A Relação de Ajuda
Por: Filipe Sousa • 18/7/2015 • Relatório de pesquisa • 444 Palavras (2 Páginas) • 271 Visualizações
A prática dos cuidados de enfermagem liga-se à pessoa que é cuidada, ou seja, a pessoa que passa pela experiência dum problema ou de um sofrimento sentindo dificuldade em os ultrapassar sozinho; e as pessoas que cuidam, neste caso, uma enfermeira que ajuda a pessoa a encararem os problemas e a encontrar soluções para os enfrentar. Nisto a pessoa tem a necessidade de tornar-se autónoma, evoluindo para um bem-estar físico ou psicológico.
“Para os prestadores de cuidados, trata-se de encontrar uma pessoa no seu caminho particular de vida e de fazer o caminho com ela, indo, por vezes, até ao “fim do caminho”. (Hesbeen, 2000).
Hennezel, psicóloga, que acompanhou doentes em situação de fim de vida, testemunha um destes momentos de silêncio: “Aperta-me as mãos com muita força, e esta emoção partilhada em silêncio aproxima-nos.” (Hennezel, 2000).
Na relação de ajuda a empatia é uma das características fundamentais. Segundo Lazure, no seu livro “Viver a Relação de Ajuda”, “a empatia é, de algum modo, a pedra angular de toda a relação de ajuda” (Lazure, 1994).
Numa situação de um doente oncológico, o enfermeiro deve perceber o que o doente está a sentir, mas não envolver-se demasiado na situação, ou seja, deve ter uma atitude empática. O enfermeiro deve também perceber que quem está a viver aquela experiência é o utente e não ele. “A relação de ajuda baseia-se ainda na congruência do enfermeiro, ou seja, na qualidade de ser autêntico” (Lazure, 1994).
Podemos dividir a relação de ajuda com a experiência dos cuidados em quatros estádios distintos. De início, temos o primeiro contacto, em que se cria a relação; em seguida, o tomar conta da pessoa que precisa, ou seja, o acompanhamento e a atitude de cuidados pela enfermeira. No estádio três, ocorre o desenvolvimento da relação de confiança e por fim o estádio quatro, em que há um processo de evolução da pessoa cuidada a fim de esta cuidar de si própria, havendo uma evolução num sentido de um melhor bem-estar.
É extremamente importante o enfermeiro dar a palavra à pessoa que está sendo cuidada, pois esta tem sempre algo a dizer ou a pedir, tem desejos e medos que há que ter em conta no decorrer dos cuidados a esta pessoa. Visto que a doença tem tendência a tornar os utentes dependentes dos enfermeiros e dos auxiliares, pois são estes que estão maior parte do tempo em contacto com os utentes. É fundamental o enfermeiro no acto de ajudar este utente preservar um estatuto do indivíduo, de poder de decisão e de liberdade.
Contudo, a comunicação não se restringe apenas ao discurso, o corpo também “fala” do indivíduo e nos cuidados isso tem um papel importante.
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