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Ética Organizacional

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Por:   •  2/9/2014  •  2.292 Palavras (10 Páginas)  •  678 Visualizações

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1. Ética Organizacional

1.1. Definição de ética

Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa propriedade do caráter. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive.

A ética vem sendo debatida no campo da filosofia pelo menos desde os sete sábios gregos¹, no século VII e VI a.C., o que mostra a preocupação do ser humano a respeito do tema já vem de vários séculos.

1.2. A ética no mundo da empresa

Nos anos 60, após muitos escândalos empresariais em empresas norte americanas, começaram a debater com mais afinco as questões de éticas nas organizações, isso motivado por desconfianças da população a respeito de determinadas práticas empresariais, e também com a insegurança de certos produtos que se encontravam no mercado. Nos anos 80, a disciplina “ética” foi inserida no currículo de várias universidades, inúmeras palestras e cursos a respeito do tema foram ministrados a executivos de diversas áreas e organizações.

Esse movimento, pode ser definido segundo Lipovetsky (apud Alencastro) nos seguintes termos: “ao que se sabe, o universo da empresa se deixará sempre guiar pelos cálculos da eficácia e da rentabilidade. Agora, porém, sai ao encalço da alma, da “bussines ethics” (ética nos negócios), última moda nos meios empresariais.

Neste momento, a ética começa a ser vista como um caráter agregador de valor a organização, um diferencial para seus membros. Pois é fato que desde então, até os dias atuais, a tendência geral do mundo dos negócios, é o êxito da sustentabilidade, isto é, o interesse global em um utilitarismo ético, aplicado ao mundo dos negócios.

1.3. Ética nos negócios, realidade ou mito?

Durante muito tempo, a ética e os negócios, não eram uma boa associação no meio empresarial, haja visto, que era tratada com até um certo sarcasmo e cinismo por muitos empresários em conversas informais. Isso sempre se baseou na afirmação de que no mundo dos negócios, se imperava a “lei da selva”, ou seja, que a sobrevivência no meio ocorria no ambiente de uma concorrência pesada e até desleal.

Esta situação porém vem mudando, em decorrência das atitudes tomadas nos anos 80 (ver item 1.2.), e que vem sendo adotadas até os dias atuais. Hoje o debate de ideias como ética, valores, integridade e responsabilidade é bem mais aceita na comunidade empresarial.

Galbraith (apud Alencastro), apresenta uma referência a respeito do pensamento econômico atual, nos ensinando que as empresas tem

(...)necessidade de suprir os bens de consumo e serviços requeridos, a necessidade de assegurar que esta produção e seu uso e consumo não exerçam um efeito adverso sobre o atual bem estar público em geral, e a necessidade de assegurar que não afetem adversamente as vidas e o bem-estar das gerações futuras.

Baseado nesta afirmação, mostra que o enfoque no bem estar das gerações futuras, tem de passar por ações tomadas no presente, em desenvolver suas regras, padrões éticos, parceiros que se adequem a esta realidade, etc. Estas ações trazem benefícios e negócios a longo prazo para a organização.

A influência que a sociedade exerce nas organizações atualmente, principalmente para o não consumo de produtos de empresas antiéticas, vem crescendo tanto que é caracterizado como um fenômeno, “ética do consumidor”, princípio do qual o consumidor se volta contra empresas que o fazem sentir-se lesado acionando as judicialmente, realizando até mesmo campanhas de difamação e afins contra a empresa.

Nos dias atuais, as organizações que pretendem sobreviver no mercado tem de cada vez mais se adequar a padrões éticos, visando evitar ser uma nova vítima do fenômeno “ética do consumidor”.

1.4. Definindo a ética empresarial

A definição de ética empresarial é dada pela seguinte sentença: “comportamento da empresa entendida como lucrativa quando age em conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade“ (Moreira apud Alencastro). Esta sentença reforça o que foi falado anteriormente, que uma empresa ética cumpre seus compromissos, e age visando o bem estar da atual geração, e das vindouras gerações, refletindo as expectativas éticas da sociedade como um todo.

De acordo com várias pesquisas, dentre as quais uma de Arruda (2008), “as primeiras preocupações éticas no âmbito empresarial de que se tem conhecimento, revelam-se pelos debates ocorridos especialmente em países de origem alemã, na década de 60”, foi quando o trabalhador foi elevado a condição de participante dos conselhos administrativos. Nos anos 90, começaram a ocorrer grandes mudanças no conceito universal do escopo ético das organizações, ao final desta décadas que foi verificado que esta elevação do trabalhador a condição de participante dos conselhos administrativos, que se viram suscitados assuntos como corrupção, liderança, responsabilidade corporativas e afins, e a partir de então as referidas questões passaram a ser debatidas com mais intensidade.

O desenvolvimento das organizações deve andar de mãos dadas com o sistema econômico, político e culturais aos quais a mesma está inserida. A contribuição da empresa a sociedade que está inserida, passa a ser parte do próprio modelo capitalista, como descreve Weber (2004, p.43-44) na sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo.

Isso nos constata que dificilmente uma empresa sobrevive no mercado sem ética, haja visto inúmeros casos famosos de empresas que ruíram por falta de ética. Estes deslizes éticos ocasionarem ações judiciais que acabam sujando o nome da empresa, a mesma acaba tendo dificuldade para arrumar parceiros e de conseguir expor a sua marca, pelo fato de estar em um “débito ético” perante a sociedade.

2. Princípios éticos aplicáveis às atividades empresariais

Como já dito anteriormente, pressões sociais externas moldam atitudes éticas das organizações. Atualmente as empresas tem ultrapassado os campos das obrigações legais, indo cada vez mais ao encontro das obrigações éticas.

No caso das obrigações legais, a empresa pode sofrer ações judiciais que dispenderão tempo e dinheiro para a mesma se defender. As obrigações éticas, o que esta em jogo é sua marca, seu nome, e sua história. Para se defender disso,

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