Vigiar E Punir
Trabalho Escolar: Vigiar E Punir. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: pahenfeso • 30/9/2013 • 3.048 Palavras (13 Páginas) • 587 Visualizações
INTRODUÇÃO
Através de sucinta exposição procuraremos transmitir o conhecimento
acumulado no transcorrer da leitura do livro vigiar e punir, aos quais nos empreendemos
com afinco e dedicação, a fim de que não frustrássemos as expectativas confiadas em nós
quando da incumbência desta tarefa.
Apresentado por resumos como resultado de nossas investigações, referências
indispensáveis para guiar-nos no sentido de melhor compreensão do tema, sem que para
isso haja um amontoado de textos desconexos entre si, desprovidos de seqüência lógica,
nosso estudo tem por finalidade a compreensão dos capítulos proposta para resumo pelo
professor em seus característicos peculiares.
Trata-se de um livro de altíssima indagação e de muita atualidade. Longe de nós
conduzir a opinião para este ou aquele sentido. Visamos com o presente trabalho buscar
uma melhor compreensão sobre o tema e ofertar subsídios para uma meditação e percepção
geral sobre o assunto.
Transcreveremos no desenvolvimento do trabalho trechos que a nosso ver
transparece o pensamento emitido pelo autor da obra.
O objetivo do livro é uma história correlativa da alma moderna e de um novo
poder de julgar; uma genealogia do atual complexo científico-judiciário.
Foucault, inicia a obra narrando a história de Damiens, que fora condenado, a 2
de março de 1957, a pedir perdão publicamente diante da porta principal da Igreja de Paris
aonde devia ser levado e acompanhado numa carroça, nu, de camisola, carregando uma
tocha de cera acesa de duas libras, na dita carroça, na praça de Greve, e sobre um patíbulo
que aí será erguido, atenazado nos mamilos, braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão
direita segurando a faca com que cometeu o dito parricídio, queimada com fogo de enxofre,
e as partes em que será atenazado se aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche em
fogo, cera, e enxofre derretidos conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e
desmembrado por quatro cavalos e seus membros consumidos ao fogo, reduzido a cinzas, e
suas cinzas lançadas ao vento.
Com esta narrativa Foucault apresenta um exemplo de suplício e logo adiante
também narra a história de como utilizar o tempo a exemplo da Casa dos jovens detentos de
Paris.
Assim, acreditamos com a explanação que se segue, cumprimos o dever a nós
atribuído quando da escolha do livro para resumo pelo professor.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir Nascimento da Prisão.
O CORPO DOS CONDENADOS
Apresentamos exemplo de suplício e de utilização do tempo. Eles não sancionam os
mesmos crimes, não punem o mesmo gênero de delinqüentes. Mas define bem, cada um
deles, um certo estilo penal.
Dentre tantas modificações, atenho-me a uma: o desaparecimento dos suplícios. Em
algumas dezenas de anos, desapareceu o corpo supliciado, esquartejado, amputado,
marcado simbolicamente no rosto ou no ombro, exposto vivo ou morto, dado como
espetáculo. Desapareceu o corpo como alvo principal da repressão penal.
No fim do século XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras,
a melancólica festa de punição vai-se extinguindo. A punição pouco a pouco deixou de ser
uma cena. E tudo o que pudesse implicar de espetáculo desde então terá um cunho
negativo; e como as funções de cerimônia penal deixavam pouco a pouco de ser
compreendidas, ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao crime mantinha
com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em selvageria,
acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los, afastados,
mostrando-lhes a freqüência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com criminoso, os
juízes aos assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do supliciado um
objeto de piedade e de admiração.
A execução pública é vista então como uma fornalha em que se ascende a violência.
A punição vai-se tornando, pois, a parte mais velada do processo penal, provocando
várias conseqüências: deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência
abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade não à sua intensidade visível; a certeza de
ser punido é que deve desviar o homem do crime e não mais o abominável teatro; a
mecânica exemplar da punição muda as engrenagens. Por essa razão, a justiça não mais
assume publicamente a parte de violência que está ligada a seu exercício. O essencial da
pena que nos, juízes, infligimos não creiais que consista em punir; o essencial é procurar
corrigir, reeducar, “curar”, uma técnica de aperfeiçoamento recalca, na pena, a estrita
expiação do mal, e liberta os magistrados do vil ofício de castigadores.
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