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VÍDEO: O POVO BRASILEIRO (DARCY RIBEIRO) – PARTE 2

Por:   •  4/3/2019  •  Resenha  •  1.029 Palavras (5 Páginas)  •  299 Visualizações

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VÍDEO: O POVO BRASILEIRO (DARCY RIBEIRO) – PARTE 2

O vídeo relata a história da matriz lusa, abordando as influências da sua origem na formação da nação até o período das Grandes Navegações.

O território português era ponto de encontro para lusitanos, galegos e célticos em busca de estanho e cobre. No século VIII a.C, os fenícios invadiram a península Ibérica trazendo a metalurgia do ferro, as primeiras formas de escrita e o conceito de cidade. Em seguida, vieram os gregos e os cartagineses, marcados pela navegação e pelo comércio. Em 218 a.C, os romanos invadem a península e os soldados romanos substituíram a língua dos povos pelo latim, um latim impuro do qual resultou o espanhol e o português. Com a onda bárbara, visigodos, alanos e suevos dominaram a península, até que os árabes invadiram a península.

Os europeus se orgulham de serem herdeiros da cultura latina e grega, porém, a cultura árabe é a mais predominante, pois foram os árabes que lhes ensinaram os algarismos arábicos e a realizar contas, além dos conhecimentos dos textos de Aristóteles e Platão. E o mouro também viajou pelo Brasil na memória do colonizador e ficou.

Judith Cortesão conta que “ao visitar a Turquia, descobri que a essência da paisagem de mais da metade de Portugal é de origem moura, isto mudou por completo minha ideia da história do Brasil e do povo brasileiro. Nós somos mais árabes, porque somos portugueses”.

Ainda Gilberto Freyre afirma que “o contato com os mouros e a convivência com os judeus, resultaram em traços inconfundíveis sobre os portugueses colonizadores do Brasil, como sua vida social, econômica, política e seu caráter”.

Os povos portugueses e espanhóis se expandem e criam a primeira civilização mundial. Portugal era separado da Espanha por uma faixa estreita e possuía cerca de 1 milhão de habitantes, que não tinham saídas a não ser o mar, já que atrás estava o inimigo, a Espanha. Isso fez de Portugal um país de pescadores e navegadores e a tecnologia naval foi desenvolvida necessariamente, diferente do que poderia ser desenvolvido em outros países, pois era uma questão de sobrevivência, ou seriam bons pescadores e navegadores ou não sobreviveriam. Essa tecnologia naval recebeu a contribuição de povos árabes, judeus e de todo conhecimento científico que existia na península.

Em 1288, o português se torna a língua oficial do país e é fundada a primeira universidade. Lisboa se converte em metrópole internacional, a corte é um núcleo de cultura cosmopolita, técnica e mercantilismo. A centralização sobre o sagrado dá lugar à centralização no econômico.

O príncipe Dom Henrique se torna o tecnólogo mais avançado a montar navios nunca antes vistos, com lemes fixos, de origem árabe, velas latinas, bússola e astrolábio, conhecimentos adquiridos dos chineses e árabes.

Darcy Ribeiro conta que “Portugal estava na vanguarda dos povos. Suas características contrastavam com tudo com o que se via pela Europa, a começar pela precocidade do seu surgimento como nação, a primeira do mundo. E eram ousados, com imensa coragem de si mesmos”.

Em Sagres, Dom Henrique reúne sábios e técnicos de diferentes origens, ordena os conhecimentos adquiridos, estimula a experimentação e a inovação. Nessa escola de pensamento, produz um corpo teórico e prático da arte e ciência da navegação. Financiados pelo Estado, pela ordem de Cristo e pela poderosa burguesia mercantil, Dom Henrique desenvolve um programa progressivo e sistemático para conhecer o desconhecido. Então, envia 15 expedições à costa ocidental africana tentando ultrapassar o Cabo Bojador (limite do mundo conhecido pelo europeu).

Judith Cortesão afirma que “isso não teria sido possível antes, porque a visão do mundo da Igreja ameaçava de heresia quem não concordasse com ela, mas com a chegada do Renascimento e do conhecimento de Aristóteles, caiu-se esse medo e o apelo do mar foi irresistível”.

A vontade de conquistar terras, povos e riquezas não pararam. Foram conquistados Serra Leoa, Príncipe, São Tomé, São Jorge da Mina, Rios Aire, Baía de São Brás e, em 1488, o Cabo da Boa Esperança, então, desvenda-se o mar Índico. Com isso, os portugueses estabeleceram feitorias, escravizaram negros e criaram empresas produtoras de gêneros tropicais. Finalmente, em 1498, Vasco da Gama alcançou Calecute, a Índia. Outros mundos se revelaram, renovou-se e alargou-se infinitamente o horizonte da vida.

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