, promoveram todos os tipos de revoltas e insurreições negociaram seu lugar e seus direitos.

   Mas por outro lado houve a contrapartida por parte dos senhores de escravos, que utilizaram várias práticas como forma de retaliação, como exemplo expor e chicotear em praça pública o insubordinado, e tentaram adiar o regime de abolição o quanto foi possível, um breve retrato do escravizado que trabalhava dezoito horas por dia, recebia apenas uma muda de roupa por ano, pouca comida, nenhuma posse, sem possibilidade de ter uma instrução básica,  sendo que em qualquer tipo de sociedade por mais fraca que seja a educação é um princípio básico para que qualquer cidadão tenha a mínima condição de uma ascensão social um pouco melhor, e saia do bolsão de pobreza que a sociedade lhe impôs

   Sem dó nem piedade isso foi o fator determinante para essas pessoas serem discriminadas, e tratadas de forma inferior até os dias atuais, esse processo demorou muito para ser revertido, foi de forma lenta e gradual sendo feito em etapas. A primeira delas foi a lei do ventre livre, depois veio a lei do sexagenario, e posterior a isso veio a lei áurea, em 13 de maio de 1888, mas isso não resolveu os problemas dos escravos, apenas transferiu para outra esfera, afinal eram considerados outra raça, e pior uma raça inferior, onde foram colocados na extremidade mais baixa da pirâmide social, e apesar de que no século Xlll houve uma tese divulgada em todos os cantos, que todos os cidadãos eram iguais perante a lei, na prática não era bem isso que acontecia

   Em meio a essa segregação e a esses devaneios, aflorou uma questão que incomoda até hoje, que é o racismo, que de forma velada ou explícita perdura até os dias atuais, tendo decorridos mais de 130 anos após a libertação dos escravos, onde hoje vemos pessoas com classe social inferior, não podendo  por exemplo usar o mesmo elevador de pessoas mais abastadas, como se essa pessoa mais simples pudesse transmitir algum tipo de doença ou algo do gênero.

    Resumindo os negros escravos, não tiveram chance de se sobressair, chamaram isso de dupla morte que na prática quer dizer que mata-se o indivíduo e também a sua memória, enfim chegamos ao século XX onde achava-se que a situação ia melhorar, mas ela simplesmente piorou, onde o negro foi excluído de todas as benesses do estado como saúde, educação, trabalho, moradia transporte e segurança, isso é deveras impactante pois a população negra resta apenas as sobras e migalhas onde deveria ser igual a todos.

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