Trabalhador Invisivel
Dissertações: Trabalhador Invisivel. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: adlaw • 24/4/2013 • 350 Palavras (2 Páginas) • 646 Visualizações
PROFISSÃO FRENTISTA
João Alves, frentista há oito anos de um posto de gasolina localizado no bairro Atalaia, tem uma rotina de trabalho da qual não reclama. Chega às 6h, sai ao meio-dia. Ganha pouco, mas, segundo ele, não pode reclamar, pois com o pouco estudo que tem não arranjaria nada melhor. Pai de três filhos, ele é contundente ao dizer que mesmo gostando da profissão não quer que nenhum dos seus filhos siga seu exemplo. “Esse trabalho é para quem não tem estudo. Meus filhos estudam, eles podem ser médico, dentista, advogado. Com certeza, eles não se orgulham da minha profissão”.
O tratamento que recebe dos clientes varia. “Alguns chegam, já me conhecem, sabem meu nome, são clientes de muitos anos. Outros acham que por estarem dentro de um carro são melhores do que eu. Quem eu trato melhor? Claro que é o que me trata bem”, contou o frentista. João relatava suas histórias com alegria. Talvez estivesse se sentindo importante agora que alguém finalmente se interessava por aquilo que ele tinha para contar.
PROFISSÃO GARÇOM
“Amo a minha profissão, ela é muito importante, mas as pessoas não reconhecem”. Foram as primeiras palavras de Messias Nascimento, garçom há 45 anos. Aos 64 anos de idade, seu Messias disse que já vivenciou muitas situações, algumas bastante desagradáveis. “A gente quando chega a uma certa idade começa a ser chamado de tio ou de ‘vô’. Não posso fazer nada, senão eu sou despedido. O cliente tem que ter sempre razão. Por isso que muitas vezes finjo nem escutar ou entender que debocham de mim”.
Segundo ele, além de o trabalho ser muito desgastante, o salário de garçom não compensa. Ou melhor, as gorjetas oscilam e não há como ter uma renda certa. Mesmo contra a lei, muitos garçons recebem apenas os 10% sobre a conta dos clientes que atendem. “O pior é quando o cliente fica meu amigo e acha que por isso não precisa mais pagar os 10%”, conta o experiente garçom que mesmo a contra-gosto viu um de seus três filhos seguir a mesma profissão que a sua.
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