Zizek - O espectro da ideologia (anotações)
Por: Camela Maria • 8/2/2016 • Resenha • 1.181 Palavras (5 Páginas) • 1.462 Visualizações
GUIA pervertido da ideologia. Direção: Sophie Fiennes. Apresentação: Slavor Zizek. Inglaterra/Áustria/Holanda: Blinder Films e Film4, 2006. (150min)
Cena de abertura de “They Live” (1988)
John Nada
-Ou você coloca agora esses óculos, ou se prepara para comer essalata de lixo.
Zizek:
-Eu já estou comendo dessa lata de lixo todo o tempo. O nome dessa lata de lixo é ideologia. A força material da ideologia não me deixa ver o que eu estou comendo de verdade.
Os óculos do They Live são óculo da crítica à ideologia. Eles permitem que você veja a real mensagem por trás de toda propaganda, publicidade, etc.
“Vevemos, é o que nos dizem, em uma sociedade pós-ideológica. Somo intepelados, ou seja, uma autoridade social se dirige a nós, não como sujeitos que deveriam cumprir suas tarefas, se sacrificar, mas como sujeitos de prazeres: “Descubra seu verdadeiro potencial”, “Seja você mesmo”, “Viva uma vida prazerosa”. Quando voc|ê coloca o óculo, vê a ditadura na democracia. É a ordem invisível que sustenta sua aparente liberdade. A explicação para a existência dos estranhos óculos da ideologia é a história padão dos “Alienígenas Invasores de Corpos”. A humanidade já está sob o controle dos extraterrestres.”
“De acordo com nosso senso comum, imaginamos a ideologia commo algo turvando, confundindo nossa visão direta. A ideologia bem poderia ser óculos que distorcem nossa visão e a crítica da ideologia deveria ser o contrário. Tipo, você retira os óculos de modo a poder finalmente enxergar as coisas doi jeito que realmente são,. Esse é exatamente o pessimismo do filme They Live, é bem justificado. Esta é precisamente a suprema ilusão: A ideologia não nos é simplesmente imposta. Ideologia é nossa relação espontânea com o mundo social, é como percebemos esse mundo, etc. Nós, de certa forma. Gostamos da nossa ideologia. Sair da ideologia machuca, é uma experiência dolosa, voce tem que se esforçar para conseguir.” (referência a briga de quase 10min do filme)
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ZIZEK, Slavoj. O espectro da ideologia. In: ZIZEK, Slavoj (org.) Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro, Contraponto, 1996.
-Ideologia é o que regula o que é visível e o que não é (ex: cases de sucesso e pagação de pau para o Jobs):
“Parece mais fácil imaginar o “fim do mundo” que uma mudança muito mais modesta no modo de produção, como se o capitalismo liberal fosse o “real” que de algum modo sobreviverá, mesmo na eventualidade de uma catástrofe ecológica global... Assim, pode-se afirmar categoricamente a existência da ideologia qua matriz geradora que regula a relação entre o visível e o invisível, o imaginável e o inimaginável, bem como as mudanças nessa relação”
-Ideologia não é oposição de ilusão e sinônimo de realidade, a crítica a ideolgoia é buscar os antagosnismos:
Pode haver uma posição política ilusória e não ideológica, bem como uma “verdadeira” e ideológica. A cisão consiste em que a crença na não existencia dos antagonismo. O papel da crítica a ideologia é, nesse sentido, apontar, em uma ordem social vigente, os elembtis que apontram pa o carácte antagônico deste sistema. (13)
-Independente da veracidade, o que importa é a intenção:
“Estamos dentro do espectro ideológico propriamente dito no momento em que esse conteúdo – “verdadeiro” ou “falso” (se verdadeiro, tanto melhor para o efeito ideológico) – é funcional com respeiro a alguma relação de dominação social (“poder”, “exploração”) de maneira intrensecamente não transparente: para ser eficaz, a lógica da relação de dominação tem que permanecer oculta. Em outras palavras, o ponto de partida da crítica da ideologia tem de ser o pleno reconhecimento do fato de que é muito fácil mentir sob o disfarce da verdade” (13/14)
-Como avaliar a “veracidade” de cada conceito de ideologia?
“Deve-se interpretar essa própria multiplicidade de determinações da ideologia como um idicador de diferentes situações históricas concretas.” (14) Três eixos que se complementam via Hegel (usando como exemplo o liberalismo):
1.Como uma doutrina, ou um complexo de ideias: de Locke a Hayek
2.Em sua mateerialidade (liberdade de imprensa, Aparelhos, mercado)
3.A ideologia “espontânea que atua no cerne da realidade social (que atua na eperiência dos sujeitos como “indivíduos livres”) → para Zizek é o ponto do fetichismo. (15) - “ não é imposta pelos AIE, mas emerge “espontaneamente”, “de baixo pra cima”, da atividade extra-institucional dos indivíduos (feitichismo da mercadoria)” (23)
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