Suicídio, livro III

 Livro III

Após ter descrevido os fatores que levam ao suicídio, o autor fala sobre a natureza dos suicídios. Fala sobre o suicídio como elemento social de modo geral.  Como o Durkheim afirma, há duas formas que possam ser consideradas do fator que levam ao suicídio. O Autor afirma que, os mais diversos acontecimentos na vida e até os mais contraditórios podem servir igualmente de pretexto ao suicídio. Portanto, nenhum deles é sua causa especifica. Ele estabelece que a cada sociedade tem uma aptidão para o suicídio e que é esta mesma a que influi em maior ou menor grau nos indivíduos. Os atos individuais são um prolongamento do estado social. “Não é por metáfora que se diz que cada sociedade humana tem uma disposição mais pronunciada ou menos pronunciada para o suicídio: a expressão se fundamenta na natureza das coisas. Casa grupo social tem por esse ato, realmente uma inclinação coletiva que lhe é própria e da qual derivam as inclinações individuais, e não que procede destas ultimas.” (p.384).

Logo após, o autor afirma que para se descobrir a causa do suicídio, não se pode apenas olhar, investigar o individuo, mas sim o todo: “A causa que produz o fenômeno escapa necessariamente a quem só observa indivíduos, pois ela está fora dos indivíduos. Para descobri-la, é preciso se colocar acima dos suicídios particulares e perceber o que constitui sua unidade” (p.418).

O suicídio, na maioria das vezes, ocorre com indivíduos em sua fase da juventude até a maturidade, pois, como afirma o autor, é com o passar do tempo, com o ganho de experiências ruins, que o levam a uma existência egoísta ou toda inutilidade das ambições sem termo. Portanto, a força coletiva que leva o homem a matar-se vai penetrando nele lentamente. 

Depois de demonstrar que o suicídio por sua essência, como um elemento social, no capitulo dois do terceiro livro, o autor fala sobre qual o papel do suicídio entre outros fenômenos sociais. O autor se ocupa de se o suicídio é um fator moral ou imoral. A partir daí, Durkheim cita como o suicídio era visto por diferentes sociedades antigas. E conclui que a legislação do suicídio passou por duas fases principais. A primeira fase, é a qual o individuo não pode cometer suicídio com sua própria autoridade, mas pode faze-lo com a autoridade do Estado. No segundo período o a condenação é absoluta e sem nenhuma exceção, o ato de se dispor da existência é retirada não apenas do individuo, mas também da sociedade: “Assim, à medida que avançamos na história, a proibição, em vez de se atenuar, torna-se mais radical.” (p.430).

Durkheim afirma que a direção que foram tomadas as ideias sobre o suicídio, mostram que se o suicídio merece ser proibido é por conta, ao se matar o homem se furta das obrigações com a sociedade. O autor também afirma que o homem foi ganhando uma importância não só para o Estado, mas também uma marca da religiosidade “O homem tornou-se um deus para os homens. Por isso qualquer atentado dirigido contra ele tem para nós o efeito de um sacrilégio” (p.432). Assim, o suicídio torna-se não mais um ato contra o Estado, torna-se um ato contra a religiosidade.

A seguir, Durkheim faz uma relação do suicídio com outros atos imorais, parando-se especialmente no homicídio. E o autor faz dois questionamentos: se são idênticas as condições psicológicas e se há antagonismo entre as formas sociais das que dependem. Assim, o autor descreve três fatos para estabelecer a unidade psicológica dos dois fenômenos, a influência do sexo, da idade e temperatura. Ele conclui que a influencia entre esses fatores não revela diferenças relevantes. Logo após, ele questiona se existe um real antagonismo entre as condições sociais de que eles dependem. Durkheim demonstra em números, os suicídios e os homicídios em certos locais e afirma que em sociedades nas quais a vida é pouco respeitada, os suicídios são frequentemente muito numerosos.

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