Ética E Serviço Social

Serviço Social e Ética : Convite a Uma Nova Práxis (resumo)

Diante da conjuntura das décadas que antecedem a década de 1980, os profissionais de serviço Social sentem a necessidade de uma ruptura com a prática profissional conservadora que existia até então. Esta ruptura se fez necessária para que fosse possível a construção de respostas profissionais à crise que se instaurou com a ditadura militar de 1964. É à partir disso que o Serviço Social ingressa na tarefa de implementação e formulação de políticas sociais.

Já na década de 1980 houve um salto de qualidade e fortalecimento do profissional acadêmico que passa a organizar a categoria, igualmente fortalecido em suas atividades de pesquisas acadêmicas em sua formação e prática, se tornando um profissional mais maduro, mais envolvido com o processo de redemocratização pelo qual passa o país neste momento e a vida social.

É neste momento também que consolida a pós-graduação, crescimento da produção científica em questão de qualidade e quantidade, fazendo crescer o mercado editorial de Serviço Social.

Em 1982 é criado um currículo reformulado para graduação. Neste mesmo período ocorre a organização sindical da categoria em âmbito nacional. Quanto ao debate profissional, houve dois eixos temáticos: o primeiro tratava-se da questão teórica-metodológica da profissão, ou seja, tratava-se da formação profissional baseada mais no marxismo (ainda vulgar), refere-se em criar novas possibilidades para a criação de alternativas criadoras na formação do profissional de Serviço Social. O segundo eixo refere-se à historicidade da profissão, em relação a entender o passado da profissão e os efeitos na prática profissional na sociedade, podendo direcionar a prática ao processo de construção da democracia e da cidadania dos trabalhadores, garantindo e ampliando seus direitos. O Serviço Social passou a ser objeto de si mesmo, encontrando-se ao mesmo tempo com os problemas da sociedade e políticas publicas como previdência, assistência e saúde, estando o Serviço Social num lugar de destaque no debate das questões de assistências que foram expostas ali.

O debate em torno da ética da profissão é resultado das conquistas da profissão, dos avanços obtidos nos últimos anos pela categoria. Toda a sociedade passava por uma crise de valores, valores estes que pareciam não fazer mais sentido. Em meio a isto, é possível notar uma reanimação do debate ético-moral que recusa a separação entre meios e fins, de uma técnica.

A preocupação à cerca dos fundamentos éticos da prática profissional não se explica apenas em âmbito profissional, mas também em toda a dimensão ético-política e social, à frente da pós-modernidade que faz surgir princípios que regem a vida social moderna. Esta preocupação foi motivada também pela reação coletiva à desmoralização que atinge o seguimento público com o aumento de casos de corrupção e escândalos acompanhados da vigilância rigorosa da sociedade. O debate atinge também a profissão como prática que visa a construção de sujeitos políticos coletivos, que faz parte da luta pela hegemonia.

O código de 1986 é como uma expressão de conquistas e ganhos profissionais, através da negação da base filosófica tradicional, conservadora, substituindo o profissional subalterno,