Case de Sociologia - Durkheim e Weber

SINOPSE DO CASE: EXPOSIÇÃO VIRTUAL E SUICÍDIO NO BRASIL ^[1]

                               Marcos Vinícius Sousa dos Santos^[2]

Bruno da Silva Azevedo^[3]

1. DESCRIÇÃO DO CASO

1.1 Contexto

O case se refere a diversas mulheres que tiveram os seus vídeos íntimos expostos na web. Esses vídeos foram assistidos por milhares de pessoas e trouxeram consequências irreparáveis para as garotas, fazendo até mesmo com que se suicidassem. Além disso, a exposição destrói a vida social das jovens, que são geralmente vítimas de ex companheiros.  

1.2. Problema:

Diante do que foi proposto, a superexposição na web pode ser vista como “fato social”? Pode-se entender o mundo dos selfies, “nudes” e da superexposição do eu a partir da lógica da modernidade como descrita por Marx? O tratamento dado aos corpos pode ser visto como algo “diluído”? Pode-se ler o caso a parti de Max Weber?

1. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO

1. DECISÕES POSSÍVEIS;

• O suicídio deve ser creditado á sociedade

• O suicídio não deve ser creditado a sociedade

1. ARGUMENTOS CAPAZES DE FUNDAMENTAR CADA DECISÃO

O suicídio deve ser creditado à sociedade:

Seguindo o pensamento positivista de Émile Durkheim o suicídio desses indivíduos está relacionado a um fator externo e social, denominado “fato social”.  Tal fenômeno é definido pela influência da sociedade sobre o indivíduo, através da imposição de padrões comportamentais, padrões morais e pensamentos adversos. Ou seja, as pessoas são frutos da sociedade e não de suas próprias concepções. (Durkheim, 1986,)

A ideia durkheimiana afirma que a consciência coletiva de um indivíduo é construída a partir de regras morais impostas coercitivamente pela sociedade. Essas leis não são codificadas e nem instituídas, mas acabam sendo adotadas devido um costume, padrão, cultural, questão religiosa ou familiar. Porém, haverá punições estabelecidas em um nível moral se tais leis não forem cumpridas. No caso em questão as mulheres que sofreram com exposição íntima na internet, foram condenadas pela sociedade, pois se expuseram nuas e atentaram ao pudor, ferindo os princípios religiosos da maior parte da população e valores ensinados desde criança por meio da educação.

Portanto para Durkheim, segundo os conceitos de suicídio e solidariedade orgânica as mortes ocorridas estão ligadas a uma falta de integração social, gerada pela quebra de um elo com a sociedade, a partir do momento em que não se trabalha, nem se sai mais de casa aniquilando o valor da função social.  Isto é, a anomia e a ausência de “espírito de adesão ao grupo produzida” pela desintegração social chegaria ao extremo levando ao suicídio do indivíduo. (Durkheim, 1986). Durkheim faz a seguinte afirmação sobre anomia:  

Numa sociedade ou grupo social em anomia faltará uma regulamentação durante certo tempo. Não se sabe o que é possível e o que não é, o que é justo e o que é injusto, quais as reivindicações e esperanças legítimas, quais as que ultrapassam a medida (Durkheim, 1974).

O suicídio não deve ser creditado à sociedade:

Max Weber na sua famosa obra “A ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” afirma que a ascensão do capitalismo se deve a ideologia protestante de buscar o lucro. Esse último baseado numa crença Divina, ou seja, o lucro era visto como uma benção de Deus. Dessa forma, o trabalho se tornou de grande importância para a sociedade moderna e capitalista, assim, quando os indivíduos do caso presente deixam de trabalhar, eles acabam perdendo o espírito capitalista, que de grosso modo seria o lucro. Além disso, ao cessar as suas tarefas em uma sociedade, o indivíduo também está cessando a comunicação com os outros, isso baseado na ação social descrita por Weber. (WEBER,1973)